29 de outubro de 2009

Poesia de Irmãos

Escrita em conjunto, separados por uma distância de 180 quilometros, mas tão próximos quanto dois lados de uma mesma moeda. Saudades irmã.

Mas minha irmã e então
Vais comigo escrever
Ou permanecerá só a ler
As palavras com emoção

E poderei dizer não
A quem sabe fazer
Das palavras, do viver
Uma grande inspiração?

Oras isso é de família
Sair por aí escrevendo
Linhas tortas, só se vendo
Continuemos a partilha
Das palavras, dos dizeres
Esquecendo os afazeres

Ah..quem me dera
Fugir para uma ilha
Os deveres esquecendo
Os dizeres escrevendo
Pro resto da minha vida

Avante então sem medo
Tiro uma ilha da cartola
E num estalar do dedo
Cantarolo e toco viola

E te acompanho no canto
Na rima com teu violão,
Faço cara de espanto,
Crio nova canção.

Mas tenha calma sem demora
Pois lembrei mesmo agora
Que mesmo mágico de cartola
Nunca aprendi a tocar viola
Assim num empate ficamos
Você toca a viola
E juntos nós cantamos

Se queres, assim será
Cantemos como um sabiá
Que pela serra voa
Sobre o frade de coroa
De espinhos no sertão
Esse som que agora ecoa
Transformado em canção

Do sertão aos sete mares
Espalho o canto pelos ares
Traio o Sol e beijo a Lua
E vejo a montanha nua
Verdejante como era
Caio ao chão que insinua
A mais bela primavera

Me alegro se cantares
Tudo aquilo que sonhares
Dentro da mente tua
O astro que agora atua

Já partimos minha irmã
Mas espero poder seguir
E escrever outro porvir
Qualquer dia de amanhã


Fahad Mohammed & Natália Louise

Abraço. Boa leitura.

28 de outubro de 2009

Tão Sutil Quanto uma Porta

Definitivamente não sou alguém sutil, não sou alguém que chega e passa despercebido. Principalmente porque mesmo magricela, tenho quase dois metros de altura, e isso chama tanta atenção quanto o gordo de 200 quilos que vemos de longe e ficamos apontando.

Sutileza.

Alguém já ouviu "Sutilmente", aquela música do Skank?

Não sei porque o título, que não faz jus a letra. Uma letra extravagante tratada com sutileza. Mas isso é o que chamam de poesia não é mesmo?

Não distante Renato Russo chama de "Sereníssima" aquela letra em que no primeiro verso ele se diz um "animal sentimental", mas não é o que somos todos, animais sentimentais?

Sutileza. Serenidade.

E então quando esperamos a insanidade profunda, numa música chamada "Bicho de 7 Cabeças", temos um sutil e sereno: "Cresça e desapareça".

Insanidade.

E assim é a música, uma caixinha de surpresas. Como a vida, que é uma caixinha de música. Mas e o que isso tem haver com o fato de que não sou uma pessoa sutil?

Abraço. Boa leitura.



P.S.: Ultimamente quando tento extrapolar alguns sentidos, nem eu mesmo entendo muita coisa no fim, acho que estou ficando um pouco perturbado.

27 de outubro de 2009

Brasil Mostra Sua Cara!!

"O que é mais relevante para o Brasil, transformar a segunda-feira de Carnaval no Dia Nacional da Oração ou reaproveitar a água das chuvas para limpeza dos prédios públicos?"

Esta pergunta chega a ser cretina, afinal a resposta é óbvia.

A surpresa está no fato de que a idéia de "canonizar" a segunda-feira de Carnaval partiu de um Deputado Federal, enquanto um jovem de 15 anos prôpos o reaproveitamento das águas das chuvas. Esse furo de reportagem eu vi no CQC desta última noite.

Ainda tem mais coisa engraçada.

"- Deputado [Ciro Gomes] quem o senhor acha que prôpos o reaproveitamento da água? - pergunta a repórter que eu nem sei o nome. - De um deputado ou de um adolescente?
- Do adolescente, óbvio!"

E viva o Brasil!

