31 de dezembro de 2008

E que venha o Ano Novo..


Olá amigos, esse post de hoje é realmente uma daquelas mensagens de Ano Novo, mas digamos que ao meu modo. Mas antes quero fazer umas considerações, nesse ano que irá começar dentro de algumas horas algumas novidades virão no blog, a começar por uma mudança de visual (mas ainda vai ser um dos layouts prontos do Blogger.com) e também virão algumas novidades com relação ao conteúdo, é aguardar pra conferir. Bem no mais, e sem mais delongas, acho que vão melhorar as coisas por aqui.

O Ano Novo está chegando, e este que estamos acabará em algumas horas. Normalmente as pessoas desejam inúmeros votos de felicidade, paz, saúde, etc. Eu desejo isso a todos vocês que vêm aqui perder tempo lendo minhas bobagens, mas acho que apenas dizer isso seria no mínimo hipócrita, pelo menos vindo de mim, que como podem perceber não costumo ser superficial, commo esses vtoos costumam ser, e creio que não deveriam.

Nesse ano vindouro, que possamos sempre procurar ser pessoas melhores, que possamos acreditar mais nas pessoas e nos decepcionar menos com elas (isso seria realmente bom). Seria igualmente agradável que pudessemos ter dentro de nós mais sentimentos inspiradores de respeito, companheirismo, lealdade, justiça e, porque não, humanidade. Afinal, somos humanos, embora alguns tenham esquecido disso, mesmo sendo algo praticamente impossível de se esquecer.

Há alguns dias venho vivendo dias felizes, e espero que eles possam se perpetuar ainda mais, desejo que todos possam ter seus dias felizes, porque eles são inigualáveis. Desejo profundamente que as pessoas, e tenho fé nelas, apesar de pouca, possam esquecer suas diferenças não só nos segundos antes e depois da virada de ano, mas que levem isso para o seu cotidiano, transformem esse sentimento em rotina.

Bem, é isso. Acho que terminei, espero que possam ouvir isso de pessoas novas, e das mesmas pessoas também, inclusive de mim (ouvi isso de uma pessoa muito especial, uma irmã, e roubei). Como diria Bob Marley: "Don't worry about a thing, 'cause every little thing is gonna be allright". Não se preocupem com coisa alguma, pois cada coisa por menor que seja vai dar certo.

Abraço e Feliz Ano Novo. Boa leitura.

30 de dezembro de 2008

Esquerda e direita, direitos e deveres...


Olá meus amigos. De volta, já quase Ano Novo, mas ainda não venho falar do ano vindouro. Isso fica pra depois. Vou falar ainda do "Ano Velho" ("Feliz Ano Novo, adeus Ano velho, que tudo se realize..." Lembram dessa musiquinha? Ao menos conhecem?).

Pois bem, hoje vamos bater aquele papo cabeça sobre política, papo chato eu sei, mas no tal do Ano Novo (e eu dizendo que não ia falar nele [Ano Novo]), os tais prefeitos, eleitos, talvez nem tão novos, vão ser empossados (ou será que se apossarão?), e vão decidir os rumos de nossas cidades, grandes e pequenas, pelos próximos quatro anos.

Quatro anos, uma Copa do Mundo, uma Olimpíada, um Pan-Americano. Quatro primaveras, quatro outonos, quatro invernos, quatro verões. Pra muitos isso é pouco tempo, pra outros nem tanto, pra mim depende do ponto de vista. Lembram sobre o que falei sobre dias e dias? Pois bem, para um bom governo (ou algo próximo disso, se é que existe) pode passar rápido, já para uma má adminstração podem durar uma eternidade (ou até mais que isso, perguntem pro Lula).

Os tais manda-chuvas, sentarão em seu troninho nos palacetes públicos dos 5.564 municípios Brasil afora. E estou eu na espera - que é quase uma utopia - de que eles, no mínimo, sejam gentis com o povo brasileiro. No fundo, se não leiloarem nossas almas, e nem sugarem o suor do nosso trabalho, acho que fica de bom grado, mesmo sabendo que deveriam fazer muito mais, muito mais mesmo.

