31 de dezembro de 2008

E que venha o Ano Novo..


Olá amigos, esse post de hoje é realmente uma daquelas mensagens de Ano Novo, mas digamos que ao meu modo. Mas antes quero fazer umas considerações, nesse ano que irá começar dentro de algumas horas algumas novidades virão no blog, a começar por uma mudança de visual (mas ainda vai ser um dos layouts prontos do Blogger.com) e também virão algumas novidades com relação ao conteúdo, é aguardar pra conferir. Bem no mais, e sem mais delongas, acho que vão melhorar as coisas por aqui.

O Ano Novo está chegando, e este que estamos acabará em algumas horas. Normalmente as pessoas desejam inúmeros votos de felicidade, paz, saúde, etc. Eu desejo isso a todos vocês que vêm aqui perder tempo lendo minhas bobagens, mas acho que apenas dizer isso seria no mínimo hipócrita, pelo menos vindo de mim, que como podem perceber não costumo ser superficial, commo esses vtoos costumam ser, e creio que não deveriam.

Nesse ano vindouro, que possamos sempre procurar ser pessoas melhores, que possamos acreditar mais nas pessoas e nos decepcionar menos com elas (isso seria realmente bom). Seria igualmente agradável que pudessemos ter dentro de nós mais sentimentos inspiradores de respeito, companheirismo, lealdade, justiça e, porque não, humanidade. Afinal, somos humanos, embora alguns tenham esquecido disso, mesmo sendo algo praticamente impossível de se esquecer.

Há alguns dias venho vivendo dias felizes, e espero que eles possam se perpetuar ainda mais, desejo que todos possam ter seus dias felizes, porque eles são inigualáveis. Desejo profundamente que as pessoas, e tenho fé nelas, apesar de pouca, possam esquecer suas diferenças não só nos segundos antes e depois da virada de ano, mas que levem isso para o seu cotidiano, transformem esse sentimento em rotina.

Bem, é isso. Acho que terminei, espero que possam ouvir isso de pessoas novas, e das mesmas pessoas também, inclusive de mim (ouvi isso de uma pessoa muito especial, uma irmã, e roubei). Como diria Bob Marley: "Don't worry about a thing, 'cause every little thing is gonna be allright". Não se preocupem com coisa alguma, pois cada coisa por menor que seja vai dar certo.

Abraço e Feliz Ano Novo. Boa leitura.

30 de dezembro de 2008

Esquerda e direita, direitos e deveres...


Olá meus amigos. De volta, já quase Ano Novo, mas ainda não venho falar do ano vindouro. Isso fica pra depois. Vou falar ainda do "Ano Velho" ("Feliz Ano Novo, adeus Ano velho, que tudo se realize..." Lembram dessa musiquinha? Ao menos conhecem?).

Pois bem, hoje vamos bater aquele papo cabeça sobre política, papo chato eu sei, mas no tal do Ano Novo (e eu dizendo que não ia falar nele [Ano Novo]), os tais prefeitos, eleitos, talvez nem tão novos, vão ser empossados (ou será que se apossarão?), e vão decidir os rumos de nossas cidades, grandes e pequenas, pelos próximos quatro anos.

Quatro anos, uma Copa do Mundo, uma Olimpíada, um Pan-Americano. Quatro primaveras, quatro outonos, quatro invernos, quatro verões. Pra muitos isso é pouco tempo, pra outros nem tanto, pra mim depende do ponto de vista. Lembram sobre o que falei sobre dias e dias? Pois bem, para um bom governo (ou algo próximo disso, se é que existe) pode passar rápido, já para uma má adminstração podem durar uma eternidade (ou até mais que isso, perguntem pro Lula).

Os tais manda-chuvas, sentarão em seu troninho nos palacetes públicos dos 5.564 municípios Brasil afora. E estou eu na espera - que é quase uma utopia - de que eles, no mínimo, sejam gentis com o povo brasileiro. No fundo, se não leiloarem nossas almas, e nem sugarem o suor do nosso trabalho, acho que fica de bom grado, mesmo sabendo que deveriam fazer muito mais, muito mais mesmo.

Engraçado é que agora, depois de muitas linhas já escritas, percebo que fugi do que queria escrever, talvez levado um pouco pela passionalidade em depreciar a política (alguns me chamarão de hipócrita, mas não sou, e me arrependo de ter "tomado partido" à época das eleições, embora seja um arrependimento relativo). Mas retornando a idéia inicial do post, vou falar de algo curioso, muito curioso. Algo que sucedeu-se numa cidadezinha do interior do Nordeste, mas que pode muito bem traduzir o que é a política, ou do que ela é capaz e como ela funciona Brasil afora, talvez até mesmo mundo afora.

Historicamente, o povo, os trabalhadores, em outras palavras as classes mais baixas, sempre foram "esquerdistas", por mais que esse termo seja algo moderno. Enquanto a chamada elite, burguesia, ou como preferirem chamar a classe que está no topo da pirâmide social, sempre foram os tais de "direita". Mas eis que nessa "cidade-quase-fantasma", os papeis se inverteram a tal da esquerda tinha todo o apoio da tal elite, e a tal direita tinha o apoio do povo, das classes mais baixas da pirâmide.

Isso parece familiar? Talvez. Lembram do que falavam na época do Brasil Império? "Nada mais conservador do que um liberal, e nada mais liberal do que um conservador". Pois bem, acho que passados 120 anos, as coisas não mudaram muito. A história se reescreve, mudam-se nomes e datas. No fim, quem perde é o povo, é sempre assim, desde que a tal da civilização teve início, dominante e dominado. O mais forte subjuga o mais fraco. Fato.

No fim, quem conta a história é o vencedor mesmo, então, o povo está quase perdido, pra ser sincero acho até que o povo, do mundo inteiro, não sabe ao certo qual a verdadeira identidade cultural. Só um exemplo que gosto de usar sempre, imaginem se o Hitler tivesse vencido a guerra, o mundo hoje seria completamente diferente, provavelmente eu sequer estaria escrevendo isso (muito embora eu creia que esses "se", em questões históricas no fundo sejam irrelevantes).

Abraço. Boa leitura.


P.S.: mais uma vez Engenheiros no título, estou muito fã ultimamente.


Revisão: pô a essa hora fica difícil. E a revisora está de férias. Ahh Fahad, assim você queima meu filme! =D Post revisado. Cláudia Patrícia.

24 de dezembro de 2008

Fé cega e pé atrás...


Olá amigos. Cá estou mais uma vez a lhes prover com minha chatice quase que mórbida, e dessa vez em plena véspera de Natal. Pois bem, as felicitações e o desejo de boas festas faço logo, desejo a todos um Feliz Natal, mas sem aquelas coisas todas para evitar delongas, e pra não que quando chegue no fim do texto alguém não pare, e pense: "Meu Deus, ele é um cretino-hipócrita-desgraçado". A leitura hoje é polêmica, é algo que "não se discute", ou pelo menos não há muito proveito em discutir, devido a certas "tendências". Mas, lá vamos nós.

Mais uma vez, vou remeter em minhas palavras à perda recente de minha avó, definitivamente uma das pessoas mais importantes da minha vida, senão a mais importante. E acreditem, não vem sendo fácil superar isso. No último domingo completaram-se 30 dias desde sua partida, e seguindo o costume católico (não que eu seja católico, mais na frente vão entender) foi celebrada a "missa de 30 dias", coincidentemente, ou não, neste domingo a igreja estava lotada. Com a proximidade do Natal e as férias chegando parece que as pessoas reservaram um tempo a mais para a reflexão religiosa.

Mas antes, vou narrar um fato curioso que ocorreu antes que chegasse à igreja. Me perguntaram se eu não iria à missa de minha avó, e eu disse que ia sim, muito embora a essa altura já estivesse quase meia hora atrasado. E ouvi uma resposta curiosa: "O que vale é a intenção". Já volto a este ponto, permitam-me continuar a narrativa.

Bem, eu estava acompanhado de minha namorada na igreja, e notei que ela não estava muito à vontade lá. E então comecei a observar as outras pessoas que estavam ali, e me perguntei quantas delas também não estavam sentindo-se confortáveis lá, me questionei quantas estavam ali apenas por uma questão social, "pra manter a pose", se lembram da história da "intenção"? Bem o que vale não é intenção, não mesmo, o que vale é verdadeira, capaz de mover montanhas. Em seguida, sem pedir perdão e sem pensar duas vezes, questionei até mesmo a fé do próprio padre que celebrava a missa (eu sei que muita gente vai repudiar está atitude, e sinceramente não me importo, ele [o padre] é humano também, passível de erros).

Não sou capaz, nem é justo julgar, de apontar os muitos dos que estavam ali, e que definitivamente não legavam crença nenhuma. Mas era perceptível que ali muita gente, de fato, tinha fé em tudo aquilo que era pregado, em cada palavra, cada ação, pessoas que levavam ao pé da letra o "Credo", oração que afirma as crenças católicas:

"Creio em Deus Pai Todo-Poderoso,
Criador do céu e da terra,
creio em Jesus Cristo Nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai,
de onde a de vir a julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo,
na Santa Igreja Católica,
na comunhão dos Santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne,
na vida eterna.

Amém.(grifos nossos)"

E, por fim, não poderia deixar de questionar a mim mesmo se eu tinha a tal da fé, da crença. Na instituição [Igreja Católica Apostólica Romana], não há dúvida que não tenho a mínima fé (mais gente me aporrinhando, mas eu pulo a parte do "Credo" que fala "na Santa Igreja Católica", e não tentem me convencer do contrário), instituição alguma me convence, não instituições religiosas. Nos homens, bem talvez me reste alguma fé nessas pobres criaturas que muitas vezes não agem como deveriam, mas que são passíveis de erro, oras. E em Deus, bem de certo eu tenho fé em Deus, não só n'Ele mas em todo o seu legado, e acho que todos deveriam ter (e que não venham perguntar se Deus existe, essa discussão não me entra).

Agora imaginem todos vocês que leêm, sejam religiosos ou não, se todos tivesse a decência de abrir a boca e dizer exatamente isso que estou dizendo, posso apostar que muita gente pensa assim, mas têm medo de assumir o pensamento. Esse ano, eis que extrapolei a "cota" de missas por ano, normalmente não mais de 3 ou 4, esse ano foram mais de 10, não se enganem, não me tornei mais católico, apenas tive vontade de ir, e não só a missas, mas a cultos evangélicos também. Isso é a fé nos homens, e não nas instituições, não confundam. E fiquem com Deus.

Abraço. Boa leitura.


P.S.: no título mais uma referência as músicas de Engenheiros do Hawaii.

