29 de setembro de 2009

Lá Vem o Trem

Lá Vem o Trem

Se há treva
Não se atreva
Pare
Olhe
Escute
Lá vem
O trem
Da vida

Não para
Nem passa
Nem cobra passagem
Só vem
Vindo
Sem parar
E sem chegar

Quem é o maquinista?
Quem é o maquinista?
Onde está o maquinista?


Abraço. Boa leitura.

28 de setembro de 2009

Do que você gosta?

É caríssimos amigos que perdem seu precioso tempo lendo as palavras desse, muitas vezes cretino, escriba, estou de volta. E bem, a postagem de hoje, é mais uma daquelas que vai terminar num monte de coisas "sempénemcabeça", porque é o produto de retalhos de uma conversa que tive com uma pessoa muito legal há pouco, diga-se de passagem foi com alguém que realmente me surpreendeu pela forma de pensar. Se bem que, de uma certa forma, também faz parte de um pouco do momento em que estou passando, mesmo que a conversa não tenha sido com intenção de falar disso.

"- Do que você gosta?"

É comum perguntarmos isso a alguém quando acabamos de conhecer essa pessoa, música, livros, filmes, comida, e mais um monte de coisas que não preciso enumerar aqui, todo mundo sabe. As respostas, por mais diferentes que possam ser, acabam não seguindo um padrão, afinal cada um com seu gosto, cada um que goste do que te agrade, se bem que não tem como gostar de algo que não nos agrade, não é mesmo? Errado! Às vezes gostamos do que nos convém.

Mas, eu pelo menos paro quando ouço alguém falar que ouve Led Zeppelin. Me perdoem os demais, mas ouvir Led Zeppelin faz de uma pessoa alguém melhor (risos), não posso perder a piada pessoal, eu nunca perco. Se acostumem. Ou não. Se não gostarem da idéia de se acostumar.

Daí, vem alguém e diz que é legal conhecer pessoas que não são normais, mas eu sou "normal" ora essas, pelo menos no meu conceito sou alguém perfeitamente "normal". Bobagem, ser normal é mesmo chato, me lembro da primeira vez que me disseram que eu era misterioso, fiquei me sentindo. No normal não há mistério, não há novidades, é tudo monótono, sempre tudo do mesmo jeito. Mas daí adorar a loucura é um tanto quanto exagerado, mas é bom ser louco de vez em quando.

Mas não dá pra ser louco demais, porque as pessoas pensam diferente dos loucos, fazem julgamentos onde não existe direito de defesa. E é esse o problema: pensar. Nem todo mundo pensa. Sobre coisas básicas (risos), tipo: quem somos? Qual o porquê de tudo que nos cerca? Pensar nisso não é tão simples, gente que pensou nisso ocasionalmente teve três destinos possíveis: enlouqueceu; ficou famoso e recebeu o "título" de filósofo; ou ficou louco e virou filósofo (risos). As pessoas aceitam demais verdades absolutas, e nada é absoluto, creio que tudo é mutável, tudo tem seu tempo.

Mas e limites? É importante ter limites. Mas em que aspecto, particularmente acho que limitar o pensamento - ou um sentimento - nos leva a uma vida comum, e se queremos fugir do comum temos que ser diferentes. Os limites devem ficar para atitudes, atos em si. Cada situação, significados e atitudes diferentes, acho que é por aí. E somos nós, os donos das atitudes que ditamos quais são os limites, sem essa de padrões sociais que a maioria das pessoas segue como uma cartilha de escola que já faliu a muito tempo.

E somos nós os policiais de nós mesmos, estabelecemos os limites, e precisamos nos preocupar em obedecê-los. É quando, muitas vezes, obrigação e necessidade se confundem. É difícil admitir mas chega uma hora que temos a necessidade de estabelecer limites e se torna uma obrigação cumpri-los. Compromisso ou necessidade? Eu acho que é necessidade, o compromisso nos dá uma escolha, podemos desmarcar uma reunião, manter ou não a palavra, acho que parte de cada um, mas quando se é obrigado, não se tem escolha - ou tem, alguém já viu "O Advogado do Diabo"?

Se alguém conseguir tirar algum proveito disso tudo, eu vou começar a acreditar que estou ficando bom nisso de escrever.

Abraço. Boa leitura.


Texto revisado pela sempre furona e sem tempo: Cláudia Brito.
e para efeito de comentário... o texto sempénemcabeça ficou ótimo, uma outra conversa de botas batidas... com um outro personagem :)

24 de setembro de 2009

Amoreal

Amoreal

Queria poder voar pra bem longe
Para o alto
Avante
Amante
Não amore
Nem chore

Sem destino
Sem perigo
Simplesmente voar
E nunca mais parar

Sem medo de cair
Ou de errar
Cruzar a ponte caída
Sentir o vento sarar
:
A ferida
Sem aferir
A força do vento
E o seu
Peso
Com pesar

Vou partir
E voar
Na névoa
Branca
Límpida
Brilhante
Cristalina
Como um cristal
Cortante, mortal

Quem é você?
Não vem me dizer
Não quero saber
Nem esquecer
Do esquecimento
Ou do pensamento
Menos ainda
Do sentimento
:
Humor
O mor
Há mor
Amor


Abraço. Boa leitura.