Engraçado é que agora, depois de muitas linhas já escritas, percebo que fugi do que queria escrever, talvez levado um pouco pela passionalidade em depreciar a política (alguns me chamarão de hipócrita, mas não sou, e me arrependo de ter "tomado partido" à época das eleições, embora seja um arrependimento relativo). Mas retornando a idéia inicial do post, vou falar de algo curioso, muito curioso. Algo que sucedeu-se numa cidadezinha do interior do Nordeste, mas que pode muito bem traduzir o que é a política, ou do que ela é capaz e como ela funciona Brasil afora, talvez até mesmo mundo afora.

Historicamente, o povo, os trabalhadores, em outras palavras as classes mais baixas, sempre foram "esquerdistas", por mais que esse termo seja algo moderno. Enquanto a chamada elite, burguesia, ou como preferirem chamar a classe que está no topo da pirâmide social, sempre foram os tais de "direita". Mas eis que nessa "cidade-quase-fantasma", os papeis se inverteram a tal da esquerda tinha todo o apoio da tal elite, e a tal direita tinha o apoio do povo, das classes mais baixas da pirâmide.

Isso parece familiar? Talvez. Lembram do que falavam na época do Brasil Império? "Nada mais conservador do que um liberal, e nada mais liberal do que um conservador". Pois bem, acho que passados 120 anos, as coisas não mudaram muito. A história se reescreve, mudam-se nomes e datas. No fim, quem perde é o povo, é sempre assim, desde que a tal da civilização teve início, dominante e dominado. O mais forte subjuga o mais fraco. Fato.

No fim, quem conta a história é o vencedor mesmo, então, o povo está quase perdido, pra ser sincero acho até que o povo, do mundo inteiro, não sabe ao certo qual a verdadeira identidade cultural. Só um exemplo que gosto de usar sempre, imaginem se o Hitler tivesse vencido a guerra, o mundo hoje seria completamente diferente, provavelmente eu sequer estaria escrevendo isso (muito embora eu creia que esses "se", em questões históricas no fundo sejam irrelevantes).

Abraço. Boa leitura.


P.S.: mais uma vez Engenheiros no título, estou muito fã ultimamente.


Revisão: pô a essa hora fica difícil. E a revisora está de férias. Ahh Fahad, assim você queima meu filme! =D Post revisado. Cláudia Patrícia.

24 de dezembro de 2008

Fé cega e pé atrás...


Olá amigos. Cá estou mais uma vez a lhes prover com minha chatice quase que mórbida, e dessa vez em plena véspera de Natal. Pois bem, as felicitações e o desejo de boas festas faço logo, desejo a todos um Feliz Natal, mas sem aquelas coisas todas para evitar delongas, e pra não que quando chegue no fim do texto alguém não pare, e pense: "Meu Deus, ele é um cretino-hipócrita-desgraçado". A leitura hoje é polêmica, é algo que "não se discute", ou pelo menos não há muito proveito em discutir, devido a certas "tendências". Mas, lá vamos nós.

Mais uma vez, vou remeter em minhas palavras à perda recente de minha avó, definitivamente uma das pessoas mais importantes da minha vida, senão a mais importante. E acreditem, não vem sendo fácil superar isso. No último domingo completaram-se 30 dias desde sua partida, e seguindo o costume católico (não que eu seja católico, mais na frente vão entender) foi celebrada a "missa de 30 dias", coincidentemente, ou não, neste domingo a igreja estava lotada. Com a proximidade do Natal e as férias chegando parece que as pessoas reservaram um tempo a mais para a reflexão religiosa.

Mas antes, vou narrar um fato curioso que ocorreu antes que chegasse à igreja. Me perguntaram se eu não iria à missa de minha avó, e eu disse que ia sim, muito embora a essa altura já estivesse quase meia hora atrasado. E ouvi uma resposta curiosa: "O que vale é a intenção". Já volto a este ponto, permitam-me continuar a narrativa.

Bem, eu estava acompanhado de minha namorada na igreja, e notei que ela não estava muito à vontade lá. E então comecei a observar as outras pessoas que estavam ali, e me perguntei quantas delas também não estavam sentindo-se confortáveis lá, me questionei quantas estavam ali apenas por uma questão social, "pra manter a pose", se lembram da história da "intenção"? Bem o que vale não é intenção, não mesmo, o que vale é verdadeira, capaz de mover montanhas. Em seguida, sem pedir perdão e sem pensar duas vezes, questionei até mesmo a fé do próprio padre que celebrava a missa (eu sei que muita gente vai repudiar está atitude, e sinceramente não me importo, ele [o padre] é humano também, passível de erros).