P.S.S.: Em 1945 um pergaminho foi achado em Nag Hammadi e foi tido como: "As Palavras Secretas do Jesus Vivo". O pergaminho na verdade é o Evangelho de São Tomé. Considerado por estudiosos o registro mais preciso das Palavras de Jesus, mas Igreja Católica o considera heresia.

E Jesus disse:
"O Reino de Deus está dentro de você e à sua volta, não em prédios de madeira e pedra. Rache uma lasca de madeira e estarei lá. Levante uma pedra e me encontrará. Quem descobrir o significado destas palavras não verá a morte." (vi isso num filme ou li em algum lugar, grifos nossos)


Revisão: tarde demais, ou cedo demais, deixa pra depois.

23 de dezembro de 2008

Salmo do Viciado em Heroína (Paródia do Salmo 23)


Olá amigos, hoje pela primeira vez estarei postando, na íntegra, um texto que não é de minha autoria, o texto a seguir, cujo a autoria eu não estou certo de quem seja, apesar de algumas suspeitas, data de 15 de Julho de 1988, em Currais Novos, apesar de logo em seu início haver algo que possa nos fazer crêr que não seja essa sua origem. Da mesma forma não sei o quanto de veracidade reside no mesmo, mas bem, é ler pra entender.

"Salmo do Viciado em Heroína (Paródia do Salmo 23)

Este "salmo" foi encontrado em uma cabine telefônica por um oficial de polícia de Long Beach, Estados Unidos. Foi escrito por uma jovem viciada de 20 anos de idade.

O rei heroína é meu pastor, sempre terei necessidade.
Ele me faz deitar nas sarjetas;
Guia-me ao alado de águas turvas;
Destrói minha alma.
Conduz-me pelas veredas da maldade por amor do esforço.
Sim, andarei pelo vale da pobreza e temerei todo o mal,
Porque tu, heroína, estás comigo.
Tua agulha e cápsula tentam consolar-me;
Esvazias a minha mesa de alimento na presença de minha família;
Roubas a minha capacidade de raciocinar.
Meu cálice de tristeza transborda.
Certamente o vício de heroína me acompanhará todos os dias de minha vida.
E habitarei na mesa dos execráveis para sempre.

No verso do cartão em que estava datilografado o "salmo", havia a seguinte mensagem ecrita a mão:

Verdadeiramente este é o meu salmo. Sou uma jovem, de vinte anos de idade e durante o ano e meio passado venho perambulando pela rua do pesadelo dos viciados em entorpecentes. Quero abandonar a droga e tento, mas não posso. A cadeia não me cura. Nem a hospitalização me ajuda por muito tempo. O médico disse a minha família que teria sido melhor, e na verdade mais generoso se a pessoa que me deu a droga pela primeira vez tivesse pego uma arma de fogo e estourado meus miolos, e prouvera a Deus que ela tivesse feito isso. Meu Deus, quanto desejo isso!


Currais Novos, 15 de Julho de 1988. (grifos nossos)"


No texto fala-se do vício em heroína, mas muitas vezes acabamos esquecendo outras drogas, "menores", ou ainda pior, lícitas. O tabaco, por exemplo, comecei a fumar aos 15 anos, isso fazem uns 6 anos e alguma coisa, e desde então tentei parar por algumas vezes sem êxito. No último dia 3 de Setembro, resolvi, não iria mais acender novamente um cigarro, dessa vez eu sabia que não faria isso, estava completamente decidido.

Mas, a vida é uma caixinha de surpresas (não resisti ao clichê). Eis que eu perdi uma pessoa muito importante pra mim e, sinceramente e sem orgulho disso, não fossem duas razões eu teria feito uma besteira, das grandes. Não fosse pela força dos meus amigos e pelo "prazer" em acender mais um cigarro, eu teria explodido. Por alguns dias seguintes, continuei a me amparar no cigarro para manter a cabeça no lugar.

Resolvi então, há pouco mais de duas semanas, parar novamente, aquela parada definitiva que eu havia escolhido antes. Já fazem mais de duas semanas, e sequer tive vontade de acender ou mesmo tragar um bom cigarro, e me escutem quando digo que fumar traz uma sensação incomparável. Mas não o farei mais, porque nessas ditas "drogas lícitas" o perigo por vezes é até maior que em outras "ilícitas". Espero profundamente que isso possa ser útil a alguém.

Abraços e Feliz Natal. Boa leitura.


P.S.: que post pra se colocar praticamente na véspera de Natal, mas tem nada não. Véspera de Natal eu coloco um de Boas Festas.

Revisão: tá tarde pra isso, deixa pra depois.

20 de dezembro de 2008

Quanto vale a vida?


Olá para todos. Um pouco mais de demora dessa vez, mas voltei. E com uma leitura interessante sobre prioridades. Parte do texto eu escrevi sem a intenção de publicar, mas como já tem alguns dias sem postar eu resolvi reaproveitar a idéia, e discorrer um pouco mais também.

Afinal, quais são as nossas prioridades na vida? Se alguém me perguntasse hoje qual a minha principal prioridade na vida, sem pestanejar eu diria que é ganhar na loteria, e depois eu pensaria no resto, com muito mais tranquilidade diga-se de passagem. Brincadeira, lógico. Não acho que, apesar de ser um capitalista e consumidor em demasia, o dinheiro deva ser o nosso principal foco na vida. É algo importante? Sem dúvida. Mas nem de longe o mais importante.

Eu tenho como grande prioridade na vida ser uma pessoa melhor, e se me perguntarem se quero ser melhor que alguém, a resposta é não. Ser uma pessoa melhor não quer dizer, pelo menos vejo dessa forma, que somos melhores que alguém, trata-se de ser o melhor que se pode ser, dar o melhor de si. Quantas vezes você já fez isso na sua vida? Eu fiz poucas, mas todas as vezes me deixaram orgulhoso de mim mesmo, e por isso a cada dia que passa tento ser uma pessoa melhor.

Acordar todos os dias, abrir os olhos e pensar: "Hoje será um dia melhor do que ontem". Eu penso assim, e encaro isso como a grande virada que podemos dar em nossas vidas. Creio que se todos pensassem assim, seria muito mais fácil viver, e muito mais prazeroso também. Muita gente fala em planejar a vida, o meu planejamento é simples e recursivo, ao dormir quero acordar vivo e ao acordar quero viver mais um dia para poder dormir de novo, o que acontece no meio tempo entre um sonho e outro é consequência.

Acredito que se passarmos a nos preocupar com os nossos sonhos, se deixarmos um pouco de lado a "burocracia social" que nos faz esquecer que não somos apenas mais uma pessoa passando pelo mundo, que somos únicos, e que as coisas sempre acabam acontecendo se soubermos aproveitar as oportunidades certas e fizermos as escolhas que definem quem somos. Pode ser que tenha eu tenha terminado sem falar nada sobre o título do texto, mas tem uma música de Engenheiros do Hawaii que tem o mesmo título, confiram pelo menos a letra.

Abraço. Boa leitura.


Revisão: Cláudia Patrícia

15 de dezembro de 2008

Existem dias e dias...


Olá amigos, cá estou de volta trazendo mais uma das minhas divagações, hoje sobre o tempo. Há propósito queria dizer a vocês que estou muito feliz ultimamente, e que talvez por isso ande inspirado para postar com tanta frequência, espero continuar assim.

Há dias que nós não queremos que acabem, por um motivo ou outro. Mas, afinal, o que são esses "motivos ou outros"? É simples, na verdade nem tão simples. Vamos fazer uma análise do tempo, como vi algum personagem fazer em um filme que já mencionei por aqui antes, mas vou falar um pouco diferente.

Vamos dividir a vida em dias (é talvez ela seja realmente dividida assim), mas vamos "tipificar" os dias, afinal que tipos de dias existem? Não vamos fazer uma lista infindável, mas também não vamos resumir em dias bons e ruins. Eu diria que existem os dias claros, os dias escuros, os dias cinzas, os dias "inexistentes" e os dias inesquecíveis. E que cada um passa de maneira diferente e um tempo diferente. Vamos lá.

Os dias claros são, talvez, os mais comuns, aqueles que não acontece nada muito fora do normal, que talvez tenham mesmo 24 horas. É nos dias claros que as pessoas costumam encontrar o que elas, ridiculamente, chamam de rotina e que eu prefiro chamar de estagnação de idéias, ou simplesmente comodismo. Os dias escuros são os dias frios, sozinhos, na varanda de um apartamento vendo os carros passarem na avenida. Aqueles dias em que cansamos da nossa ridícula rotina, pensamos em fazer alguma coisa diferente, e acabamos esbarrando nas paredes do quarto, da sala, ou do cômodo que preferirem, o cômodo mais cômodo depende de cada um. Os dias escuros, creio eu, por serem muitissímo chatos, acabam por certamente ter mais de 24 horas, são praticamente dois dias juntos.

Já os dias cinzas, são meio claros, meio escuros, isso seria o óbvio. Mas eu não gosto de ser óbvio, pelo menos não sempre. Os dias cinzas eles são aqueles em que nós acordamos no dia seguinte e perguntamos a nós mesmos se poderiam ter se tornado dias inesquecíveis, ou se chegaram a ser "inexistentes", mas na verdade não foram nem um e nem o outro, foram apenas cinzas. Isso é um meio termo? Não! Eu não gosto de meio termos. Esses dias cinzas têm uma particularidade, muito curiosa por sinal, sempre chove nos dias cinzas, sempre chove em algum lugar no mundo nos dias cinzas. São tão longos quanto os dias escuros, embora algumas vezes nem tanto.

Sobre os dias "inexistentes", se não estivessem entre as aspas, eu poderia simplesmente dizer que eles não existem, e novamente isso seria o mais óbvio. E já disse que não gosto de ser óbvio. As aspas, na verdade, estão ali pra dizer que a nossa vontade é que, de fato, tais dias não existissem, mas eles existem. E acreditem eles deixam marcas, cicatrizes mesmo. E por mais que agente tente, simplesmente não conseguimos não nos lembrar dele pelo menos uma vez por ano até o fim da vida. E seja um dia "inexistente", ou apenas sua lembrança, o tempo é definitivamente cruel, chamá-lo de carrasco seria um elogio, ele é um maníaco sadomasoquista, que parece se deliciar com o sofrimento alheio, e teima em não passar.

