28 de setembro de 2008

Culpado ou Inocente?



Desculpa pessoal por ter passado tanto tempo sem uma boa leitura por aqui, quase dois meses afinal. Mas acho que, além de muito ocupado, eu estava meio sem inspiração, sem saber o que olhar para poder escrever. Mas é isso, estou de volta e espero não demorar mais tanto tempo pra escrever de novo. Agora vamos prosseguir com as nossas imagens e palavras, a mistura do infinito e do finito.


Vocês sabem quem é o cara da foto eu imagino, mas para aqueles que não sabem, é o famoso Tio Sam, um dos símbolos da política americana, mas ele não está ai por causa disso. O que o trouxe até nós foi o gesto que ele está fazendo, apontando na direção de quem o encara. E este é o ponto, o que este gesto representa?

Apontar pra alguém é, mesmo que involuntariamente, acusar alguém de alguma coisa, boa ou ruim, mas ao apontar na direção de alguém isso sempre acontece. Podemos estar apenas dizendo "é ele, o entregador de pizzas", ou podemos estar fazendo uma acusação veemente e grave "é ele o assassino". Mas não importa, sempre despertamos uma acusação, um julgamento, uma sentença, uma condenação, entretanto ao contrário de em um tribunal da lei, as evidências não são releventas, provavelmente não existe como se defender, por mais que se tente defender-se, e o pior de tudo é que os antecedentes podem condenar sem julgamento algum.

Imaginem a situação descrita a seguir. Um homem condenado por roubo no passado, pagou pelos crimes que cometeu e foi libertado, e voltou a morar na mesma vila que morava antes de ser preso e condenado. E de repente, começaram a sumir coisas das outras pessoas que ali viviam, o homem não será o suspeito, ninguém irá procurar saber quem estava roubando de fato, as pessoas simplesmente vão acusá-lo, julgá-lo, sentenciá-lo, e talvez até mesmo executar a sentença, dando-lhe uma boa surra, e não importa se foi ele ou não que roubou, mas se as coisas continuarem a sumir, ele continuará a levar a culpa, talvez o matem e as coisas continuem sumindo, e aí, só tarde demais, é que as pessoas vão descobrir que cometeram um erro ao tratá-lo daquela forma, mas talvez ainda assim não se arrependam.

E no fim de tudo, não vai importar quem é de fato culpado ou inocente, só vai importar o que as pessoas pensam no exato momento em que estão realizando o seu "julgamento social", que não é justo, não permite defesa e sempre dá um veredicto culpado, o tipo de situação em que as pessoas esquecem a idéia de que é melhor deixar cem homens culpados livres do que condenar um único homem inocente, tudo que as pessoas desejam nestas situações é manter a "estabilidade social", o que eu prefiro chamar de manter a pose, manter a maldita pose social, de que "nós somos os certos, somos intocáveis, vivemos um nível acima, o resto é escória". Acho que as pessoas deviam se lembrar mais de que tudo muda, até mesmo pessoas podem mudar, mas não adianta trocar de roupas e continuar sem tomar banho, se me permitem o trocadilho, precisamos primeiro estarmos limpos, pra podermos depois vestir uma boa roupa.

Abraço. Boa leitura.

Um comentário:

Cynthia Germanna disse...

A primeira vista, só em ver a imagem, achei que você iria relacionar a foto do Tio Sam ao período eleitoral, já que estamos tão próximos das eleições.
O que não poderia deixar de estar nas entrelinhas não é mesmo?

Ao ler seu post relacionei um pouco com as discussoes que temos na universidade, no qual emitimos juízo de valor na maioria das situações que ocorrem no nosso dia a dia e com essa não poderia deixar de ser diferente.
É curioso a nossa capacidade de julgar o desconhecido. Cheio de conceitos vagos, ofensivos e sem valor ético nenhum.
Parabéns pelo post e a boa reflexão que você propôs aos visitantes deste blog.