Não sou capaz, nem é justo julgar, de apontar os muitos dos que estavam ali, e que definitivamente não legavam crença nenhuma. Mas era perceptível que ali muita gente, de fato, tinha fé em tudo aquilo que era pregado, em cada palavra, cada ação, pessoas que levavam ao pé da letra o "Credo", oração que afirma as crenças católicas:

"Creio em Deus Pai Todo-Poderoso,
Criador do céu e da terra,
creio em Jesus Cristo Nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai,
de onde a de vir a julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo,
na Santa Igreja Católica,
na comunhão dos Santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne,
na vida eterna.

Amém.(grifos nossos)"

E, por fim, não poderia deixar de questionar a mim mesmo se eu tinha a tal da fé, da crença. Na instituição [Igreja Católica Apostólica Romana], não há dúvida que não tenho a mínima fé (mais gente me aporrinhando, mas eu pulo a parte do "Credo" que fala "na Santa Igreja Católica", e não tentem me convencer do contrário), instituição alguma me convence, não instituições religiosas. Nos homens, bem talvez me reste alguma fé nessas pobres criaturas que muitas vezes não agem como deveriam, mas que são passíveis de erro, oras. E em Deus, bem de certo eu tenho fé em Deus, não só n'Ele mas em todo o seu legado, e acho que todos deveriam ter (e que não venham perguntar se Deus existe, essa discussão não me entra).

Agora imaginem todos vocês que leêm, sejam religiosos ou não, se todos tivesse a decência de abrir a boca e dizer exatamente isso que estou dizendo, posso apostar que muita gente pensa assim, mas têm medo de assumir o pensamento. Esse ano, eis que extrapolei a "cota" de missas por ano, normalmente não mais de 3 ou 4, esse ano foram mais de 10, não se enganem, não me tornei mais católico, apenas tive vontade de ir, e não só a missas, mas a cultos evangélicos também. Isso é a fé nos homens, e não nas instituições, não confundam. E fiquem com Deus.

Abraço. Boa leitura.


P.S.: no título mais uma referência as músicas de Engenheiros do Hawaii.

P.S.S.: Em 1945 um pergaminho foi achado em Nag Hammadi e foi tido como: "As Palavras Secretas do Jesus Vivo". O pergaminho na verdade é o Evangelho de São Tomé. Considerado por estudiosos o registro mais preciso das Palavras de Jesus, mas Igreja Católica o considera heresia.

E Jesus disse:
"O Reino de Deus está dentro de você e à sua volta, não em prédios de madeira e pedra. Rache uma lasca de madeira e estarei lá. Levante uma pedra e me encontrará. Quem descobrir o significado destas palavras não verá a morte." (vi isso num filme ou li em algum lugar, grifos nossos)


Revisão: tarde demais, ou cedo demais, deixa pra depois.

23 de dezembro de 2008

Salmo do Viciado em Heroína (Paródia do Salmo 23)


Olá amigos, hoje pela primeira vez estarei postando, na íntegra, um texto que não é de minha autoria, o texto a seguir, cujo a autoria eu não estou certo de quem seja, apesar de algumas suspeitas, data de 15 de Julho de 1988, em Currais Novos, apesar de logo em seu início haver algo que possa nos fazer crêr que não seja essa sua origem. Da mesma forma não sei o quanto de veracidade reside no mesmo, mas bem, é ler pra entender.

"Salmo do Viciado em Heroína (Paródia do Salmo 23)

Este "salmo" foi encontrado em uma cabine telefônica por um oficial de polícia de Long Beach, Estados Unidos. Foi escrito por uma jovem viciada de 20 anos de idade.

O rei heroína é meu pastor, sempre terei necessidade.
Ele me faz deitar nas sarjetas;
Guia-me ao alado de águas turvas;
Destrói minha alma.
Conduz-me pelas veredas da maldade por amor do esforço.
Sim, andarei pelo vale da pobreza e temerei todo o mal,
Porque tu, heroína, estás comigo.
Tua agulha e cápsula tentam consolar-me;
Esvazias a minha mesa de alimento na presença de minha família;
Roubas a minha capacidade de raciocinar.
Meu cálice de tristeza transborda.
Certamente o vício de heroína me acompanhará todos os dias de minha vida.
E habitarei na mesa dos execráveis para sempre.