Por fim, e certamente mais importantes, são os dias inesquecíveis. Esses são aqueles que nós lembramos com os amigos da escola, são aqueles que contamos pros nossos netos, são aqueles que nos fazem acreditar que a vida pode ser qualquer coisa, menos mero acaso. Afinal, o que torna esses dias inesquecíveis não é como eles passam, ou o que acontece neles, mas sim todos os dias que o antecederam. As lembranças desses dias não aparecem apenas uma vez por ano, mas todos os dias seguintes, sucessivas vezes, e vale a pena cada uma dessas vezes. E bem, pode soar exagerado, mas os dias inesquecíveis, esses são eternos, eles nunca acabam, por que nós simplesmente fazemos questão de mantê-los vivos em nossa memória. Mas aí você me diz: "Dias não são vivos! Eles não tem vida". E eu te pergunto: "E quem disse que não?"

Abraço. Boa leitura.

13 de dezembro de 2008

bem, me quer?



bem, me quer?

num dia qualquer
tropecei numa pedra
qualquer?
mas era um cristal
intocável e brilhante
mas qualquer?

quis carregá-lo comigo
pra algum lugar
qualquer
mas acho que no fundo
era eu o qualquer

um brilho, um olhar
qualquer
um sorriso, um amor
verdadeiro
bem, me quer?

11 de dezembro de 2008

Conversa de Botas Batidas



Olá meus amigos, mais uma vez venho lhes trazer uma leitura. Bem, o post de hoje talvez acabe ficando "sempénemcabeça", mas é que ele é resultado de uma conversa muito interessante que tive com uma amiga, que por sinal, fez questão de servir de inspiração para esse post, e acabou servindo demais.

"- Quem sou eu?"

Acho que muita gente já se fez essa pergunta, um tanto quanto retórica, mas digamos que seja, em sua essência, complexa demais para ser respondida, ou talvez não seja prudente respondê-la. Afinal, seria como resumir a si mesmo, me permito parafrasear Clarice Lispector e dizer que, seria como somar duas maçãs e uma cadeira, e aplico isso livremente para todos os seres humanos. Mas qual a graça em se resumir? Afinal quem achar interessante deve ler o livro inteiro ao invés do resumo, por isso não fiquemos apreensivos se não soubermos nos resumir, deixemos que nos leiam por inteiro.

Bem, dizem por aí que bonitinha é uma feia arrumada. Mas bem, perguntem a qualquer mulher se ela prefere ser chamada de "bonitinha" ou de "feinha", aposto que todas preferem bonitinha. Acho que chamar uma mulher de bonitinha, é uma maneira mais carinhosa de tratá-la, "bonita" é muito formal, e "linda" muito extravagante. "Bonitinha" é uma espécie de meio termo, equilíbrio. E tolos são os que esquecem do equilíbro, afinal, ele sempre existe. "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma", disse Lavoisier.

As pessoas costumam usar de maneira muito abstrata conceitos como ruim, bom, ótimo, excelente, entre outros, para rotular umas as outras. Sabem, não sei ao certo em que rótulo eu me encaixaria, mas sinceramente pouco me importa. Tento sempre dar o melhor de mim, e torço para que isso seja o bastante, ou pelo menos que seja aceitável. Talvez se todos pensassem em dar o melhor de si, não para o próprio benefício, mas para o bem comum, poderíamos viver em um mundo melhor.

Bem se eu não tivesse cometido algum dos erros que eu cometi, ou mesmo dos acertos, será que eu estaria escrevendo agora? Eu costumo dizer que se eu tivesse uma "segunda chance" para recomeçar desde o meu primeiro erro, eu faria tudo exatamente igual. Afinal, eu fui moldado por meus erros e meus acertos, minhas escolhas, como falei em outro post, e no fundo eu me orgulho disso, e todos nós deveríamos.

O que é mais fácil entrar ou sair? Eu preferio entrar, a idéia de enfrentar, penso que sair remete muito ao sentido de fugir. Muito embora, talvez, toda saída seja uma entrada e vice-versa, existe uma diferença, uma grande diferença. Quando entramos estamos abrindo uma porta, enquanto ao sair estamos fechando-a. E mais, ao sair sabemos o que estamos deixando para trás, trancado na porta fechada, entretanto ao entrar muitas vezes não sabemos o que pode estar do outro lado da porta. O que seria mais interessante, a sensação do desconhecido ou do vivido? Eu responderia que a descoberta é muito melhor que ambas.

E coincidências, o famoso acaso. Será que um dia iremos entedê-lo? Eu, particularmente, prefiro acreditar nas escolhas que cada um faz, porém as vezes acontecem coisas inexplicáveis, que simplesmente não soam como uma mera coincidência. De fato, isso é uma dúvida que podemos carregar pela vida e conviver com ela, de maneira muitas vezes útil, e outras vezes nem tanto agradável. Mas, falando em coincidência, e o tal do amor à primeira vista, esse sim é uma complicação medonha. A começar do fato de que não conheço uma definição para o amor, então como dizer que à primeira vista sentimos algo que não sabemos ao certo o que é?

Enfim, seja à primeira vista, ou não, eu acredito no amor, acredito em contos de fada. E diria que também me sinto atraído por ele, algo desconhecido e eu gosto disso. O desconhecido é algo perigoso e, ao mesmo tempo, atraente, muito atraente. Agora, por favor, para as mulheres quando acabarem de ler isso não vão olhar para o primeiro gostosão que virem na rua e achar que uma grande coincidência e dizer que foi à primeira vista, pode ser perigoso, e pra rapaziada já passou do tempo em que colava dizer que foi amor à primeira vista, mas quem sabe à segunda vista, marquem um encontro de qualquer forma.

Abraço. Boa leitura.

9 de dezembro de 2008

O Que Define um Homem?


Olá amigos. Mais uma vez venho escrever algumas palavras para que possam ler e refletir um pouco. Vale a pena ler.


"O que faz de um homem ser um homem? Um amigo meu se perguntou. Serão suas origens? Como ele vem à vida? Acho que não. São as escolhas que ele faz. Não é como começa as coisas, mas como ele decide terminá-las."

A citação acima foi retirada do diálogo final do filme Hellboy, baseado no quadrinho de mesmo nome. É interessante que eu tenha mencionado por duas vezes recentemente filmes, mas acho que isso é apenas coincidência. Foram situações completamente que levaram a posts que no fundo tem uma certa ligação.

Talvez, à primeira vista, essa coisa toda que foi dita acabe lembrando daquela velha história do "não podemos voltar agora e mudar o começo, mas podemos começar agora e criar um novo final", não sei se é bem assim, mas é algo parecido. Mas tem muito mais coisa por trás do que o personagem falou no filme, afinal ele estabeleceu um parâmetro, daquilo que faz de um homem realmente um homem. E foi brilhante em sua conclusão.

Afinal, quem melhor para dizer quem realmente somos, do que nossas atitudes. Atitudes falam mais do que palavras, o que você diz é apenas o que você diz, e não acredito que seja necessário respeito nisso tudo. Afinal, são meras palavras, e não ações. Se estivesse falando pessoalmente, certamente eu teria dado um sorriso malicioso agora. Para em seguida, querer justificar que o que eu disse na verdade, não se aplica ao que eu disse, apenas para criar confusão.

Mas, o fato é que o homem é definido com moldes a suas ações, e não importa o quão bem ele tente disfarçar seus desejos e suas ambições e o que ele seria capaz para conseguir, ele irá esbarrar nos seus atos como se eles fossem uma armadura, que o protege do mundo, ou que protege o mundo dele. Sinal de que cada ação, por mais simples que possa ser, refletirá em sua imagem, e quando digo imagem, não falo da imagem social, do status, mas sim do caratér, o cartão de visita de todos os homens.

Enfim, não podemos esquecer, escolher é também excluir. Afinal, se escolhemos uma resposta, excluímos outra, se escolhemos um caminho, excluímos outro, e assim se aplica a todas as escolhas. E muito embora possamos adiar certas escolhas, chega uma hora que não temos escolha, se não escolher. E é nessas horas, que se define um homem, no momento em que ele carrega o peso de suas escolhas, e decide avançar um degrau em relação ao topo da escada, um eufemismo particular para o fim do túnel.

Abraço. Boa leitura.

7 de dezembro de 2008

Doce Presença


Doce Presença

Tão perto mas tão distante
Ao meu lado mas não junto de mim
Será que isso vai ser até o fim
Ou vou estar junto mais adiante

Seu sorriso, seu vestido
Seus olhos, seus cabelos
Me contento só em vê-los
Embora de coração partido

A sua voz me acalma a alma
Com você perto fico em paz
Momentos que não esqueço mais
Lutando contra meus ciúmes
Acabando com meus costumes
Sendo mais do que sou capaz

Somente quando estou com você
Sentindo o seu abraço quente
Passo a acreditar novamente
Mesmo estando a sua mercê

Para estar com você
Apenas estar com você.


Abraço. Boa Leitura.

5 de dezembro de 2008

Para estar com ela..


Olá pessoal, estou voltando hoje pra falar de coisas de um filme que vi há um tempo atrás. Um bom filme, uma boa história, e acho que já falei alguma coisa sobre ele por aqui antes, O Ilusionista, de Neil Burguer.

O protagonista, um ilusionista famoso, reencontra-se depois de muito tempo com seu primeiro amor, e muito provavelmente o único amor verdadeiro que conhecera na vida. Ela, uma duquesa da nobreza austríaca, e ele, um ilusionista talentoso, entre eles um poderoso príncipe do Império Austríaco.

No decorrer do filme uma trama muito bem estruturada, que leva a um final mais que surpreendente. Mas isso, eu não vou detalhar, assistam. O foco principal do filme, além da paixão sem medidas dos dois, é que o ilusionista, Eisenheim, faz uma série de coisas que geram controvérsia na cidade de Viena, questionando inclusive o filho do imperador. E isso faz com que ele passe a ser perseguido pelo chefe de polícia.

Já nos momentos decisivos do filme, quando questionado pelo chefe de polícia por que insistia em tais atitudes, Eisenheim limitou-se a responder: "É apenas para estar com ela...". Apenas mais tarde o chefe de polícia entenderia que o ilusionista estava apenas fazendo mais um truque, um truque "vivo". Mas o interessante nessa parte, é a fala do ilusionista, para estar com ela...

E sabem, se pararmos para pensar um pouco as vezes fazemos isso. As vezes fazemos algo, um sacrifício ou não, apenas para nos sentirmos perto de alguém, ou para estarmos perto literalmente. Sempre movidos por algum sentimento forte, seja uma paixão ou uma grande amizade. O fato é que quando situações assim acontecem, é porque existem pessoas com as quais nos importamos e nos preocupamos, e pessoas que de uma forma ou de outra amamos de verdade.