Ponto para todos os brasileiros estupidamente estúpidos que colocam gente da estirpe de José Genoíno no Congresso. Que colocam alguém que espera que se crie o "Dia do Corinthians". Que votam em quem sugere transformar a segunda-feira de Carnaval no Dia Nacional da Oração. Que acham que o reaproveitamento da água das chuvas é papel da empresa de abastecimento.

Enquanto isso, nas escolas, faculdades, becos, ruas, butecos, e qualquer outro lugar em que pessoas se reunam com frequência, não se discute sobre isso. O papo sempre é a mulher do vizinho, o gostoda cerveja, a rodada do fim de semana no Brasileirão, o tamanho da bunda da garçonete.

As vezes eu queria ser burro, pra não perceber as bizarrices que acontecem ao meu redor, mas infelizmente tenho que conviver com isso. Paciência.

Abraço. Boa leitura.

26 de outubro de 2009

Tragos e tempos*

Passa das duas da manhã, eu trabalho às 8. Quero escrever mas não sei bem sobre o que. Hoje fiz umas leituras e algumas vezes me senti um idiota. Mas isso é outra história. O fato é que estou me cansando de começar a escrever e em seguida apagar tudo. Essa foi uma semana tranquila, pensei muito sobre um monte de coisas, e escrevi quase todos os dias. Algumas coisas estão aqui, outras não.

Estou tentando descobrir o que eu estou procurando de fato. O que está do outro lado da porta? Quem está do outro lado da porta?

Já fazem mais de oito dias que não acendo um cigarro. Atendendo a um pedido especial. E há pouco me deu vontade de fumar, eu não tinha cigarros, por isso não fumei, mas se tivesse, de certo teria acendido. Mas vou continuar tentando não acendê-los, seja por não os ter, ou por não querer.

Eu sinto saudades do cigarro, confesso. Foi assim da última vez, antes da minha avó morrer, passei seis meses sem fumar, um pouco mais na verdade, mas sempre tinha saudades de soprar aquela fumaça. Já tem quase um ano desde que minha avó morreu, o tempo passou tão rápido, e tão lento. Tudo depende da companhia.

As vezes, com o tempo lento, acendia um cigarro para apressá-lo. Outras com o tempo rápido, acendia um cigarro para retardá-lo. E seguia assim, acho que é daí a saudade. De poder passar o tempo, ou prender o tempo, de brincar com o tempo enquanto o cigarro queima.

E agora, como eu vou brincar com o tempo? Onde está meu companheiro mais compreensivo, meu parceiro mais fiel, meu ombro mais amigo? Certamente perdido em alguma prateleira de banca de jornal ou nos mostruários de uma tabacaria. E eu aqui, sem fumar, sem cigarro, servindo de brinquedo pro tempo.

Abraço. Boa leitura.



*Não foi premeditado o título, só coloco um depois que termino de escrever.

24 de outubro de 2009

Dormir em Paz

Dormir em Paz

Hoje
Eu vou dormir
Em paz
Sem paz

Sempre lembro
Sempre
Nunca
E talvez
Não lembro

Assistindo corridas
De carro
Ao olhar fotografias
Repartidas
Ao ver aquele filme
De amor
E perder no banco
Imobiliário

E talvez
Não lembres
Nunca
Sempre
Sempre lembres

Sem paz
Em paz
Deite
Durma


Abraço. Boa leitura.

22 de outubro de 2009

Comentários

A seguir uma compilação de comentários feitos por mim no blog de uma amiga muito especial, que está longe, nem tão longe, mas longe. Talvez, como sempre, fique sempénemcabeça.

Eu aprendi uma coisa, existe um jeito de não se decepcionar com as pessoas: não espere nada delas. Mas calma, num é bem assim. O que eu quero dizer é que não importa se o melhor amigo vai roubar o amor de nossas vidas, ou se ele irá nos magoar, ou se as pessoas vão rir de nós. Apenas faça justamente o que Deus pediu, ame ao próximo como a si mesmo, e sem esperar que o próximo o ame da mesma forma.