No verso do cartão em que estava datilografado o "salmo", havia a seguinte mensagem ecrita a mão:

Verdadeiramente este é o meu salmo. Sou uma jovem, de vinte anos de idade e durante o ano e meio passado venho perambulando pela rua do pesadelo dos viciados em entorpecentes. Quero abandonar a droga e tento, mas não posso. A cadeia não me cura. Nem a hospitalização me ajuda por muito tempo. O médico disse a minha família que teria sido melhor, e na verdade mais generoso se a pessoa que me deu a droga pela primeira vez tivesse pego uma arma de fogo e estourado meus miolos, e prouvera a Deus que ela tivesse feito isso. Meu Deus, quanto desejo isso!


Currais Novos, 15 de Julho de 1988. (grifos nossos)"


No texto fala-se do vício em heroína, mas muitas vezes acabamos esquecendo outras drogas, "menores", ou ainda pior, lícitas. O tabaco, por exemplo, comecei a fumar aos 15 anos, isso fazem uns 6 anos e alguma coisa, e desde então tentei parar por algumas vezes sem êxito. No último dia 3 de Setembro, resolvi, não iria mais acender novamente um cigarro, dessa vez eu sabia que não faria isso, estava completamente decidido.

Mas, a vida é uma caixinha de surpresas (não resisti ao clichê). Eis que eu perdi uma pessoa muito importante pra mim e, sinceramente e sem orgulho disso, não fossem duas razões eu teria feito uma besteira, das grandes. Não fosse pela força dos meus amigos e pelo "prazer" em acender mais um cigarro, eu teria explodido. Por alguns dias seguintes, continuei a me amparar no cigarro para manter a cabeça no lugar.

Resolvi então, há pouco mais de duas semanas, parar novamente, aquela parada definitiva que eu havia escolhido antes. Já fazem mais de duas semanas, e sequer tive vontade de acender ou mesmo tragar um bom cigarro, e me escutem quando digo que fumar traz uma sensação incomparável. Mas não o farei mais, porque nessas ditas "drogas lícitas" o perigo por vezes é até maior que em outras "ilícitas". Espero profundamente que isso possa ser útil a alguém.

Abraços e Feliz Natal. Boa leitura.


P.S.: que post pra se colocar praticamente na véspera de Natal, mas tem nada não. Véspera de Natal eu coloco um de Boas Festas.

Revisão: tá tarde pra isso, deixa pra depois.

20 de dezembro de 2008

Quanto vale a vida?


Olá para todos. Um pouco mais de demora dessa vez, mas voltei. E com uma leitura interessante sobre prioridades. Parte do texto eu escrevi sem a intenção de publicar, mas como já tem alguns dias sem postar eu resolvi reaproveitar a idéia, e discorrer um pouco mais também.

Afinal, quais são as nossas prioridades na vida? Se alguém me perguntasse hoje qual a minha principal prioridade na vida, sem pestanejar eu diria que é ganhar na loteria, e depois eu pensaria no resto, com muito mais tranquilidade diga-se de passagem. Brincadeira, lógico. Não acho que, apesar de ser um capitalista e consumidor em demasia, o dinheiro deva ser o nosso principal foco na vida. É algo importante? Sem dúvida. Mas nem de longe o mais importante.

Eu tenho como grande prioridade na vida ser uma pessoa melhor, e se me perguntarem se quero ser melhor que alguém, a resposta é não. Ser uma pessoa melhor não quer dizer, pelo menos vejo dessa forma, que somos melhores que alguém, trata-se de ser o melhor que se pode ser, dar o melhor de si. Quantas vezes você já fez isso na sua vida? Eu fiz poucas, mas todas as vezes me deixaram orgulhoso de mim mesmo, e por isso a cada dia que passa tento ser uma pessoa melhor.

Acordar todos os dias, abrir os olhos e pensar: "Hoje será um dia melhor do que ontem". Eu penso assim, e encaro isso como a grande virada que podemos dar em nossas vidas. Creio que se todos pensassem assim, seria muito mais fácil viver, e muito mais prazeroso também. Muita gente fala em planejar a vida, o meu planejamento é simples e recursivo, ao dormir quero acordar vivo e ao acordar quero viver mais um dia para poder dormir de novo, o que acontece no meio tempo entre um sonho e outro é consequência.