Sabem, eu já parei uma vez, já deixei tudo que eu estava fazendo para me sentir perto de alguém muito importante pra mim, e não me arrependo. Porque quando sentimos essa necessidade de largar tudo, fazê-lo nos traz tranquilidade, calmaria e, acima de tudo, nos deixa felizes. E é isso que importa, ser feliz. É curiosa uma observação que Eisenheim faz no começo do filme: "Nunca tivemos a sensação de que um lindo momento pareceu passar tão rápido e queriam que pudéssemos faze-lo durar mais? Ou ver que o tempo não passa em um dia tedioso e queriam que pudéssemos faze-lo passar mais rápido?"

Abraço. Boa leitura.

Revisão: Cláudia Patrícia.

3 de dezembro de 2008

"Os Donos do Brasil" - Parte 02


Olá amigos, estou de volta para as nossas conversas casuais. E enfim, trago a segunda parte da série "Os Donos do Brasil".


Na idade média, o bobo da corte divertia o rei e a corte. Declamava poesias, dançava, tocava algum instrumento e era o cerimoniário das festas. De maneira geral era inteligente, atrevido e sagaz. Dizia o que o povo gostaria de dizer ao rei. Com ironia mostrava as duas faces da realidade, revelando as discordâncias íntimas e expondo as ambições do Rei.

No Brasil, em pleno século 21, o "bobo da corte" é um delegado federal, ao investigar crimes financeiros, o bobo "paladino" da corte, viu-se em meio uma investigação dos verdadeiros criminosos, bandidos de colarinho branco, que cometem crimes substituindo as armas por canetas, e acabam sempre por causar estragos muito maiores com elas.

Mas como a crença nas instituições públicas vem diminuindo dia após dia, não era de se espantar que muita água ia rolar pra transformar o delegado, num legítimo bobo da corte. Numa corte onde o Rei, um banqueiro, tem acobertando seu manto pessoas poderosas, algumas realmente poderosas, bastou o bobo da corte revelar algumas "discordâncias íntimas" e expor as "ambições" do Rei, que os seus protetores logo correram para calar o pobre bobo.

O bobo foi encuralado, pressionado, afastado de suas funções, afastado de seu cargo, questionaram sua integridade, acusaram-no de cometer crimes, enfim, declararam guerra ao bobo da corte, mas se fizeram isso, é muito provável que o danado do bobo esteja realmente perto deles. E nesse caso tem muita gente tremendo as canelas uma hora dessas.

O pobre bobo, continua a falar, rasgando aos quatro ventos as "discordâncias íntimas" e as "ambições" do Rei, o banqueiro, que como se não bastasse e não se importasse com o que o bobo diz, recentemente engordou seu patrimônio em uns R$ 2 bilhões, isso porque algum bebum barbudo da taverna republicana resolveu assinar uns papéis pro filhão tirar umas férias.

Abraço. Boa Leitura.

26 de novembro de 2008

A Força dos Amigos..


Uma semana desde o último post e, acreditem em mim, foi uma semana muito difícil, e ainda está sendo. Ainda não é dessa vez que vou continuar com "Os Donos do Brasil", não tive tempo de preparar o post, mas eu vou continuar, garanto. Por hoje mais um post pessoal, estritamente pessoal, mas como o blog é meu, eu posso.


Acho que a maioria das pessoas já passou por um momento difícil, principalmente com a perda de pessoas queridas. Pois é, no último sábado minha avó faleceu e está sendo muito difícil para mim enfrentar essa situação. Imaginem que no domingo eu tinha que fazer provas do vestibular, e eu fui, apesar da ansiedade e do nervosismo que não são comuns a minha pessoa. Mas não quero falar dessa situação incômoda na prova ou da dor da perda. Quero falar dos meus amigos.

Sabem, eu sempre li em muitos lugares muitas coisas sobre a amizade verdadeira, e eu acredito que existem amizades desse tipo, mas apesar de tudo eu nunca tinha percebido o quão verdadeiro é tudo o que eu li. E justo nesse momento difícil eu estou vendo o quão verdadeira e importante é a força dos amigos.

No sábado, eu passei um longo tempo sem dizer uma palavra, sem falar com ninguém. Falei então com uma amiga muito importante, embora por telefone, e ouvir a voz dela me acalmou um pouco, mas perdi a fala novamente ao desligar o telefone. E assim fiquei até receber a visita de uma outra amiga, tão importante quanto a primeira, e dessa vez, provavelmente pela presença dela, eu consegui começar a falar de novo. Embora cada palavra fosse muito dolorosa.

Ainda enquanto eu não falava eu recebi a visita de um grande amigo, um irmão como os que eu tenho de sangue, apesar de naquele instante não ter dito uma palavra, escrevi em um papel o quanto aquela visita estava sendo importante, por vezes eu não me sentia a vontade ouvindo ele falar enquanto eu não tinha coragem de dizer nada. Mas ainda assim ele fez uma outra coisa muito importante pra mim naquele dia, e eu serei eternamente grato por isso.

No fim daquela tarde fatídica, quando estavam todos prestes a ir para a Igreja e em seguida ao cemitério, eu perdi o controle, não conseguia aceitar que tudo aquilo estivesse acontecendo. Eu gritei, chorei, me debati, senti vontade de morrer também, cada vez mais sentia um vazio dentro de mim. Foi então que ela, aquela amiga que tinha ido me visitar e ainda estava comigo, me levantou e me levou pra o terraço da casa, onde tentou me acalmar.

E foi então que, um a um, comecei a ver meus amigos chegando, meus verdadeiros amigos, pessoas que eu confiaria minha vida, e aquilo foi reconfortante pra mim. Nesta hora eu consegui falar com todos, e isso foi fundamental pra que eu não me descontrolasse de novo. Mais ainda, foi fundamental para que eu não fizesse uma besteira. Obrigado, amigos, irmãos.

Abraço. Boa leitura.

20 de novembro de 2008

E aí? Onde vamos comer?


Olá amigos, antes de continuar a série "Os donos do Brasil", uma pequena pausa para esse post, que no mínimo vai ser engraçado no fim. É um post um tanto quanto pessoal, mas acho que muita gente já passou por isso.


"E aí? Onde vamos comer?", quem nunca se fez essa pergunta ou já ouviu a mesma. Pois é, quando se encontram duas pessoas que não gostam de "decidir", ao meu ver, a situação sempre se torna de alguma forma, no mínimo, engraçada.

Fica aquele leva-e-traz: "Escolha você", "Não! Escolha você", "Eu não, escolha você", e por aí vai a lista é grande. Como eu falei antes é uma opinião particular, mas esse é o tipo de "discussão" que vale a pena se discutir por horas, pelo menos pra mim que odeio tomar decisões, sem contar que é uma forma excelente de descontrair as coisas.

O mais legal é quando os dois estão com fome, aí é que a coisa fica engraçada. Por que lá estão morrendo de fome, e simplesmente não decidem, se recusam a escolher, nesses casos quem tiver com mais fome normalmente escolhe. Depois de escolher onde comer, em escala menor, às vezes acontece outra cena pra decidir o que comer. São o tipo da coisa, engraçadas na hora, e muito engraçadas depois.

Mas tem outro lado muito mais legal nisso tudo. Essas coisas servem pra transformar momentos inesquecíveis e importantes em momentos realmente inesquecíveis. E a lembrança é mais agradável ainda pelo fato de ser engraçado, e curioso eu diria. Mas enfim, é sempre agradável esse tipo de situação e sempre cabe o convite, e da próxima vez um jantar?

Abraço. Boa leitura.

17 de novembro de 2008

"Os donos do Brasil" - Parte 01



Nos próximos dias estarei publicando uma série de textos com o intuito de informar e de expor minha opinião sobre os fatos que vêm ocorrendo no nosso país nos últimos meses. Nesse decorrer irei levantar questionamentos importantes sobre os mesmos e, ao mesmo tempo, irei oferecer a minha resposta aos mesmos questionamentos.



"A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito." (Art. 1º, Constituição Federal de 1988)

Historicamente, o que se conceitua como Estado democrático de direito, é uma designação àquele Estado que garante o respeito das liberdades civis, ou seja, respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais. Por meio de uma proteção jurídica, as próprias autoridades políticas estão sujeitas ao respeito da regra de direito. Em um Estado democrático de direito, o poder estatal é limitado pela lei, não é absoluto, e essa limitação é controlada pelo acesso de todos ao Poder Judiciário, com autoridade e autonomia necessárias à aplicação da lei.

"Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza." (Art. 5º, Constituição Federal de 1988)

Quem acompanha os meios de comunicação com frequência, seja no âmbito local ou nacional, sabe que não é bem assim que as coisas funcionam. O problema, é que ultimamente as coisas vêm piorando, antes tudo acabava em "pizza". Raramente haviam investigações, niniguém nunca tomava conhecimento dos fatos, prisões nem se fala. Os criminosos de verdade agente nem sequer sabia quem eram, mas aquele ladrão de galinha, de feijão, ou de qualquer outro gênero alimentício, era preso e ainda passavam imagens dele, algemada vale salientar, nos noticiários.

Nos últimos anos, é corriqueiro ligar a TV e ouvir no jornal que a Polícia Federal prendeu dezenas de pessoas em mais uma operação contra o crime organizado (e a cada dia vemos que é mais organizado ainda), na maioria dos casos (não vou dizer em todos os casos, porque sinceramente não tenho certeza) em que houve prisão ou envolvimento de políticos, deixaram "cicatrizes" tanto no Governo Lula quanto na oposição. Alguém lembra do "Mensalão"?

Mas o que se seguia após cada operação era vergonhoso, a Polícia Federal apresentava provas cabais, inquéritos completos e vinham os parlamentares, instauravam uma CPI e no fim de tudo acabava em "pizza", mas agora agente já está tomando conhecimento público tanto dos crimes quanto dos criminosos, os criminosos de verdade. Mas ao que parece só recentemente é que resolveram investigar os mais poderosos criminosos do país, pessoas que por sua vasta influência (que eu chamaria de vasta folha de pagamentos) podem ser consideradas "os donos do Brasil".

Não se pode mais algemar o bandido. Procuram-se provas para condenar um delegado que fez o trabalho dele, investigou um bandido, um criminoso do mais alto nível. Pessoas idôneas são afastadas de suas atribuições legais em detrimento de um bandido. Parte da mídia cria fatos para desviar a atenção dos verdadeiros crimes e criminosos. O Estado democrático de direito, garantido pela Constituição Federal, é desrespeitado, a própria Constituição é tratada como lista telefônica na mais alta corte do Judiciário.

