25 de abril de 2011

Semana "Santa"

Não é informação privilegiada para ninguém que me conheça razoalvemente o fato que eu não sou uma pessoa muito religiosa e eu não tenho vergonha disso. Sou católico apostólico romano não-praticante - e se eu fosse vocês nem me perguntaria porque.

Mas eu tenho bons amigos e familiares bastante religiosos - alguns fervorosos demais para se discutir religião. E eu lembro de um tempo em que eu mesmo ligava pra certos costumes religiosos, principalmente cristãos. E um costume em particular vem perdendo valor com o passar dos tempos: a Semana Santa.

Hoje ela nem é mais tão santa assim, tem muita gente confundindo o período que representa os últimos dias de Cristo com o Carnaval. Tem faltado respeito ao período, embora pra mim isso não faça lá muita diferença - exceto que eu tenho mais um motivo pra tirar onda dessa sociedade otária.

São festas, bebedeiras e pecados - embora pecados existam o tempo todo - em alta num período que deveria ser repleto de autopreservação, de recolhimento e de abstinência. Mesmo as cidades mais paroquianas - daquelas que é possível que um padre proíba manifestação de candomblé em praça pública, mesmo que isso seja rasgar a Constituição - esquecem um pouco do quanto são paroquianas e se vestem de fantasias típicas de Carnaval.

"Esse rapaz reclama de tudo". Algumas pessoas podem estar pensando agora. Não tô reclamando, na verdade, eu tô só tirando onda com quem diz que eu sou sempre do contra, que eu sempre reclamo, só porque eu não pago de politicamente correto. E não pago mesmo. Vou ser assim, seja breve, seja sempre.

O homem revestiu tudo com um signigicado ético, mas isso um dia será tão relevante quanto hoje é a masculinidade ou feminilidade do Sol. Quem diz algo parecido com isso é Nietzsche, e é verdade.


Abraço. Boa leitura.


P.S.: Diferente do Carnaval, na Semana Santa eu não me enquadro no que critico, tenho certa consideração à tradição e não bebo vinho com a mesma função da água mineral.

8 de abril de 2011

#TragédianoRio

Estupidez. Não pode ser caracterizada de outra forma a ação dessa criatura, não pode ser chamada de ser humano, que provocou essa tragédia no Rio de Janeiro. Tragédia no sentido estrito da palavra, não dá pra querer interpretar ou justificar, simplesmente aconteceu. Cabe a nós lamentar e desejar condolências aos familiares, com a criatura morta, nada mais pode ser feito.

Lamentável. Uma outra coisa que merece lamentação é o fato dessa criatura não ter pensado de uma forma mais socialmente aceitável de promover uma chacina, ele poderia, por exemplo, ter se dirigido ao plenário da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, ia ser uma chacina que talvez prestasse algum serviço, se não à nação, pelo menos ao Estado do Rio de Janeiro. Sem contar que o transformaria num herói, num mártir.

Revoltante. E o que mais revolta, o que mais instiga revolta não é o ato em si, nem a forma como foi praticado, mas a forma como a imprensa tem tratado a situação, transformando uma tragédia dessa magnitude em uma briga idiota por exclusividade e audiência. Vale lembrar que isso não é novidade, mas sempre que acontece me irrita. Queria ver se uma das vítimas tivesse o sobrenome Marinho ou Macedo como seria a abordagem...

Uma estúpidez lamentável e revoltante, devidamente registrados. Aos pais uma dica: comprem armas de brinquedo para seus filhos, e tão logo seja possível lhes deêm armas de verdade, mas sempre ensinem a eles o que disse outrora Samuel Colt: "Armas não matam pessoas. Pessoas matam pessoas".


Abraço. Boa leitura (ou nem tão boa).

1 de abril de 2011

Dia Nacional da Moral Política

É, essa manhã cinzenta de um dia cinzento não poderia me trazer outra coisa que não uma ideia cinzenta. Pensando eu com meus botões, tive uma ideia brilhante, e típica vale salientar. Mas antes de apresentá-la, vou elencar os motivos de minha inspiração cinzenta.

Como sempre tenho dito, o Brasil e o brasileiro são muito engraçados, um humor deveras negro, é verdade, mas ainda assim que nos faz gargalhar - pra não chorar. Tanto é que os portugueses, por anos vítimas de piadas infames, deram-nos o troco com uma piada inigualável: transformaram o Lula em Doutor.

Tinha tantos José pra morrer - Sarney, Dirceu, Genoíno. etc -, mas pra poder haver a piada, teve que morrer logo o Alencar. Beatificado graças à sua ferrenha luta contra o câncer no Sírio-Libanês. Queria ver ele bancar o Highlander na fila do SUS.

Ainda recentemente ouvi dizer que Preta Gil tava querendo discutir moral e bons costumes, tomei um susto, mas descobri que era um programa de humor - o único humor inteligente da anencéfala televisão aberta do país. Mas tudo bem as pessoas mudam, é verdade. Eu, pessoalmente, tenho fé indubitável nisso.

E é por essa fé que tive a ideia tão brilhante que falei no começo. Para provar que está mudando, o nosso Congresso Nacional, que institui tantas datas idiotas no calendário, deveria criar uma séria. Como prova de mudança o Congresso deveria transformar o dia primeiro de abril, tradicionalmente chamado de Dia da Mentira, no Dia Nacional da Moral Política e ainda acrescentar um artigo ao Código Penal transformando em crime mentir nesse dia, crime qualificado em caso de ser praticado por político.

Eu, particularmente, começaria a acreditar na moral e na ética pública que o Sarney disse que tinha velado toda sua vida pública ao tomar posse como Presidente do Senado no começo do ano.


Abraço. Boa leitura.