Acredito que se passarmos a nos preocupar com os nossos sonhos, se deixarmos um pouco de lado a "burocracia social" que nos faz esquecer que não somos apenas mais uma pessoa passando pelo mundo, que somos únicos, e que as coisas sempre acabam acontecendo se soubermos aproveitar as oportunidades certas e fizermos as escolhas que definem quem somos. Pode ser que tenha eu tenha terminado sem falar nada sobre o título do texto, mas tem uma música de Engenheiros do Hawaii que tem o mesmo título, confiram pelo menos a letra.

Abraço. Boa leitura.


Revisão: Cláudia Patrícia

15 de dezembro de 2008

Existem dias e dias...


Olá amigos, cá estou de volta trazendo mais uma das minhas divagações, hoje sobre o tempo. Há propósito queria dizer a vocês que estou muito feliz ultimamente, e que talvez por isso ande inspirado para postar com tanta frequência, espero continuar assim.

Há dias que nós não queremos que acabem, por um motivo ou outro. Mas, afinal, o que são esses "motivos ou outros"? É simples, na verdade nem tão simples. Vamos fazer uma análise do tempo, como vi algum personagem fazer em um filme que já mencionei por aqui antes, mas vou falar um pouco diferente.

Vamos dividir a vida em dias (é talvez ela seja realmente dividida assim), mas vamos "tipificar" os dias, afinal que tipos de dias existem? Não vamos fazer uma lista infindável, mas também não vamos resumir em dias bons e ruins. Eu diria que existem os dias claros, os dias escuros, os dias cinzas, os dias "inexistentes" e os dias inesquecíveis. E que cada um passa de maneira diferente e um tempo diferente. Vamos lá.

Os dias claros são, talvez, os mais comuns, aqueles que não acontece nada muito fora do normal, que talvez tenham mesmo 24 horas. É nos dias claros que as pessoas costumam encontrar o que elas, ridiculamente, chamam de rotina e que eu prefiro chamar de estagnação de idéias, ou simplesmente comodismo. Os dias escuros são os dias frios, sozinhos, na varanda de um apartamento vendo os carros passarem na avenida. Aqueles dias em que cansamos da nossa ridícula rotina, pensamos em fazer alguma coisa diferente, e acabamos esbarrando nas paredes do quarto, da sala, ou do cômodo que preferirem, o cômodo mais cômodo depende de cada um. Os dias escuros, creio eu, por serem muitissímo chatos, acabam por certamente ter mais de 24 horas, são praticamente dois dias juntos.

Já os dias cinzas, são meio claros, meio escuros, isso seria o óbvio. Mas eu não gosto de ser óbvio, pelo menos não sempre. Os dias cinzas eles são aqueles em que nós acordamos no dia seguinte e perguntamos a nós mesmos se poderiam ter se tornado dias inesquecíveis, ou se chegaram a ser "inexistentes", mas na verdade não foram nem um e nem o outro, foram apenas cinzas. Isso é um meio termo? Não! Eu não gosto de meio termos. Esses dias cinzas têm uma particularidade, muito curiosa por sinal, sempre chove nos dias cinzas, sempre chove em algum lugar no mundo nos dias cinzas. São tão longos quanto os dias escuros, embora algumas vezes nem tanto.

Sobre os dias "inexistentes", se não estivessem entre as aspas, eu poderia simplesmente dizer que eles não existem, e novamente isso seria o mais óbvio. E já disse que não gosto de ser óbvio. As aspas, na verdade, estão ali pra dizer que a nossa vontade é que, de fato, tais dias não existissem, mas eles existem. E acreditem eles deixam marcas, cicatrizes mesmo. E por mais que agente tente, simplesmente não conseguimos não nos lembrar dele pelo menos uma vez por ano até o fim da vida. E seja um dia "inexistente", ou apenas sua lembrança, o tempo é definitivamente cruel, chamá-lo de carrasco seria um elogio, ele é um maníaco sadomasoquista, que parece se deliciar com o sofrimento alheio, e teima em não passar.

Por fim, e certamente mais importantes, são os dias inesquecíveis. Esses são aqueles que nós lembramos com os amigos da escola, são aqueles que contamos pros nossos netos, são aqueles que nos fazem acreditar que a vida pode ser qualquer coisa, menos mero acaso. Afinal, o que torna esses dias inesquecíveis não é como eles passam, ou o que acontece neles, mas sim todos os dias que o antecederam. As lembranças desses dias não aparecem apenas uma vez por ano, mas todos os dias seguintes, sucessivas vezes, e vale a pena cada uma dessas vezes. E bem, pode soar exagerado, mas os dias inesquecíveis, esses são eternos, eles nunca acabam, por que nós simplesmente fazemos questão de mantê-los vivos em nossa memória. Mas aí você me diz: "Dias não são vivos! Eles não tem vida". E eu te pergunto: "E quem disse que não?"