Queria eu que o povo gritasse para todos eles, sejam eles quem forem, que o nosso país não tem dono. O Brasil é o nosso país, o país do povo brasileiro e para o povo brasileiro, e eles, criminosos de paletó e gravata, não são bem-vindos.

Abraço. Boa leitura.

12 de novembro de 2008

A Calçada da Fama...


Bem, primeiro queria dizer que este não era originalmente o post previsto, mas que devido alguns ajustes propostos no mesmo, estou adiando um pouco aquele post (isto é valido para aqueles para quem eu estive fazendo propaganda). Bem e este post, é uma resposta desse blog a uma pergunta que me foi feita.


Por vezes nos encontramos perdidos em nossas próprios pensamentos, procurando respostas por tanto tempo que acabamos por esquecer as perguntas. Em um poema que escrevi há um trecho interessante:

"Quem vai gostar de mim?
Quem vai lembrar de mim?
De mim? Ninguém!
E de você? Também!"

Acho que no fim das contas a maioria das pessoas se importa de mais com isso, ser lembrado, ser admirado. Mas e o que as mesmas pessoas fazem para tal? Muitas vezes nada que realmente mereça ser lembrado, mas que por conveniência ou comodismo acaba sendo incluso nos anais da história da humanidade.

Acho que as pessoas deveriam preocupar-se mais em construir um mundo melhor para todos, do que em construir uma imagem própria melhor para o mundo. Talvez, se todos agissem dessa forma, o mundo se tornasse um lugar melhor, mas de certo mesmo muita gente ia deixar de ser lembrada pelo vestido extravagante na festa de fim de ano, ou pelo carro importado caríssimo comprado depois da promoção no emprego. As pessoas iam perceber que no fundo, não importa o que se tem na vida, mas quem se é na vida.

Sabem, um dia eu encostei a cabeça no travesseiro antes de dormir e me deparei com um turbilhão de pensamentos sobre as mais diversas coisas, e percebi que eu não estava fazendo a minha parte, não estava dando uma parcela de contribuição para que as coisas fossem diferentes como eu achava que deveriam ser. Resolvi começar a fazer alguma coisa, fiz planos, tive idéias, tracei objetivos. E comecei a fazer as coisas acontecerem, primeiro com esse blog, e depois outras coisas virão, com o tempo quero aumentar a minha parcela de contribuição para que as coisas possam ser diferentes.

Talvez, alguém que esteja lendo isso acabe pensando que eu estou sendo hipócrita, como há algumas semanas atrás eu fui rotulado em um comentário, no post "As 'Colunas Sociais'". Bem, só posso pedir paciência, e quem sabe um dia todos poderão ver que eu estou falando sério.

Abraço. Boa leitura.

6 de novembro de 2008

A Cor do Dinheiro...


Olá amigos! Pois é, demorei um pouco para postar de novo, mas é que estou pensando em novas idéias pro blog. Mas, por enquanto, as velhas idéias ainda estão presentes e são mais do que agradáveis.


"Change has come to America!", em bom português: "A mudança chegou à America!". Foi o que disse o 44º Presidente eleito dos Estados Unidos em seu discurso após a confirmação de sua vitória. A vitória do primeiro negro eleito Presidente e desde Kennedy, há quase 50 anos, nenhum presidente havia sido eleito com maioria tanto de votos quanto de delegados do colégio eleitoral, por mais que existam controvérsias a esse respeito.

O Presidente mudou, o partido mudou, afinal Obama é democrata e seu antecessor, Bush, é republicano, e o Salão Oval da Casa Branca agora será ocupado por um negro, pela primeira vez na história. Mas apesar dessas mudanças evidentes, o dinheiro não mudou de cor, nem de valor. A crise financeira mundial não acabou, pelo contrário continua levando a falência muita gente, e transformando outras em milionários, verdadeiros golpes de sorte.

E mesmo que ele (o dinheiro) tivesse mudado de cor, que diferença faria? Nenhuma, creio eu. Talvez exista por trás da eleição de Barack Hussein Obama nos Estados Unidos da América (do Norte), o primeiro negro eleito presidente, um homem que carrega em seu sobrenome uma lembrança a um dos homens que mais desafiou os EUA enquanto vivo, e que foi enforcado por causa das armas de destruição em massa que nunca foram encontradas.

O rival de Obama, o também senador, John Sidney McCain, é aquilo que os militares costumam chamar de veterano, um herói da Guerra do Vietnã. Alguém lembra dessa guerra? É aquela que ficou conhecida por ser a única guerra que os EUA foram derrotados, derrotados por "fazendeiros com forcados", como foram julgados os vietcongues pelo então presidente, Lyndon Johnson, que havia sentado na cadeira maior do Salão Oval, depois do controvérsio assassinato de John F. Kennedy.

McCain é republicano, é um veterano do Vietnã, tem 72 anos, e tinha o apoio do Presidente Bush(?). O que poderia nos levar a pensar que ele poderia nos trazer muitas outras guerras para assim superar a crise financeira, afinal historicamente foi assim que os EUA resolveram suas crises enfrentando guerras. Depois de 1929, aconteceu a Segunda Guerra Mundial, em seguida a Guerra Fria. Com as crise do petróleo as guerras no Oriente Médio foram inúmeras, a principal delas foi a Guerra do Golfo, contra Saddam Hussein, e sabe quem era o Presidente? George Bush, o pai do atual presidente.

Mas o que nos garante que o tal negro, o democrata, Barack Hussein Obama, não irá continuar a política de sempre, que eu prefiro chamar (carinhosamente) de "política de guerra"? Afinal a crise está aí, e ao que parece ela não quer ir embora sem antes causar mais "desastres". Ao contrário da maioria das moedas correntes ao redor do mundo, o dólar tem todas as suas cédulas de uma única cor, o verde. O mesmo verde das fardas militares, o mesmo verde das florestas (da Amazônia, por exemplo). O novo presidente é negro, ou seja, (sem preconceito algum nesta parte, por favor não me entendam errado) ele é da cor do petróleo, o ouro negro. Sabe-se lá o que essas tantas "coincidências", forçadas ou não, querem dizer.

Enfim, vamos esperar pra ver. Mas para ver o que? Eu, particularmente, não desejo ver uma nova guerra, muito menos em escala mundial. E vocês o que pensam? Só posso dizer que pra aqueles que têm fé, devemos rezar para que as coisas realmente mudem, ao invés de "mudar". Para os que não têm fé, ou que não gostam de rezar, vamos então torcer pelo mesmo fim. Pois, assim como não importa a cor do dinheiro, não importa a "cor" da esperança, que muitos dizem que é verde (como o dólar), mas que na minha opinião pode ser de qualquer cor.

Abraço. Boa leitura.

31 de outubro de 2008

"M" de Memórias..


Bem, hoje eu queria escrever um poema, mas por alguma razão a inspiração não veio, quem sabe até porque eu não deveria escrever um. Bem, hoje também estou com uma certa preguiça pra escrever e também pra pesquisar qualquer coisa. Mas vamos lá, afinal preciso falar de alguma coisa além de dar desculpas.


Um carvalho geralmente é uma árvore enorme e frequentemente muito antiga. Para muitos pode servir como um símbolo de sapiência e força, conceitos que não tão ocasionalmente andam juntos. Pois bem eu queria sentar à sombra de um carvalho por horas afim de imaginar e, quem sabe, compreender tamanha sabedoria quanto as pessoas falam. E esse tempo pensando também me faria pensar em uma outra qualidade do carvalho, a perseverança.

Pois é, de todos os conceitos abstratos que as pessoas acabam ligando ao carvalho, talvez o mais próximo da realidade, a perseverança é talvez o único que ele nos ensine voluntariamente. Sabe eu encaro o carvalho como uma metáfora, se o personificasse em uma pessoa ou um grupo de pessoas seriam os meus amigos, os amigos de verdade aqueles que sempre estão dispostos a oferecer enormes contribuições para a nossa felicidade.

E porque não dizer que nossas sombras são também nossas amigas, afinal elas nos acompanham a vida inteira pra onde quer que formos. Pois bem, na imagem é possível perceber que as sombras de mãos dadas formam uma letra "m" no chão, e eu deliberadamente me fiz acreditar que aquele "m" está diretamente ligado a memórias, aquelas que nós guardamos sempre dentro de nós quando passamos por momentos inesquecíveis.

Sabe hoje eu tive um momento inesquecível, foi algo simples, não foi nem de longe parecido com os grandes momentos que as vezes vemos nos filmes de Hollywood e acabamos por desejar viver o mesmo. Mas eu sabia que seria inesquecível desde o momento em que pensei pela primeira vez sobre esse momento, e no fim eu estava certo. Foi inesquecível, foi de um significado inimaginável pra qualquer pessoa que não seja eu, e talvez um dia eu fale sobre isso.

Abraço. Boa leitura.

26 de outubro de 2008

Fogo contra fogo..


Olá amigos, mais uma vez me foi permitido escrever algumas linhas por aqui. O título é uma pequena menção a um filme antigo que tem um pouco haver com as entrelinhas do que vamos falar hoje. A imagem acima de uma fogueira em seu ápice, nos remete a idéia do fogo. Pois é, foi há muito tempo atrás, que eu sequer sei quanto, que o homem conseguiu "dominar" o fogo, ou pelo menos desenvolveu as primeiras técnicas para se utilizar o fogo em benefício da humanidade.

"Nunca acendas um fogo que não possas apagar", um antigo provérbio chinês que nos faz pensar se de fato o homem "controla" o fogo, como contam os livros de História. Mais que isso, esse pequena afirmação pode nos fazer pensar que o fogo, pode não ser apenas aquele que conhecemos, que o fogo, na verdade, pode ser um ímpeto indomável e que não deve ser provocado há menos que se possa contê-lo caso ele saia de controle.

O fogo, citado nesse provérbio chinês pode facilmente ser encarado como uma pessoa inconstante e explosiva, que quando provocada é capaz de coisas terríveis ou, até mesmo, catastróficas. Mas não só uma pessoa assim pode assumir a identidade desse fogo, até mesmo o mais calmo homem pode sim ser esse "fogo chinês".

É simples explicar isso, normalmente usamos diferentes maneiras para acender o fogo para cada situação. Por exemplo, é preciso fazer certos preparativos para acendermos uma fogueira junina, mas para acendermos uma das bocas do fogão na cozinha basta riscar um fósforo. Da mesma forma podemos encarar as pessoas, as mais explosivas, mais inconstantes, podem ser "acesas" com uma simples provocação, já com pessoas mais calmas, mais seguras, é preciso fazer certos preparativos, criar certas situações, para que então seja possível fazê-las "pegar fogo".