A melhor parte de todo desafio é superá-lo e poder dizer: "Qual é o próximo?"

No dia triste eu tinha alguém segurando na minha mão, era alguém muito importante pra mim, mas ouvir a voz de uma certa pessoa foi tanto quanto ou mais importante pra mim naquele dia.

E em outro dia ouvi um comentário curioso, e ainda não consegui entender, nem digerir, mas faz um pouco de sentido. Estava conversando com um conhecido, quando ele me disse: "Não é pecado pecar". E isso me intrigou.

"Acho que as pessoas deveriam preocupar-se mais em construir um mundo melhor para todos, do que em construir uma imagem própria melhor para o mundo".

Duas caras, duas vidas, três vidas, n-vidas (sequelas da engenharia, risos). Isso acontece justamente aliado ao que transcrevi acima, mas vamos caminhando e quem sabe um dia as coisas mudem.

Eu passei a acreditar que quando pegamos no próprio pé por estarmos sendo hipócritas, mais ainda quando mudamos nossas atitudes por causa disso, quer dizer que estamos no caminho certo.

Já imaginou o que seria de nós se nos não lembrassemos das coisas que passamos, se as coisas simplesmente fossem acontecendo e agente não tivesse nada pra lembrar? Não podemos esquecer, não seria justo com nós mesmos.

Sobre dizer adeus, na maioria das vezes em que nós dizemos adeus, no fundo no fundo não queremos fazê-lo, não queremos ficar longe da pessoa que estamos nos despedindo, pelo menos comigo é assim.

Percebi que de fato não somos muralhas, e que nem precisamos o ser, pois não se trata de ser invulnerável. Acho que somos muito mais parecidos com um bambu, ou pelo menos deveríamos ser, se trata de devermos estar preparados para qualquer coisa.

No mais, sorrir, sair do sério, chorar, não dá pra viver tudo ao mesmo tempo, mas temos que viver um pouco disso tudo, e aprender com tudo isso. O melhor de se enfrentar uma tempestade violenta é quando você olha pra trás e simplesmente acha que foi engraçado.

Abraço. Boa leitura.

21 de outubro de 2009

Estágio para a Loucura

Eu poderia simplesmente sentar e esperar o tempo passar, as horas correrem, já que no fim das contas não vai fazer diferença. Vai ser tudo uma palhaçada só. O que os homens costumam chamar de morte.

Costumar, vem de costume, tradição, decência. Pro inferno com tudo isso. Eu quero mais é uma dose de emoção, misturado com álcool etílico, um veneno forte e amargo, um pouco de mel de abelha e uma cereja pra enfeitar.

A partir daí quero uma viagem alucinante em um corsel com pele de cobra, ou em um carro movido a adrenalina. Não importa, quero poder viajar do céu ao inferno em segundos, e retornar à Terra instantes depois.

Quero o sexo das mais variadas e insanas formas que as mulheres possam me oferecer, quero possuí-las, penetrá-las, quero indecentemente preencher suas almas com loucura, sem pudor, sem respeito, sem amor, porque amor quando vem, vem de brinde.

Um brinde, um drinque. Sentar em uma mesa e beber acompanhado de Deus e do diabo. Um brinde no céu, um drinque no inferno. Entre o bem e o mal eu prefiro o poder, prefiro não ter que escolher entre o certo e o errado, prefiro definir o que é o certo e o que é o errado.

No final quero encontrar um dragão, quero poder olhar nos olhos dele e ver se tal réptil é mesmo tão poderoso, tão imponente, quanto falam nos contos de fadas. Fadas, seres místicos que eu sinceramente acredito não existirem, mas quem sabe, nunca se sabe o que se esconde por aí.

Abraço. Boa leitura.

20 de outubro de 2009

Controvérsias

Seres humanos são criaturas definitivamente estranhas. Não consigo compreender, não consigo conceber, muito menos compactuar, algumas atitudes, no mínimo, cretinas. Vejam algo curioso: as pessoas nunca se importam com as palavras que falamos, mas sempre fazem questão que mantenhamos nossa palavra. Como conviver com isso?

