15 de dezembro de 2008

Existem dias e dias...


Olá amigos, cá estou de volta trazendo mais uma das minhas divagações, hoje sobre o tempo. Há propósito queria dizer a vocês que estou muito feliz ultimamente, e que talvez por isso ande inspirado para postar com tanta frequência, espero continuar assim.

Há dias que nós não queremos que acabem, por um motivo ou outro. Mas, afinal, o que são esses "motivos ou outros"? É simples, na verdade nem tão simples. Vamos fazer uma análise do tempo, como vi algum personagem fazer em um filme que já mencionei por aqui antes, mas vou falar um pouco diferente.

Vamos dividir a vida em dias (é talvez ela seja realmente dividida assim), mas vamos "tipificar" os dias, afinal que tipos de dias existem? Não vamos fazer uma lista infindável, mas também não vamos resumir em dias bons e ruins. Eu diria que existem os dias claros, os dias escuros, os dias cinzas, os dias "inexistentes" e os dias inesquecíveis. E que cada um passa de maneira diferente e um tempo diferente. Vamos lá.

Os dias claros são, talvez, os mais comuns, aqueles que não acontece nada muito fora do normal, que talvez tenham mesmo 24 horas. É nos dias claros que as pessoas costumam encontrar o que elas, ridiculamente, chamam de rotina e que eu prefiro chamar de estagnação de idéias, ou simplesmente comodismo. Os dias escuros são os dias frios, sozinhos, na varanda de um apartamento vendo os carros passarem na avenida. Aqueles dias em que cansamos da nossa ridícula rotina, pensamos em fazer alguma coisa diferente, e acabamos esbarrando nas paredes do quarto, da sala, ou do cômodo que preferirem, o cômodo mais cômodo depende de cada um. Os dias escuros, creio eu, por serem muitissímo chatos, acabam por certamente ter mais de 24 horas, são praticamente dois dias juntos.

Já os dias cinzas, são meio claros, meio escuros, isso seria o óbvio. Mas eu não gosto de ser óbvio, pelo menos não sempre. Os dias cinzas eles são aqueles em que nós acordamos no dia seguinte e perguntamos a nós mesmos se poderiam ter se tornado dias inesquecíveis, ou se chegaram a ser "inexistentes", mas na verdade não foram nem um e nem o outro, foram apenas cinzas. Isso é um meio termo? Não! Eu não gosto de meio termos. Esses dias cinzas têm uma particularidade, muito curiosa por sinal, sempre chove nos dias cinzas, sempre chove em algum lugar no mundo nos dias cinzas. São tão longos quanto os dias escuros, embora algumas vezes nem tanto.

Sobre os dias "inexistentes", se não estivessem entre as aspas, eu poderia simplesmente dizer que eles não existem, e novamente isso seria o mais óbvio. E já disse que não gosto de ser óbvio. As aspas, na verdade, estão ali pra dizer que a nossa vontade é que, de fato, tais dias não existissem, mas eles existem. E acreditem eles deixam marcas, cicatrizes mesmo. E por mais que agente tente, simplesmente não conseguimos não nos lembrar dele pelo menos uma vez por ano até o fim da vida. E seja um dia "inexistente", ou apenas sua lembrança, o tempo é definitivamente cruel, chamá-lo de carrasco seria um elogio, ele é um maníaco sadomasoquista, que parece se deliciar com o sofrimento alheio, e teima em não passar.

Por fim, e certamente mais importantes, são os dias inesquecíveis. Esses são aqueles que nós lembramos com os amigos da escola, são aqueles que contamos pros nossos netos, são aqueles que nos fazem acreditar que a vida pode ser qualquer coisa, menos mero acaso. Afinal, o que torna esses dias inesquecíveis não é como eles passam, ou o que acontece neles, mas sim todos os dias que o antecederam. As lembranças desses dias não aparecem apenas uma vez por ano, mas todos os dias seguintes, sucessivas vezes, e vale a pena cada uma dessas vezes. E bem, pode soar exagerado, mas os dias inesquecíveis, esses são eternos, eles nunca acabam, por que nós simplesmente fazemos questão de mantê-los vivos em nossa memória. Mas aí você me diz: "Dias não são vivos! Eles não tem vida". E eu te pergunto: "E quem disse que não?"

Abraço. Boa leitura.

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