É talvez o homem tenha mesmo aprendido a dominar o fogo, a reação química que chamamos assim. Mas creio que o fogo que está adormecido no interior de cada ser humano está longe de ser dominado, ou mesmo entendido.

Abraço. Boa leitura.

22 de outubro de 2008

Rota de Fuga


Olá pessoal. Hoje vou colocar mais um pequeno conto, só pra quebrar um pouco a rotina. E adianto que a estória narrada a seguir é bastante intrigante.

Rota de Fuga

Ele ouvia barulhos que o deixavam ainda mais nervoso, cada passo que ele dava era tomado por mais daquela agonia mórbida, tomado pela sede de ódio e rancor, desejando um segundo após o outro acabar com tudo e todos que faziam com que ele se sentisse mal, o problema é que estas eram as mesmas pessoas que ele admirava e amava no mais íntimo de sua alma, e este era um dilema que nem mesmo toda a sua capacidade era capaz de solucionar. Mais uma vez ele encontrou apenas uma solução, fugir.

Deixou aquele lugar, subiu em sua motocicleta e arrancou estrada a fora, sem se importar com que caminho seguir, ou com o que encontraria no caminho. A única coisa que importava é que ele estava numa rota de fuga. O vento na cara lhe trazia a sensação daquilo que ele nunca teve, de fato, liberdade. Por um instante ele achou que tivesse encontrado a resposta, mas ele logo percebeu que não era tão simples.

Não seria fácil seguir, o dinheiro tava acabando, a motocicleta estava com problemas, até mesmo a bebida estava escassa. Ele encostou-se embaixo daquela árvore, levou a mão esquerda ao bolso pegando seu maço de cigarros, retirou um e levou até a boca. Enquanto levava a mão direita ao outro bolso para pegar seu isqueiro, olhou para frente e suas pernas estremeceram, era impossível que seus olhos estivessem vendo aquilo, não podia ser real.

- Ora, ora, ora. Juan Camiñante. O que o trouxe a esses lados? – falou uma bela ruiva dos olhos azuis, que vinha ao lado de um homem esguio que estava com a cara fechada. O homem seguiu observando os dois e sem acreditar naquilo que estava vendo.

- Camiñante. Você sabe que não é bem-vindo nessas terras. O que faz por aqui? – perguntou o homem, com um tom de ameaça na voz.

- José, tenha calma. O Juan parece que ainda está noutro mundo – disse a mulher soltando um risinho um tanto quanto malicioso para o homem encostado debaixo da árvore.

- Ora essa, Esmeralda. Este homem é o responsável...

- Você sabe que não foi minha culpa mariachi – encostado na árvore, Juan, interrompeu antes que o outro homem pudesse terminar. – Aquilo foi um acidente, e todos sabemos disso. Ou você ainda tem alguma dúvida, José? – terminando de falar ele mexeu um pouco a jaqueta e deixou a mostra um par de pistolas negras, presas a um coldre duplo.

- Acalme-se Juan – começou a ruiva. – Esse assunto já está encerrado há anos. O que está enterrado deve permanecer assim. Mas o que trouxe você até aqui Juan? – era possível perceber que os dois haviam se envolvido no passado apenas pela maneira como a ruiva olhava Juan encostado naquela árvore.

- Estou apenas de passagem, Esmeralda. E espero não me demorar por aqui. Eu estava por perto, e a grana estava curta. Resolvi passar aqui e visitar alguns velhos conhecidos para tentar levantar uns trocados. E você e o mariachi, o que fizeram esses anos todos?

- A mesma coisa de sempre Camiñante – respondeu o homem com um rancor perceptível na voz e fuzilando Juan com o olhar. – Ao contrário de você, nós temos trabalho honesto, precisamos tomar conta do rancho pra sobreviver.

Os três ainda conversaram por um bom tempo ali, se conheciam de muito tempo e não se viam há anos. Mas a conversa foi interrompida por uma chuva fina que começava a cair. Juan subiu na moto e dava partida, quando os outros dois, já num carro, pararam do seu lado e Esmeralda falou:

- Não quer ir até o rancho e esperar esta chuva passar? – a essa altura a chuva parecia se tornar mais forte a cada instante. – Pode ser perigoso viajar com esse tempo.

Juan arrancou velozmente na moto, e Esmeralda deu de ombros desanimada. Ao lado dela José soltou um riso malicioso como quem queria dizer que Esmeralda merecia o que o homem da moto fez. Os dois então seguiram até o rancho onde moravam, bem perto dali. Ao chegarem lá a surpresa de Esmeralda só não foi maior do que a raiva de José, ao ver a motocicleta preta parada na frente da casa e Juan sentado na beira da escada que levava até a varanda com um sorriso estampado no rosto.

Ao mesmo tempo em que o sorriso parecia surgir no rosto de Esmeralda, o sorriso no rosto de Juan desaparecia, e seu semblante era tomado por um ar de angústia e desespero. Apenas quando, já tarde demais, Juan levou as mãos às pistolas o homem esguio virou-se e viu seis homens encapuzados e armados vindo em sua direção. Ele não teve nenhuma reação e um dos homens o atingiu seguidas vezes com uma escopeta.

- Esmeralda! – gritava Juan desesperadamente enquanto avançava na direção da moça e dos invasores. – Abaixe-se, ou você pode... – naquele instante Juan via uma mancha de sangue tomar conta das vestes da moça mesmo sob a forte chuva. Ele foi tomado por uma fúria incontrolável e começou a atirar nos invasores. Com movimentos rápidos e disparos precisos, coisa típica das Forças Especiais, ele matou todos eles.

Sob aquela chuva forte, naquele lugar e com o corpo da bela Esmeralda derramando sangue em seus braços, os pensamentos dele voltaram no tempo. Ele se viu no mesmo lugar, há dez anos, sob a mesma chuva. E em seus braços não estava uma mulher ruiva, e sim uma morena, dos cabelos e da pele sedosa, olhos castanhos, um largo sorriso estampado no rosto, como se mesmo depois de morta estivesse dizendo que amava o homem que estava segurando-a nos braços. Ela se chamava Cristal, a irmã mais nova de Esmeralda, os dois eram noivos, o rancho havia sido invadido por ladrões de gado, Juan Camiñante e José “Mariachi” de La Cruz eram parceiros nas Forças Especiais Mexicanas, e tentavam conter os invasores. E um deles pegou Cristal como refém, Juan pegou um velho rifle que havia na casa e acertou fatalmente este homem, o problema é que uma falha no mecanismo de disparo da arma fez com que o coice do disparo fosse maior do que o normal e acidentalmente um segundo disparo foi efetuado atingindo o peito de Cristal. Juan jamais se perdoaria por ter matado a mulher que ele mais amava na face da Terra, e muito mais porque ele não havia antes se decidido em lutar por ela e perdido muito tempo com isso, ele não pode se quer dizer a ela o quanto ele a amava.

O seu parceiro, o mariachi, jamais iria perdoá-lo e, não fosse por intervenção de Esmeralda, talvez ele tivesse acabado com a vida dele. Durante dias Juan ficou desnorteado e perdido nos próprios pensamentos, e era nos braços de Esmeralda que ele derramava seu pranto, no começo ele a tratou como se fosse sua própria irmã, mas com certo tempo ele passou a encará-la de uma maneira diferente e viu que estava começando a se apaixonar por ela. Ela era alguém totalmente diferente da irmã, e talvez isso fosse o mais impressionante em tudo isso. Cristal parecia uma verdadeira dama nos padrões da sociedade, enquanto ela não, Esmeralda era muito mais parecida com uma fora-da-lei do velho oeste. As coisas começaram a sair do controle de Juan, e ele e Esmeralda começaram a encontrar-se às escondidas. Até que um dia veio a notícia, Esmeralda estava grávida de Juan, e isso era um problema, pois se José o irmão mais velho de Esmeralda soubesse disso ninguém sabia como ele iria reagir. Esmeralda então tomou sozinha uma decisão que mudou para sempre a vida deles, ela decidiu que não iria ter aquele filho, e tomou certo veneno que evitaria que a gravidez continuasse. Mas quando Juan soube do que Esmeralda havia feito ele não perdoou a atitude da mulher e decidiu deixar aquele lugar para sempre.

Na noite antes da partida de Juan, José percebeu que Esmeralda não estava bem com a atitude dele, alguma coisa parecia incomodar demais sua irmã. E ele não suportou ver a irmã daquele jeito e decidiu ir falar com Juan. Por vezes o mariachi insistiu para que o homem dissesse o que estava acontecendo, mas ele insistia que não sabia o porquê de Esmeralda estar daquele jeito, mas quando o mariachi insinuou que Juan poderia ter feito alguma maldade à Esmeralda, ele não se segurou e revelou toda a história, sobre a gravidez e sobre o que ela havia feito. José ainda assim julgou Juan como culpado e os dois começaram a brigar, enquanto eles brigavam Esmeralda gritava e chorava, implorando para que eles parassem. Até que em um determinado momento Juan sacou sua arma e colocou na boca de José.

- Eu deveria matá-lo por você me julgar assim mariachi. Mas eu não vou fazer isso, não com você, que é quase um irmão para mim.

- Você deveria Camiñante! Deveria mesmo me matar como fez com a minha irmã, seu bastardo! – gritou explosivamente José, quando Juan afastou a arma de sua boca.

Juan atingiu José com uma pequena coronhada e o deixou inconsciente, imediatamente pegou suas coisas e partiu dali, jurando que nunca mais voltaria. Enquanto ele se afastava no horizonte, Esmeralda chorava na varanda da casa. E lá estava ele, mais uma vez sob a mesma varanda, mas desta vez era ele quem chorava, chorava uma dor que ele não iria deixar de sentir tão cedo. Ele foi até os corpos dos invasores, e então a sua dor aumentou, aqueles homens estavam atrás dele, ou seja, se ele não estivesse ali, Esmeralda ainda estaria viva, isso o deixou ainda mais culpado.

No dia seguinte, Juan enterrou José e Esmeralda junto da irmã deles sob uma velha árvore que havia no rancho. Depois de enterrá-los ele passou um tempo observando os túmulos e pensando consigo mesmo.

“Se eu não tivesse voltado para esta região eles estariam vivos, talvez se eu nunca tivesse partido eles ainda estivessem vivos. E pensar que um dia ela quase se tornou a mãe dos meus filhos, e pensar que por vezes eu e o mariachi salvamos a vida um do outro. Agora eles estão mortos e a culpa é exclusivamente minha. Eu deveria ter ouvido o velho Cortez, deveria ter fugido em direção aos EUA. Pelo menos assim, eles ainda estariam vivos e em paz...”