É algo do tipo: não importa se eu jurei te matar, o que importa é que eu te mate. A primeira vista é assustador, mas em seguida é mais assustador ainda, é um verdadeiro filme de terror.

O valor das palavras, o valor do respeito, não se dá pelo que elas dizem, e sim pela intensidade com que são praticadas. Qualquer idéia de bom senso, moral ou, simplesmente, humanidade é simplesmente ignorada no processo.

Convenhamos que atitudes devem ser levadas em consideração, mas imaginem respeitar alguém pelo "simples" fato que ele vai te matar se assim disser que fará, ou por qualquer outra imposição de força que alguém possa lhe dar. Não respeitam mais as pessoas, dessa forma também não se acredita nelas.

Posso dar uma demonstração empiríca do que estou dizendo, hoje mesmo me peguei criticando o Lula - que de fato é um tirano, alguém já parou pra observar atentamente um discurso dele? "Eu sou... Eu faço... Eu fui... Eu fiz... Eu vou ser... Eu vou fazer...", e por aí vai, lembra figurinhas como Stálin, Hitler, Saddam, Fidel, e por aí vai. Mas eu criticava o Lula não por ele ser um tirano, mas por ele não manter a palavra.

"Lula & Cia Ltda." passaram 20 anos - de oposição - berrando contra o FMI, contra os banqueiros, contra o pagamento da dívida externa, contra a carga tributária, brigando pela reformas agrária, tributária, previdenciária, política, brigando por empregos. Enfim, carregando bandeiras que hoje vemos que ele não praticou, fez justamente o contrário, hoje é credor do FMI, bestfriend dos banqueiros, acabou com o CPMF mas quer "recriá-lo", e as tais reformas nem sinal, e os tais empregos nem sinal.

Não podemos esquecer dá postura moral de Lula antes de ser presidente. Alguém se arriscaria a dizer que o Lula viraria aliado do Collor, do $arney, do Calheiro$, parece piada, mas não é. Enfim, não queria me alongar no Lula, mas é que perco a paciência as vezes.

Pois bem, o Lula foi presidente ruim? Não! Então ele foi bom? Também não! E o que ele foi? Igual ao outros! E porque tamanha aprovação? O Lula tem um marqueteiro particular excelente, pago com dinheiro público e o cara tem que manter o emprego, resultado...

Vou manter minha palavra, e não votar mais na esquerda. Resta a direita, mas ela também é podre. Só resta uma solução, a única maneira de não pegar uma maçã podre é apanhá-la direto no pé. Então assim será, não votarei nem na direita, nem na esquerda. Votarei em alguém que ainda não tenha "saboreado" o "fruto proibido" do poder.

E eu queria ter levado o papo de outra forma.

Abraço. Boa leitura.

13 de outubro de 2009

Espelhos Quebrados

Espelhos Quebrados

O velho caminhava descalço, pisando em pedaços de vidro. Espelhos quebrados, cortavam seus pés, e assim o vidro ia ganhando cor, vermelho, cor de sangue. Havia muito tempo desde a última vez que aquele homem ouvira algo sobre seu passado, e ele nunca imaginou que este pudesse ainda causar-lhe tanto tormento.

Era uma linda noite, as estrelas brilhavam no céu coroado com uma das mais belas luas que ele jamais veria novamente. Ouvir aquelas palavras lhe tomou o corpo inteiro com um calor que jamais tivera sentido, por um instante não sabia se gritava ou se sorria.

Cada passo que dava sobre os espelhos quebrados parecia curar-lhe de outra dor, mas não era o bastante. Caiu de joelhos, lhe faltavam forças.

Havia medo, ansiedade, receio, era tudo muito novo, jamais havia experimentado tal sensação, não era como em outras vezes, não era algo comum, era diferente, precisava ser único, incomparável, inesquecível. No fim, talvez tenha sido, ou não.

Levando as mãos ao rosto, o velho tentou conter as lágrimas. Não conseguindo esmurrou o chão, até que suas mãos derramassem sangue, enquanto ao seu redor começava a formar-se uma poça vermelha, quase viva.