Abraço. Boa leitura.

13 de dezembro de 2008

bem, me quer?



bem, me quer?

num dia qualquer
tropecei numa pedra
qualquer?
mas era um cristal
intocável e brilhante
mas qualquer?

quis carregá-lo comigo
pra algum lugar
qualquer
mas acho que no fundo
era eu o qualquer

um brilho, um olhar
qualquer
um sorriso, um amor
verdadeiro
bem, me quer?

11 de dezembro de 2008

Conversa de Botas Batidas



Olá meus amigos, mais uma vez venho lhes trazer uma leitura. Bem, o post de hoje talvez acabe ficando "sempénemcabeça", mas é que ele é resultado de uma conversa muito interessante que tive com uma amiga, que por sinal, fez questão de servir de inspiração para esse post, e acabou servindo demais.

"- Quem sou eu?"

Acho que muita gente já se fez essa pergunta, um tanto quanto retórica, mas digamos que seja, em sua essência, complexa demais para ser respondida, ou talvez não seja prudente respondê-la. Afinal, seria como resumir a si mesmo, me permito parafrasear Clarice Lispector e dizer que, seria como somar duas maçãs e uma cadeira, e aplico isso livremente para todos os seres humanos. Mas qual a graça em se resumir? Afinal quem achar interessante deve ler o livro inteiro ao invés do resumo, por isso não fiquemos apreensivos se não soubermos nos resumir, deixemos que nos leiam por inteiro.

Bem, dizem por aí que bonitinha é uma feia arrumada. Mas bem, perguntem a qualquer mulher se ela prefere ser chamada de "bonitinha" ou de "feinha", aposto que todas preferem bonitinha. Acho que chamar uma mulher de bonitinha, é uma maneira mais carinhosa de tratá-la, "bonita" é muito formal, e "linda" muito extravagante. "Bonitinha" é uma espécie de meio termo, equilíbrio. E tolos são os que esquecem do equilíbro, afinal, ele sempre existe. "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", disse Lavoisier.

As pessoas costumam usar de maneira muito abstrata conceitos como ruim, bom, ótimo, excelente, entre outros, para rotular umas as outras. Sabem, não sei ao certo em que rótulo eu me encaixaria, mas sinceramente pouco me importa. Tento sempre dar o melhor de mim, e torço para que isso seja o bastante, ou pelo menos que seja aceitável. Talvez se todos pensassem em dar o melhor de si, não para o próprio benefício, mas para o bem comum, poderíamos viver em um mundo melhor.

Bem se eu não tivesse cometido algum dos erros que eu cometi, ou mesmo dos acertos, será que eu estaria escrevendo agora? Eu costumo dizer que se eu tivesse uma "segunda chance" para recomeçar desde o meu primeiro erro, eu faria tudo exatamente igual. Afinal, eu fui moldado por meus erros e meus acertos, minhas escolhas, como falei em outro post, e no fundo eu me orgulho disso, e todos nós deveríamos.

O que é mais fácil entrar ou sair? Eu preferio entrar, a idéia de enfrentar, penso que sair remete muito ao sentido de fugir. Muito embora, talvez, toda saída seja uma entrada e vice-versa, existe uma diferença, uma grande diferença. Quando entramos estamos abrindo uma porta, enquanto ao sair estamos fechando-a. E mais, ao sair sabemos o que estamos deixando para trás, trancado na porta fechada, entretanto ao entrar muitas vezes não sabemos o que pode estar do outro lado da porta. O que seria mais interessante, a sensação do desconhecido ou do vivido? Eu responderia que a descoberta é muito melhor que ambas.

E coincidências, o famoso acaso. Será que um dia iremos entedê-lo? Eu, particularmente, prefiro acreditar nas escolhas que cada um faz, porém as vezes acontecem coisas inexplicáveis, que simplesmente não soam como uma mera coincidência. De fato, isso é uma dúvida que podemos carregar pela vida e conviver com ela, de maneira muitas vezes útil, e outras vezes nem tanto agradável. Mas, falando em coincidência, e o tal do amor à primeira vista, esse sim é uma complicação medonha. A começar do fato de que não conheço uma definição para o amor, então como dizer que à primeira vista sentimos algo que não sabemos ao certo o que é?