Naquele instante os pensamentos de Juan foram interrompidos pelo som suave e irritante de uma velha gaita. E ele virou-se para ver quem era.

- Cortez? – indagou Juan em tom de surpresa. – Como você me encontrou?

- Não se deve enterrar o passado e esconder-se num passado ainda mais antigo Camiñante. Foi fácil encontrar você.

- Mas o que o trouxe até aqui velho amigo?

- Dinheiro, Juan. Muito dinheiro.

Naquele momento o homem atingiu Juan com dois disparos, um no joelho e um no peito. Juan caiu no chão em choque, estava tremendo, sentia o sangue na garganta, suas mãos não respondiam à sua vontade, ele tentou falar.

- Você me vendeu Cortez. Você vendeu o único homem que acreditou em você.

- Não, velho amigo. Eu encomendei sua morte, a morte do único homem que foi tolo o suficiente para acreditar nas minhas mentiras e único que poderia acabar comigo. Mas você foi bom o bastante para acabar com meus homens.

- Eu vejo você no inferno Cortez. Vai ter muito que explicar para eles – disse Juan em seu último suspiro.

Naquele instante, vários agentes das Forças Especiais Mexicanas cercavam o homem chamado de Cortez e decretavam sua prisão.



Abraço. Boa leitura.

18 de outubro de 2008

Os Dramas da Vida..


Por muito tempo o teatro, a arte de interpretar, foi caracterizado pelas máscaras, como as da imagem ao lado. Geralmente as máscaras traduziam algum sentimento, alegria, tristeza, dor, medo, enfim era através delas que se passava o que os personagens sentiam.

Com o passar do tempo veio o desenvolvimento de outras técnicas de atuação e, pouco a pouco, as máscaras foram sendo deixadas de lado, por mais que mesmo nos dias de hoje as máscaras convencionais não tenham sido completamente extintas do meio teatral, muito embora não seja fácil dar de cara com uma delas por aí.

Mas é possível dar de cara com outros tipos de máscaras, bem menos convencionais e bem mais perigosas de que as tradicionais máscaras teatrais. Isso porque muitas vezes as pessoas acabam mascarando-se por trás de intenções excusas em benefício próprio, acabam escondendo quem realmente são em busca de um lugar ao sol junto aos círculos sociais de mais prestígio. Muito embora exista uma parcela da sociedade que não se importe com isso, e me incluo nesse grupo, a maior fatia desse bolo social está diretamente envolvida e dependente desse círculo de prestígio e poder. E adivinhem quem é o principal alicerce de todo esse "teatrovivorreal"? Acertou quem respondeu: a mídia!

É justamente a mídia, a responsável por influenciar e mascarar centenas de milhões de ações ao redor do mundo dia após dia, e ainda manipular esses fatos da maneira que mais lhe traga proveito, e não importa quem pode se prejudicar com isso, só importa o quão alta vai ser a audiência. Afinal uma rebelião em um presídio resulta em muito mais audiência do que um filme cuja históra seja a de uma rebelião em um presídio, o confronto entre policiais é mais lucrativo do que um bom filme de espionagem, o sequestro de uma adolescente com certeza chama mais atenção do que o filme "O Preço de um Resgate", dirigido por Ron Howard e com atuação brilhante de Mel Gibson.

A justificativa pra isso é bem simples, a realidade chama muito mais atenção do que a ficção do cinema, mais que isso a própria mídia molda as situações de forma a torná-las mais chocantes e mais atrativas aos espectadores, por vezes até mesmo influenciando diretamente os "protagonistas" da situação, e existem casos em que essa participação ativa da mídia acaba por alterar os rumos das coisas e criar uma situação ainda mais incômoda do que a existente.

Então é isso, os dramas que antes eram a arte de encenar, a arte de contar histórias, acabaram por se tornar algo perigoso, porque não se usam mais atores, artistas, a coisa não é mais faz-de-conta agora é real, é pra valer. E vale tudo pra se ganhar pontos de audiência, até mesmo que presos em rebelião sejam executados sumariamente, ou que policiais em conflitos sindicais saiam feridos, ou ainda, e mais assustadoramente, que uma jovem adolescente receba um tiro na cabeça e seu namorado, neste caso o sequestrador, seja assassinado pela polícia que deveria prendê-lo.

Os dramas representados antes no teatro ou no cinema, agora são representados por pessoas comuns, em lugares comuns, na vida real e em benefício de uma minoria que busca estar sempre no foco das atenções daquela fatia do bolo social que gira em torno do círculo social do prestígio e do poder. Será mesmo que isso é justo?

Abraço. Boa leitura.

14 de outubro de 2008

As "Colunas Sociais"


Olá meus amigos! Mais uma vez me foi permitido escrever algumas palavras, e é claro lhes trazer uma imagem, esta de hoje chocante e assustadora, na minha opinião. Mas só vou falar dela depois, primeiro vamos falar da nossa sociedade, da maneira como as pessoas encaram umas as outras e de uma maneira bem peculiar e taxativa, as famosas colunas sociais, que aparecem em jornais e revistas em todo o país, falando isto e aquilo de fulano e siclano.

Praticamente em toda a mídia impressa do país e ainda em algumas mídias digitais e televisivas, é sempre constante a presença de colunistas sociais, pessoas que ganham a vida, literalmente, falando da vida alheia, principalmente da vida de pessoas famosas, ou senão famosas ao menos ricas, a chamada "high-society", e nesse meio fala-se apenas dos assuntos mais ignóbeis possíveis, variando de como o cabelo da esposa de algum multimilionário foi arrumado até a transparência da blusa de alguma atriz global.

Mas então, porque chamar isso de coluna social se não se fala em nada do interesse da sociedade? Se só tratam de futilidades da "high-societyi" e não se fala nos grandes problemas da sociedade em geral, se só aparecem fotos de festas glamourosas e extravagantes, porque não colocam por exemplo a foto daquela criança que está no início do texto? Aquilo sim um problema da sociedade, um dos grandes problemas.

Se procurarmos bem, podemos achar um motivo ou outro, meras desculpas. É hora de ser um pouco rude, mas esses "colunistas sociais" nada mais são do que fantoches do sistema que ao mesmo tempo banca as grandes festas glamourosas ao custo da miséria e da fome de crianças como a da foto. É por isso que não se encontram fotos de verdadeiros problemas sociais nas "colunas sociais".

A pergunta que fica é, até quando a sociedade irá agir assim? Até quando nós, pessoas esclarecidas e instruídas, iremos fechar os olhos diante da realidade? Até quando permaneceremos de braços cruzados esperando que milagres aconteçam? Até quando aquele garoto irá comer migalhas? Ora essa, pessoas precisamos ter atitude, precisamos criar mudanças e impor estas mudanças porque nós somos a verdadeira força da nação.

Abraço. Boa leitura.

10 de outubro de 2008

Cara ou Coroa?


Na imagem ao lado uma moeda está girando, e é o centro das atenções de uma pequena luz, fora do círculo de luz em que ela está apenas sombras, e quanto mais distante mais escuro, o que vai acontecer quando a moeda parar? Luz ou escuridão? Que lado da moeda estará para cima quando ela parar e cair? Pense rápido! Você tem metade das chances de acertar. Uma das mais belas probabilidades do universo, meio a meio. Afinal ambos têm as mesmas chances de ganhar e de perder.

Pois é, pode até não parecer, mas o jogo do "cara ou coroa" é o jogo mais justo, talvez o único justo, dentre todos que o homem criou ao longo dos tempos, porque não importa qual lado da moeda seja o escolhido, as suas chances de ganhar ou perder são iguais e nenhuma influência externa existe. Afinal até que a moeda pare, qualquer um dos lados pode estar para cima. O equilibrio do jogo é tão incrível que nós podemos fazer diversas comparações com outros jogos também entre duas pessoas, mas nenhum será tão imparcial e movido pelo acaso quanto um "cara ou coroa", a disputa entre dois lados da mesma moeda.

Mas, e em outros aspectos do cotidiano, onde podemos notar a disputa de dois lados da mesma moeda? E será que essa disputa é tão justa quanto em um "cara ou coroa"? É fácil encontrar respostas para essas perguntas, basta darmos uma rápida olhada na história da humanidade, nas disputas internas nas mais diversas culturas ao longo do tempo. E nós sempre vamos encontrar lugar comum, numa disputa entre o dominante e o dominado, dois lados de uma mesma moeda, a sociedade ou a nação, mas neste caso, ao contrário do "cara ou coroa", a disputa não é nem de longe justa, apesar de que está situação vem mudando nos últimos tempos.

Se remetermos às primeiras sociedades historicamente bem definidas, podemos notar que existiu sempre uma classe dominante, pessoas que impuseram suas vontades a ferro e fogo sobre uma classe dominada, pessoas que não tinham forças, ou mesmo vontade, de se ir contra tais vontades e que acabavam submetendo-se muitas vezes a atrocidades, como por exemplo as grandes lutas romanas entre gladiadores no coliseu. E mesmo quando essa classe dominada se opunha as vontades dos dominantes, e acabavam lutando contra os mesmos, ao fim da luta se eles tivessem sido bem sucedidos, uma nova classe dominante iria aparecer, e isso se perpetua até hoje.

Hoje podemos decidir quem colocar no poder, mas mudam as caras (ou coroas) e as atitudes continuam as mesmas. Há tempos que vem sendo assim, conservadores e liberais, escravocratas e abolicionistas, monarquistas e republicanos, esquerda e direita, são várias moedas do mesmo poder, várias moedas onde os dois lados no fundo são iguais, não existe "cara ou coroa", no fim o resultado não importa porque eles sempre são o lado da moeda que vai estar dominando, ou seja, nada justo.

Mas as coisas vêm mudando, e quem sabe um dia (e como eu quero estar vivo neste dia) a mudança acabe acontecendo de fato, e a moeda que tem os lados do dominante e do dominado, acabe trazendo um novo resultado, um resultado nunca visto em "cara ou coroa", afinal nesse caso o resultado mais justo seria um empate. Como dizem que tudo é possível, façamos façamos como disse o Conde de Monte Cristo: "O segredo é ter fé e esperar".

Boa leitura. Abraço.

6 de outubro de 2008

O Voô da Águia


Essa imagem eu queria usar faz muito tempo, mas estava esperando um momento oportuno para falar de uma das coisas na natureza que mais representa a liberdade, o voô da águia, que além de ser algo bonito de se observar, mesmo que na maioria das vezes seja possível ver apenas através de fotos como esta, é de um significado tremendo.

