30 de junho de 2010

Às Cinzas de São João

Eis que ele sentou à luz da lua e ao calor das cinzas de uma ex-fogueira de São João e começou a pensar nela. Pela primeira vez teve medo, temia nunca vê-la. Mais que isso, temia que tudo não passasse de sonhos, e sonhos.

Encostou um cigarro numa das cinzas aquecendo-o até que ele começasse a queimar, e fumou para espantar o frio que o abatia mesmo bem próximo do calor das cinzas. O seu pensamento era um só.

Olhou para o céu cheio de estrelas e tentou juntá-las de forma que escrevessem o nome dela, conseguiu. O que lhe arrancou um sorriso tímido, levantou-se e saiu caminhando pela fazenda se distanciando das pessoas que estavam em povorosa por ali comemorando a noite de São João.

Ficou se perguntando onde ela poderia estar, ou o que poderia estar fazendo. Queria que ela também estivesse pensando nele, mas sabia que era uma coincidência que já acontecera antes, teimou consigo e mesmo assim acreditou.


Abraço. Boa leitura.

4 de junho de 2010

Relacionamentos Impossíveis

Renato estava sentado na beira da praia, tentava arrancar alguns acordes na viola enquanto ficava olhando belas moças passarem indo e vindo. Uma, até que lhe soltou um sorriso seguido de uma piscadela, mas ele fez vista grossa, deu um gole na cerveja, pôs a viola de lado e pegou o maço de cigarros.

Ficou encarando um dos mais confiáveis amigos com quem ele já convivera. E resolveu encerrar a amizade. Seu telefone tocou, estava na hora, levantou-se apanhou seus pertences, deixando na areia apenas o velho maço de cigarros com filtro vermelho.

Deu alguns passos pensando na vida, nas escolhas que fazia diariamente, fossem simples ou não. Pensou naquela mulher, ousada, definitivamente apaixonada pela liberdade. Pensou no quanto a queria ao seu lado, e no que vinha fazendo para conseguir. E ele pensou, e pensou, e pensou, e pensou.

Encarou o deslumbrante sol que ia caindo e dando lugar à noite. E pensou em todas as mulheres que poderia ter, nas que já tivera, na ligação que recebera na madrugada passada. E pensou, e pensou, e pensou, e continuou pensando.

Mas esse era o seu talento especial - como o Richard Gere, em "Uma Linda Mulher" -, relacionamentos impossíveis. E se perguntou porque só no cinema é que as coisas terminam bem. Simplesmente não era justo.


Abraço. Boa leitura.

1 de junho de 2010

De Vez em Sempre

E de vez em quando
No circo
Na multidão
Sem rumo
Sem direção

Me sobram partidos
Altos e baixos
E bate um vento
No relento
Na solidão

E nela me lembro
Do sorriso
Do riso
Incrivelmente
Incrível

Seu
Para mim
Espero
Desejo
Um beijo



Abraço. Boa leitura.


P.S.: Há quanto tempo eu não escrevia uma poesia aqui? Acho que foi dia 21 de Dezembro. E foi pra ela também.