Enfim, seja à primeira vista, ou não, eu acredito no amor, acredito em contos de fada. E diria que também me sinto atraído por ele, algo desconhecido e eu gosto disso. O desconhecido é algo perigoso e, ao mesmo tempo, atraente, muito atraente. Agora, por favor, para as mulheres quando acabarem de ler isso não vão olhar para o primeiro gostosão que virem na rua e achar que uma grande coincidência e dizer que foi à primeira vista, pode ser perigoso, e pra rapaziada já passou do tempo em que colava dizer que foi amor à primeira vista, mas quem sabe à segunda vista, marquem um encontro de qualquer forma.

Abraço. Boa leitura.

9 de dezembro de 2008

O Que Define um Homem?


Olá amigos. Mais uma vez venho escrever algumas palavras para que possam ler e refletir um pouco. Vale a pena ler.


"O que faz de um homem ser um homem? Um amigo meu se perguntou. Serão suas origens? Como ele vem à vida? Acho que não. São as escolhas que ele faz. Não é como começa as coisas, mas como ele decide terminá-las."

A citação acima foi retirada do diálogo final do filme Hellboy, baseado no quadrinho de mesmo nome. É interessante que eu tenha mencionado por duas vezes recentemente filmes, mas acho que isso é apenas coincidência. Foram situações completamente que levaram a posts que no fundo tem uma certa ligação.

Talvez, à primeira vista, essa coisa toda que foi dita acabe lembrando daquela velha história do "não podemos voltar agora e mudar o começo, mas podemos começar agora e criar um novo final", não sei se é bem assim, mas é algo parecido. Mas tem muito mais coisa por trás do que o personagem falou no filme, afinal ele estabeleceu um parâmetro, daquilo que faz de um homem realmente um homem. E foi brilhante em sua conclusão.

Afinal, quem melhor para dizer quem realmente somos, do que nossas atitudes. Atitudes falam mais do que palavras, o que você diz é apenas o que você diz, e não acredito que seja necessário respeito nisso tudo. Afinal, são meras palavras, e não ações. Se estivesse falando pessoalmente, certamente eu teria dado um sorriso malicioso agora. Para em seguida, querer justificar que o que eu disse na verdade, não se aplica ao que eu disse, apenas para criar confusão.

Mas, o fato é que o homem é definido com moldes a suas ações, e não importa o quão bem ele tente disfarçar seus desejos e suas ambições e o que ele seria capaz para conseguir, ele irá esbarrar nos seus atos como se eles fossem uma armadura, que o protege do mundo, ou que protege o mundo dele. Sinal de que cada ação, por mais simples que possa ser, refletirá em sua imagem, e quando digo imagem, não falo da imagem social, do status, mas sim do caratér, o cartão de visita de todos os homens.

Enfim, não podemos esquecer, escolher é também excluir. Afinal, se escolhemos uma resposta, excluímos outra, se escolhemos um caminho, excluímos outro, e assim se aplica a todas as escolhas. E muito embora possamos adiar certas escolhas, chega uma hora que não temos escolha, se não escolher. E é nessas horas, que se define um homem, no momento em que ele carrega o peso de suas escolhas, e decide avançar um degrau em relação ao topo da escada, um eufemismo particular para o fim do túnel.

Abraço. Boa leitura.

7 de dezembro de 2008

Doce Presença


Doce Presença

Tão perto mas tão distante
Ao meu lado mas não junto de mim
Será que isso vai ser até o fim
Ou vou estar junto mais adiante

Seu sorriso, seu vestido
Seus olhos, seus cabelos
Me contento só em vê-los
Embora de coração partido

A sua voz me acalma a alma
Com você perto fico em paz
Momentos que não esqueço mais
Lutando contra meus ciúmes
Acabando com meus costumes
Sendo mais do que sou capaz

Somente quando estou com você
Sentindo o seu abraço quente
Passo a acreditar novamente
Mesmo estando a sua mercê

Para estar com você
Apenas estar com você.


Abraço. Boa Leitura.

5 de dezembro de 2008

Para estar com ela..


Olá pessoal, estou voltando hoje pra falar de coisas de um filme que vi há um tempo atrás. Um bom filme, uma boa história, e acho que já falei alguma coisa sobre ele por aqui antes, O Ilusionista, de Neil Burguer.

