25 de março de 2010

Promessas

Aprendi um dia que não devemos fazer promessas que não podemos cumprir, não devemos dar nossa palavra em vão. E sempre tive muito cuidado ao prometer qualquer coisa - umas mais importantes que outras. E, também, me preocupei sempre em cumprir minhas promessas.

Reconheço que o mais difícil são as promessas que fazemos na frente do espelho, aquelas que ninguém sabe que fizemos, que fazemos questão de não contar pra ninguém, e que muitas vezes acabamos não cumprindo.

Mas quero falar de outra coisa. Prometi uma coisa a alguém, e não sei se vou poder cumprir. (Eu sei que isso não é da conta de ninguém, mais ainda, sei que não estão muito interessados em meus problemas, mas sei também que alguém que se importa está lendo, e dessa vez é pra esse alguém que escrevo.)

Imaginem um garoto que é fascinado por chocolate - Diamante Negro, o meu preferido -, talvez seja aquilo que ele mais gosta. Agora pensem que todos os dias o garoto passa em frente uma confeitaria e vê na vitrine centenas de chocolates, mas nunca pode comer sequer um, sequer provar. É triste. Mas não acaba aí, o garoto por algum motivo acredita que isso nunca vai mudar. Assustador. Passar o resto da vida nessa angústia.

Só consigo enxergar duas saídas: ou ele quebra a vitrine e corre o risco de se ferir, ou ele passa a andar por outro caminho.


Abraço. Boa leitura.

20 de março de 2010

Um Trago de Verdade

Hoje é não é um dia normal. Agora não é uma hora alegre. Talvez antes pudesse ter sido hoje, talvez hoje pudesse ser depois. Talvez nunca. Talvez, talvez, talvez...

Parafraseando Belchior, te digo que minha dor é descobrir que apesar de termos dito tudo o que dissemos ainda somos os mesmos. E sem paráfrase, é verdade, viver é melhor que sonhar. E só concordo, porque quando acordamos - como agora o fiz - somos tomados pela raiva não de outrem, mas de nós mesmos.

Mas como eu pude esquecer, como pude deixar passar justamente o que eu mais acredito, sem respeito algum, o que eu te falo, o que você me fala, são só palavras.

Nunca esperar nada, eu preciso aprender a conviver com essa idéia.

E amanhã, quando tocar o telefone, ou quando subir a janela no canto do monitor, ou ainda quando o carteiro me trouxer uma carta. Eu serei o mesmo cara de antes, continuarei a viver como se nada tivesse acontecido e a raiva de agora já vai ter passado.

O motivo é simples: é assim que são os bobos. E é por isso que eu costumo não gostar de ser chamado de bobo. Salvo raras exceções, quem nos chama de bobo, nos faz de bobo.


Passar bem.

6 de março de 2010

Prego Batido, Ponta Virada!

Os seres humanos são realmente criaturas intrigantes. Dia após dia sustentam "convicções" e, repentinamente, as jogam pela janela do último andar, muitas vezes em um processo de auto-flagelação. Frequentemente leio uma frase que me inspira e ao mesmo tempo não me comove. "Acreditar em algo, e não o viver é desonesto", é um pensamento de Gandhi.

Eu diria que todos os dias todas as pessoas do mundo fazem justamente o contrário do que Gandhi sugere, sem exceções. As pessoas preferem alimentar-se de ilusões, devaneios e impossibilidades. Preferem pontuar com reticências o que muitas vezes nem precisa começar para merecer um ponto final.

E o que falo parece contraditório, é verdade. E faço isso de propósito. É o que todos fazem!

Eu quero comer salgado, mas peço bolo. Eu quero beber suco, mas peço água. Eu acredito em Papai Noel, mas não escrevo carta pedindo presente.


Abraço. Boa leitura.