22 de setembro de 2009

O Trem da Vida

Não pensei que postaria o que encerra essa postagem tão logo, mas a vida é mesmo uma caixinha de surpresas. Mas surpresas nem sempre são boas, e velhos fantasmas ainda nos assombram, aliás, sempre nos assombram. É preciso aprender a conviver com isso, é preciso aprender a encará-los de frente sem hesitação, mas isso não é fácil. Pior ainda, isso machuca, isso atormenta, e muitas vezes nos transforma em escravos da indiferença.

Por mais fortes que consigamos ser, por mais "experientes" que de fato possamos ser, haverá momentos em que tudo isso irá ruir, e que não passaremos de passageiros num trem da vida desgovernado. Não somos invulneráveis, nunca seremos, mais que isso, nunca estaremos preparados para tudo, ao contrário do que dizia o Cap. Hunt de um velho seriado de viagens espaciais.

Tenho velho ditado inglês que diz que "nem tudo que é ouro fulgura", e uns caras ingleses que se juntaram pra fazer uma banda de rock certo dia disseram o contrário, na música Stairway to Heaven, do Led Zeppelin, eles começam dizendo que "há uma garota que acredita que tudo que brilha é ouro, e ela está comprando uma escadaria para o céu".

Então há controvérsias, mesmo entro os tão pontuais e politicamente corretos ingleses, sobre o valor das coisas. E se até eles não sabem precisar o verdadeiro valor das coisas, quem sou eu pra dizer isso?

Talvez nem tudo seja o que parece, mas as vezes tudo o que pareça de fato o seja. Isso depende de como encaramos as coisas, um anjo pode muito bem parecer um demônio aos olhos de alguém, e o inverso obviamente também pode acontecer. Mas anjos e demônios são opostos, seria fácil confundi-los, e fantasmas que não tem opostos? Que apenas nos assombram?

Chega uma hora que temos que guardar as fotografias, as cartas, a melancolia, e todas as lembranças. Olhar pra frente, e seguir viagem. Porque o trem da vida não espera, embora nunca cobre passagem.

Abraço a todos. Boa leitura.



Mais tarde deve ter revisão se aquela desalmada aparecer por aqui.

19 de setembro de 2009

Segredos Íntimos

Alexandre Dumas em sua obra brilhante, O Conde de Monte Cristo, encerra-a com uma máxima fantástica: "O segredo é ter fé e esperar", e assim ele suscinta e mistifica muitas coisas de nossas vidas. O mais duro coração de pedra pode ser tocado pela simplicidade de um sorriso verdadeiro, não há mal absoluto, e nem bem perfeito. Por trás de todas as máscaras que usamos escondem-se segredos íntimos que certamente são os segredos reais, que talvez nunca revelemos para ninguém, ou no máximo para uma única alma.

São esses segredos, assustadores por vezes, que nós devemos saber que podem nos levar a caminhos sinuosos, trilhas perigosas. E é por isso que precisamos ter cuidado, eles podem nos destruir, ou podem nos tornar mais fortes. Podem nos deixar cicatrizes mortais, ou podem nos transformar em seres cheios de beleza. Tudo depende da hora da nossa escolha.

E qual a hora da escolha?

Não adianta escolher quando estamos no meio do caminho sem bifurcações, ou quando estamos num beco sem saída. A hora certa, ninguém sabe ao certo, mas precisamos não deixar que seja tarde demais. É melancólico acreditar que a hora de parar é também a hora de começar, de iniciar uma nova era, deixando para trás coisas que outrora achamos que fossem eternas.

A eternidade, que eu prefiro encarar como atemporalidade, é algo tão distante, tão abstrato que sequer é possível mensurar, é como o infinito. Mas é maior que a infinidade, porque sabemos que algo infinito é algo muito grande, incomensurável, porém não podemos precisar o tamanho da eternidade, o tamanho do tempo.

Mas voltando aos segredos mais íntimos, e mais sombrios, que guardamos dentro de nós com
tanto medo, com tanto cuidado. Seria impossível não tê-los, seria como ler uma poesia que não tem entrelinhas, como olhar um céu que não tem estrelas pequenas que quase não vemos, seria como apaixonar-se por um amigo imaginário que não existe.

Precisamos conviver com nossos segredos, precisamos saber quando eles devem ser mantidos, e quando devem ser confiados, e muitas vezes vamos errar na hora de fazermos essas escolhas, mas o que vai fazer diferença é quando deixarmos de guardar esses segredos sombrios de nós mesmos e passarmos a encará-los como algo que faz parte de nós, aí é a hora da escolha: ir adiante ou deixar pra trás?


Abraço. Boa leitura.



Espero profundamente que a revisora dê as caras.
Falador, eu passei por aqui! Texto revisado... e muito bom! me trouxe lembranças de umas conversas perdidas...

18 de setembro de 2009

A Lua


A Lua

A Lua encantadora
que ilumina o céu.
A Lua inspiradora
que faz do poeta amante.