O protagonista, um ilusionista famoso, reencontra-se depois de muito tempo com seu primeiro amor, e muito provavelmente o único amor verdadeiro que conhecera na vida. Ela, uma duquesa da nobreza austríaca, e ele, um ilusionista talentoso, entre eles um poderoso príncipe do Império Austríaco.

No decorrer do filme uma trama muito bem estruturada, que leva a um final mais que surpreendente. Mas isso, eu não vou detalhar, assistam. O foco principal do filme, além da paixão sem medidas dos dois, é que o ilusionista, Eisenheim, faz uma série de coisas que geram controvérsia na cidade de Viena, questionando inclusive o filho do imperador. E isso faz com que ele passe a ser perseguido pelo chefe de polícia.

Já nos momentos decisivos do filme, quando questionado pelo chefe de polícia por que insistia em tais atitudes, Eisenheim limitou-se a responder: "É apenas para estar com ela...". Apenas mais tarde o chefe de polícia entenderia que o ilusionista estava apenas fazendo mais um truque, um truque "vivo". Mas o interessante nessa parte, é a fala do ilusionista, para estar com ela...

E sabem, se pararmos para pensar um pouco as vezes fazemos isso. As vezes fazemos algo, um sacrifício ou não, apenas para nos sentirmos perto de alguém, ou para estarmos perto literalmente. Sempre movidos por algum sentimento forte, seja uma paixão ou uma grande amizade. O fato é que quando situações assim acontecem, é porque existem pessoas com as quais nos importamos e nos preocupamos, e pessoas que de uma forma ou de outra amamos de verdade.

Sabem, eu já parei uma vez, já deixei tudo que eu estava fazendo para me sentir perto de alguém muito importante pra mim, e não me arrependo. Porque quando sentimos essa necessidade de largar tudo, fazê-lo nos traz tranquilidade, calmaria e, acima de tudo, nos deixa felizes. E é isso que importa, ser feliz. É curiosa uma observação que Eisenheim faz no começo do filme: "Nunca tivemos a sensação de que um lindo momento pareceu passar tão rápido e queriam que pudéssemos faze-lo durar mais? Ou ver que o tempo não passa em um dia tedioso e queriam que pudéssemos faze-lo passar mais rápido?"

Abraço. Boa leitura.

Revisão: Cláudia Patrícia.

3 de dezembro de 2008

"Os Donos do Brasil" - Parte 02


Olá amigos, estou de volta para as nossas conversas casuais. E enfim, trago a segunda parte da série "Os Donos do Brasil".


Na idade média, o bobo da corte divertia o rei e a corte. Declamava poesias, dançava, tocava algum instrumento e era o cerimoniário das festas. De maneira geral era inteligente, atrevido e sagaz. Dizia o que o povo gostaria de dizer ao rei. Com ironia mostrava as duas faces da realidade, revelando as discordâncias íntimas e expondo as ambições do Rei.

No Brasil, em pleno século 21, o "bobo da corte" é um delegado federal, ao investigar crimes financeiros, o bobo "paladino" da corte, viu-se em meio uma investigação dos verdadeiros criminosos, bandidos de colarinho branco, que cometem crimes substituindo as armas por canetas, e acabam sempre por causar estragos muito maiores com elas.

Mas como a crença nas instituições públicas vem diminuindo dia após dia, não era de se espantar que muita água ia rolar pra transformar o delegado, num legítimo bobo da corte. Numa corte onde o Rei, um banqueiro, tem acobertando seu manto pessoas poderosas, algumas realmente poderosas, bastou o bobo da corte revelar algumas "discordâncias íntimas" e expor as "ambições" do Rei, que os seus protetores logo correram para calar o pobre bobo.

O bobo foi encuralado, pressionado, afastado de suas funções, afastado de seu cargo, questionaram sua integridade, acusaram-no de cometer crimes, enfim, declararam guerra ao bobo da corte, mas se fizeram isso, é muito provável que o danado do bobo esteja realmente perto deles. E nesse caso tem muita gente tremendo as canelas uma hora dessas.

O pobre bobo, continua a falar, rasgando aos quatro ventos as "discordâncias íntimas" e as "ambições" do Rei, o banqueiro, que como se não bastasse e não se importasse com o que o bobo diz, recentemente engordou seu patrimônio em uns R$ 2 bilhões, isso porque algum bebum barbudo da taverna republicana resolveu assinar uns papéis pro filhão tirar umas férias.

Abraço. Boa Leitura.