Quantas vezes foi mentira? Quantas vezes foi verdade? Jamais saberia. As almas haviam se perdido.

Em agonia, levantou-se depressa da cama. Olhou para o chão procurando por marcas de sangue, procurando vidro quebrado. Olhou para as mãos procurando cicatrizes. Nada encontrou. Levantou-se e foi até o banheiro tremendo, olhou para o espelho, e então se deu conta de que tivera um pesadelo, olhou para o relógio e viu que estava atrasado para o trabalho. Tomou um banho rápido e foi trabalhar. No caminho, pensou no pesadelo e viu que não podia chegar ao fim daquela forma, era jovem o bastante para não chegar a velhice atormentado. Não podia se perder em espelhos quebrados.

Uma coisa em comum entre espelhos, cristais e promessas, é que uma vez quebrados, não podem ser reparados. Não há retorno.

Abraço. Boa leitura.

7 de outubro de 2009

De Quem é a Culpa?

Hoje eu vou contrariar Dale Carnegie, que disse "não critique, não condene, não se queixe". Vou fazer um pouco de tudo isso eu acho. E a questão é que as vezes certas coisas me irritam, e quando elas me irritam e afloram até certo patamar, me sinto na obrigação de escrever.

É ridículo saber que a grande maioria das pessoas ao meu redor encara tudo de uma forma simplista que chega a ser doentia. Sempre vivendo em "padrões sociais", seguindo uma linha reta que só vai até onde outros já foram, pior que isso, se contentam com um "saber" que não chega nem a ser razoável. Me perdoem a arrogância, mas é verdade.

Não acredita? Então pare, olhe e escute ao seu redor. Olhe pra si mesmo diante do espelho. Pense e reflita acerca de quem você é, quem você quer ser, e quem você pode ser.

Talvez esteja perdendo tempo escrevendo isso, mas eu estou fazendo isso mesmo assim. carrego traços difíceis de se encontrar hoje em dia: idealismo, romantismo, respeito - a quem é devido - e, acreditem, ainda acho que contos de fadas, Papai Noel, coelhino da Páscoa, e outra série de coisas que a gente escuta quando é criança realmente existem.

É um costume feio, é um costume ruim, aliás, é um costume idiota o que todo mundo tem de colocar sempre a culpa em alguma coisa. Deus, o sistema, a sociedade, e eu pergunto: e nós não temos culpa?

Não podemos mudar o mundo, é verdade, podemos no entanto mudar a maneira de encará-lo. Temos escolhas, todos temos escolha, sempre. Colocar a culpa em outras coisas antes de se olhar no espelho é no mínimo hipócrita. Dizer que não temos escolha, é conversa de perdedor, é conversa de quem não acredita em si mesmo.

Aí vem alguém e pode falar de pressão dos outros. Tolice! Enquanto encararmos a pressão como um inimigo não iremos a lugar nenhum. Transforme a pressão em motivação, pare de se obrigar a fazer tudo certo, e verá que naturalmente as coisas acontecerão da maneira esperada.

Chega! Acho que estou pedindo demais, mas o fato é que não estou, no fundo, pedindo nada. No fundo, eu sei que não posso mudar o mundo, não posso mudar sequer parte dele, mas as causas perdidas sempre me pareceram atraentes.

São quase três da manhã, e enquanto eu escrevo algo que pouca gente vai perder o tempo lendo, os "cidadões-padrão" dormem tranquilamente e pouco se importam com o que digo. Para eles só posso dizer que tenho me olhado no espelho diariamente.

Abraço. Boa leitura.

5 de outubro de 2009

Respeito(?)

É incrível como algumas pessoas não se dão conta do que é o verdadeiro respeito, do que é a verdade sobre se ter respeito, se dar ao respeito, ter um senso de ridículo. Pra ser sincero, talvez nem eu mesmo me dê conta disso muitas vezes, mas têm coisas que realmente me irritam, e eu não consigo me conter.