A Lua majestosa
como um coração pulsante.
A Lua nebulosa
de nuvens como um véu.

A eterna Lua
para o eterno Cristal.



Abraço. Boa leitura.

11 de setembro de 2009

Mas o que é isso?

Existem tantas coisas para se escrever as vezes, que simplesmente não conseguimos escrever coisa alguma. É quando temos tanto pra dizer que nossa mente não consegue processar tudo, e ficamos sem palavras. Tudo que eu preciso nessas horas é ler um pouco, qualquer coisa, aí consigo organizar as minhas idéias, e escrever.

Acontece que hoje li algo que talvez não devesse ter lido, os meus olhos passearam sobre letras repletas de lembranças boas, de felicidade, de descoberta e, principalmente, de amor. E agora vocês devem estar se perguntando porque eu disse que talvez não devesse ter lido, e posso responder com precisão.

Já falei antes, em outro texto, e novamente cito Shakespeare, quando ele diz que um dia você "descobre que se leva um certo tempo para construir confiança e apenas alguns segundos para destruí-la; e que você em um instante poderá fazer coisas das quais se arrependerá pelo resto da vida".

Agora imaginem vocês, o que é ver um filme de amor, uma história perfeita de amor, do tipo que faz qualquer um cair no pranto de tão feliz e apaixonante. Uma história repleta de beleza, de sentimentos capazes de curar qualquer dor, ou pelo menos quase todas as dores. Aí o filme termina, e você descobre que aquela dor, a única que toda aquela paixão do filme não poderia curar, é justamente a dor que você sente. Não saber mais o que está do outro lado da porta.

Uma taça com vinho barato. Uma xícara que serve de cinzeiro. Algumas frases sem efeito. Outras sem sujeito. Um deserto repleto de oásis, e não se sabe qual é o verdadeiro. No fim, ou descobre rápido qual é e sacia a sede, ou então morre de tanto engolir areia pensando que é água. Será que alguém vai entender do que eu tô falando?

Me lembro agora de Renato Russo, "tudo é dor, e toda dor vem do desejo de não sentirmos dor", se não me falha a memória isso é de alguma coisa espiritual do oriente, mas não me lembro ao certo. Só que é fato que isso está absolutamente certo. Mas se me permitem parafrasear, tudo é amor, e todo amor vem do desejo de não sentirmos amor. E é verdade, quanto mais queremos esquecer de um amor perdido, mais forte ele fica, e a dor também. E então, o que fazer?

Abraço. Boa leitura.


A essa hora da manhã, num tem como ter revisão.

6 de setembro de 2009

O Poeta e o Cancioneiro

O Poeta e o Cancioneiro

Dias sim, dias não
A insônia me atormenta
E a dor desorienta

Mas o que é do poeta sem dor
E do cancioneiro sem amor?

É preciso ir pra poder ficar
Só que eu fui longe demais
Será que consigo voltar atrás?

Mas o que é do poeta sem dor
E do cancioneiro sem amor?

Não feche seu coração pra mim
Não deixe nosso amor morrer
Não viva sem mim
Porque não vivo sem você

E o que é do poeta sem dor
E do cancioneiro sem amor?


Abraço. Boa leitura.

5 de setembro de 2009

Despedida

Olhando para trás eu só consigo perceber as dores que eu sofri, os amores que eu deixei. E o que me resta é saber que de alguma forma vale a pena tentar de novo.

Abraço. Boa leitura.

1 de setembro de 2009

A Minha Versão

Bem, ainda estou na fase "poemática", e hoje é mais um poema. Esse não tem rima, talvez nem soe bem. Mas é importante. É muito importante, se refere a muitas coisas importantes. E bem, é uma versão minha de uma conversa que tive com alguém importante. E fala de pessoas importantes, também. Eu queria um título legal, mas não sei o que escrever. Então vai qualquer coisa.


Qualquer Coisa

Eu poderia ter aproveitado
Muito mais nossos momentos juntos
Agora estou aqui e você aí
O destino nos pregou uma peça
Me levou pra longe de ti

Eu poderia ter saído mais
Com meu amigo Leite
Mas e agora?
Eu nem sei onde ele está
E nem sabe que eu tenho saudade

Eu poderia ter ficado mudo
Esquecido da raiva e abraçado ela
Abraçado minha namorada
Ia ser um momento inesquecível
Eu nunca mais esqueceria


Abraço. Boa leitura.



Reeditando esse post, cheguei a conclusão de que faltou um final, agora é hora de corrigir.

Eu poderia ter aproveitado
Muito mais nossos momentos juntos
Agora estou aqui e você aí
O destino nos pregou uma peça
Me levou pra longe de ti

Eu poderia ter saído mais
Com meu amigo Leite
Mas e agora?
Eu nem sei onde ele está
E nem sabe que eu tenho saudade

Eu poderia ter ficado mudo
Esquecido da raiva e abraçado ela
Abraçado minha namorada
Ia ser um momento inesquecível
Eu nunca mais esqueceria

Mas não quero final, não agora
Deixa ver o que acontece
Deixa ver se existe a vida que merece
E isso pode ser qualquer hora
Não se apresse, não vá embora