As águias capazes de realizar voôs majestosos, cortando o céu com sua beleza e mostrando sua força, também são dotadas de uma visão bastante aguçada, mesmo do alto elas conseguem enxergar muito bem a superfície. Diversas culturas ao longo dos tempos usaram as águias para representar o poder, a nobreza ou , as vezes, a divindade.

Mas deixando as águias de lado, e falando do voô delas. Um voô de sobrevivência, de força, de procura, mas acima de tudo um voô livre. Livre para fazer o que bem entender, livre pra decidir o próprio rumo, e fazem isso sem distinção. E deveria ser assim com os homens, todos deveríamos ser assim, livres para fazermos nossas próprias escolhas, para traçar nos próprios rumos, mas infelizmente, e preocupantemente, muitas vezes nós não somos donos de nossas próprias escolhas, somos influenciados, corrompidos ou, até mesmo, coagidos a tomar certas decisões, embora, de certa forma, nos dois primeiros casos nós ainda tenhamos uma parcela de culpa.

Com o passar dos tempos, as pessoas vêm aprendendo a ser mais livres, a ascensão e queda de Roma, as Revoluções Inglesas, a Revolução Francesa, as Independências das Colônias na América, enfim ao longo da história é possivel notar diversas situações em que as pessoas lutaram e conseguiram ser mais livres, ser mais iguais, e com o passar do tempo isso ocorre cada vez mais frequentemente, porque as pessoas estão se tornando mais críticas, se tornando mais conscientes, se tornando mais livres, voando mais alto.

Fica a esperança de que um dia todos possam realmente ser livres, e a certeza de que esse dia cada vez mais se aproxima. Um dia os voôs da humanidade serão cada vez maiores e irão mais alto, um dia nós aprenderemos que somos todos iguais e que a vida é vivida um dia após o outro, e que nada é melhor do que isso.

Boa leitura. Abraço.

4 de outubro de 2008

De tempos em tempos..

Olá meus amigos, estou de volta aqui, com uma imagem que encontrei navegando na rede e que me chamou muita atenção. Como vocês podem notar, a imagem acima tem uma bandeira nacional cobrindo uma das urnas eletrônicas de votação, que exibe a expressão "VOTE!". Achei interessante usar esta imagem para falar sobre o dia de amanhã, o dia em que vamos decidir quem serão as pessoas que irão conduzir os rumos de nossas cidades Brasil afora pelos próximos quatro anos, ou as vezes apenas por dois, afinal assim é a política.

Na Idade Média, de tempos em tempos reis faziam alianças entre si, unindo famílias em prol de um crescimento dos reinos, naquela época o poder se concentrava nas mãos dos grandes proprietários de terra, que se entitulavam reis. Nos tempos de hoje, ao redor do mundo de tempos em tempos nos diversos países, ou pelo menos em sua maioria, são realizadas eleições pra decidir quem irá deter o poder, pelo menos o poder Executivo ou Legislativo, que surgiram com a divisão moderna dos três poderes. Mas mesmo em tempos diferentes as estratégias ainda são as mesmas.

Alianças são feitas, famílias se unem, as vezes populações inteiras de uma região se unem em prol de um representante. Falando um pouco de Brasil, aquele poder que na Idade Média se concentrava nas mãos dos grandes proprietários, com o advento do capitalismo o poder hoje se concentra nas mãos daqueles que detém mais recursos financeiros. Talvez por uma questão cultural, ou talvez por necessidade (o que é ainda mais assustador), muitas pessoas no nosso país acabam vendendo o seu voto por uma quantia em dinheiro ou em troca de alimento.

De tempos em tempos (no Brasil, de dois em dois anos), muita gente aparece, muita gente muda, muita gente passa a pregar idéias diferentes. Em virtude de tentar passar imagens de "bons moços" ou de "benfeitores do povo", e tentam das mais variadas formas, inclusive com dinheiro ou outros bens materiais, convencer as pessoas de que são os melhores pra assumir este ou aquele cargo, seja no Legislativo, seja no Executivo.

De tempos em tempos, obras que não aconteceram quando deveriam acontecem. De tempos em tempos, pessoas que agente mal via nos pára na rua e nos cumprimentam com um sorriso de orelha a orelha. De tempos em tempos, as pessoas transformam o poder do dinheiro no caráter e no valor que elas têm. Mas de tempos em tempos, os governantes acabam esquecendo a população, acabam esquecendo de ajudar o povo que os colocou lá, simplesmente em função dos seus interesses próprios. O mais curioso sobre isso é que só se preocupam com o povo nos anos pares, como se durante os anos ímpares o povo não vivesse, governos eleitos Brasil afora, acabam por trabalhar em prol do povo por dois anos, e não por quatro, como são devidamente eleitos para fazer.

Mas as pessoas precisam aprender, e estão aprendendo, que de tempos em tempos é preciso abrir o olho, é preciso parar e pensar. E é justamente quando as pessoas estão pensando que elas conseguem mudar os rumos da nação, foi assim na Independência, foi assim na Proclamação da República, foi assim com as "Diretas Já", foi assim com Collor. Enfim, no nosso país são muitos os exemplos. O problema, por enquanto, é que o "de tempos em tempos", das pessoas ainda está durando tempo demais, elas precisam fazer isso de dois em dois anos se for preciso, precisam acreditar em si mesmas e acreditar que o povo unido pode, e deve, lutar por seus direitos e lutar para que a justiça seja soberana e igual para todos.

Amanhã, domingo, dia 5 de Outubro de 2008, ou como prefiram tratar. Cada um de nós cidadões brasileiros, iremos mais uma vez ter a oportunidade de decidir o nosso futuro. E que no fim do dia cada um de nós tenha feito a sua escolha consciente, e que no fim do dia as pessoas possam pelo menos ter a esperança de que as coisas podem melhorar Brasil afora. Um filósofo francês, Rousseau, disse certa vez que "o poder emana do povo, e para o povo", assim aqueles que detém o poder não estão lá pra defenderem seus interesses, estão lá para defenderem os interesses do povo, da nação, da democracia, e é isso que deve acontecer, ou pelo menos deveria.

Que todos possamos exercer o nosso direito livres e sem medo de decidir por um futuro melhor. Afinal é assim que a democracia deve ser. Sobre ser livre, certa vez Ignazio Silone disse: "Liberdade é a possibilidade de duvidar, de errar, de procurar e experimentar, a possibilidade de dizer não a qualquer autoridade".

Boa leitura. Abraço.

30 de setembro de 2008

Pedir Silêncio ou Silenciar?


Olá meus amigos, aqui estou de volta. Mais cedo do que eu imaginava tenho que reconhecer, mas o motivo é dos mais justos, venho até aqui hoje para falar desta imagem que muito me chamou a atenção e que me inspirou a escrever algumas coisas. Novamente vou falar de um gesto, dessa vez o de pedir silêncio feito pela criança.


Olhem bem para esta criança na foto ao lado, ela faz um gesto conhecido por todos nós, ela pede silêncio. E porque nós pedimos silêncio? Porque o barulho nos incomoda, não é mesmo? Porque muitas vezes o barulho em demasia acaba por nos atrapalhar, ou até mesmo nos impedir de fazermos alguma coisa. E a maioria de nós sempre acaba por ser, muitas vezes até, grosseiro ao pedir por esse silêncio, sempre gritando "Cala a boca!" ou "Fique calado!".

Agora olhem bem para a criança na foto, e se perguntem porque ela pede silêncio. Ao me fazer essa pergunta eu percebi uma coisa na imagem, a criança parece estar assustada, acuada, com medo, acho que o que antes eu chamei de pedido é uma súplica, uma súplica por silêncio. Um desejo por silêncio que tem imbutido o medo, a temeridade de uma represália. E isso, ao meu ver, é algo perigoso. O que antes era um pedido de silêncio, um pedido até mesmo de respeito, se transforma numa ordem, numa vontade de impor o silêncio, de silenciar, calar.

Felizmente, por conta de muito sangue, até mesmo sangue de inocentes, derramado nas mais diversas guerras e revoluções ao redor do mundo e ao longo da história, podemos dizer que vivemos em um mundo onde a democracia ainda é legítima, não que o mundo seja justo, nem de longe isto ocorre, mas existe sim uma legitimidade da democracia nas principais nações ao redor do mundo. E, mais uma vez fico, feliz em saber que posso afirmar com clareza e com absoluta certeza, que eu vivo em um país democrático, um país onde a democracia é legítima, talvez não seja, assim como o mundo, um lugar justo. Mas a democracia é legítima por termos estabelecidos há mais de 20 anos, quando teve fim a ditadura militar.

E é por isso que, nesse país, o povo não pode ser silenciado, o povo tem o direito de falar, tem o direito de ir e vir. E não cabe a ninguém exercer julgamento algum sobre o que o povo deseja fazer, senão o próprio povo. Se houve um crime, que sejam identificados e punidos os culpados, por aqueles que têm esse dever. Se existe ameaça da ordem pública e da integridade do povo, que sejam tomadas as medidas necessárias para a manutenção desta ordem, por aqueles que têm esse dever. Mas que jamais, em detrimento de qualquer que seja a razão, calem a voz do povo, porque a ditadura acabou há 20 anos, e ela não foi uma experiência agradável para aqueles que lutaram e, até mesmo, morreram para que eu e você que está lendo esse texto pudéssemos ter o direito de falar, de opinar, até mesmo de sair de casa e, é óbvio, o direito de votar.

Um certo filósofo francês, Voltaire, disse uma máxima que eu, particularmente, carregarei até o fim da minha vida, e sem dúvida passarei aos meus descendentes: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las". O próprio Tribunal Superior Eleitoral veiculou uma propaganda sobre isso, sobre o direito de exercer a vontade do povo que o próprio povo tanto lutou, o texto segue a seguir: "Hérois existem. E eles não são grandes, nem fortes, nem indestrutíveis, nem tem super-poderes. Eles nao matam, mas morrem. Não são de outro mundo, embora muitas vezes pareçam não ser deste aqui. Heróis existem. E são de carne e osso, geralmente mais carne do que osso, porque são sangue. Herois existem. E nunca fogem da luta, existem e têm sempre uma personalidade só, porque não costumam ter o que esconder. Hérois existem. E aparecem sempre que temos certeza de que a raça humana está perdida. E surgem justamente nesses momentos, como a nossa salvação, porque os hérois são antes de tudo humanos. Hérois existem não desperdice o direito que eles tanto lutaram para conquistar para você."

Hoje, eu não vou dizer-lhes "boa leitura" como de costume amigos, hoje eu estou de luto. De luto pela constatação que eu fiz, e que é só minha, e que ninguém pode tomar de mim. Abraço.