Tocam o Hino Nacional e quando tem alguém cantando em um microfone é possível ouvir o hino, enquanto todo o resto apenas mexe os lábios, mas é vergonhoso ver um auditório inteiro apenas mexendo os lábios quando não há ninguém no microfone, é ridículo, é hipócrita essa atitude, um desrespeito ao que alguns se atrevem a chamar de nação. Mas segue a vida, é o que dizem.

Bobagem, a verdade é que vivemos num mundo hipócrita, e não importa o que façamos não vamos mudar o mundo. Por uma razão simples: o mundo não muda, as pessoas sim. Mas a maior parcela dessas pessoas, simplesmente não quer mudar, não se importa em mudar, preferem que a vida siga em frente.

Me chamem de revoltado, de rebelde, de louco, do que quiserem. Mas não mudo o que eu penso: o mundo é uma grande piada, e no fim não tem a menor graça. E não venham me dizer que cada um dá a graça que quer a sua vida, porque não é assim que funciona. Sou ciente que não posso vencê-los, sejam "eles" quem forem, mas não pensem que vou me juntar a eles. Prefiro continuar sendo uma ovelha negra, prefiro que me olhem torto, que sussurrem palavras ruins sobre mim, mas não vendo minha alma, nem ao diabo e nem à Deus, quem quiser que a conquiste.

Abraço. Boa leitura.


Revisão: só volto a postar aqui quando a revisora desalmada resolver aparecer.
Texto revisado seu revoltado, agora pode voltar a postar! =P
Cláudia Brito.

3 de outubro de 2009

O Amor Que Eu Tenho

O Amor Que Eu Tenho

Eu roubei
A lua
Para
Você
Roubou
O amor
Que eu tinha

Te daria mais
Além da lua
As estrelas
o céu
O Sol
E o amor
Que eu tinha

Agora é tarde
Você partiu
Fugiu?
Mentiu?
Não sei
Mas saiu
Ficou o amor
Que eu tenho

E eu chorei
Virei a noite
Depois o dia
E outras noites
E outros dias
Tentando esquecer
Sem precisar
Do amor
Que eu tenho

Na verdade
Não preciso
Que ame
Ou odeie
Que me tenha
Ou me evite
A mão que afaga
É a mão que mata
O amor
Que eu tinha
O amor
Que eu tenho
Não é seu
Me pertence
Acabou?
Tudo bem
Eu já vou
Indo
Vindo
Pra onde?
De onde?


Abraço. Boa leitura.

2 de outubro de 2009

Mil Vidas e um Amor

Mil Vidas e um Amor

Passos
Passo
Passa
O tempo
Passatempo
Diversão
Sem sentido

Ecos mudos
Ouçam surdos
Surdos
Surdo
Tambor
Tambores
Rufam sem som

Olhos
Olho
Olha
Chora
Lágrimas
Pranto
Pronto por nada

Coração
Pulsando
Pulando
Batendo
Doendo
Morrendo
De dor sem amor

Sentindo
Sentido
Sentida
Partida
Quebrada
Despedaçada
Sem pedaços
Em mil
Pedaços
Partes
Parte
À parte
Aparte
Fale
Ouça
Veja
Seja
Sinta
Viva
Não
Sem vida
Mas
Cem vidas
Mil vidas
E
Um amor


Abraço. Boa leitura.

1 de outubro de 2009

Na Janela

Na Janela

Passei a tarde inteira
Na janela
Observando uma cobra
Naja
Nela eu via a dor

Via motivos
Cem motivos
Sem motivos
Pra chorar
Por amor
Meu amor
Não me traga a dor

Pouco importa
O que digam os outros
Se falam de mal
Ou de bem
Não vem
Não tem
chance

Olho pros lados
Pra frente
Pra trás
E tudo
Sua lembrança
Me traz

Então deixa
Deixa eu ir
Procurar uma gueixa
Que não se queixa
Nem se fecha
Mas que não me ama
E então
O que importa
Fechasse a porta
Bateu
Na minha cara
Minha cara
Mas não tem culpo

A culpa
Minha
Sua
Não!
Nossa!
E com ela
Não há quem possa


Abraço. Boa leitura.