31 de outubro de 2008

"M" de Memórias..


Bem, hoje eu queria escrever um poema, mas por alguma razão a inspiração não veio, quem sabe até porque eu não deveria escrever um. Bem, hoje também estou com uma certa preguiça pra escrever e também pra pesquisar qualquer coisa. Mas vamos lá, afinal preciso falar de alguma coisa além de dar desculpas.


Um carvalho geralmente é uma árvore enorme e frequentemente muito antiga. Para muitos pode servir como um símbolo de sapiência e força, conceitos que não tão ocasionalmente andam juntos. Pois bem eu queria sentar à sombra de um carvalho por horas afim de imaginar e, quem sabe, compreender tamanha sabedoria quanto as pessoas falam. E esse tempo pensando também me faria pensar em uma outra qualidade do carvalho, a perseverança.

Pois é, de todos os conceitos abstratos que as pessoas acabam ligando ao carvalho, talvez o mais próximo da realidade, a perseverança é talvez o único que ele nos ensine voluntariamente. Sabe eu encaro o carvalho como uma metáfora, se o personificasse em uma pessoa ou um grupo de pessoas seriam os meus amigos, os amigos de verdade aqueles que sempre estão dispostos a oferecer enormes contribuições para a nossa felicidade.

E porque não dizer que nossas sombras são também nossas amigas, afinal elas nos acompanham a vida inteira pra onde quer que formos. Pois bem, na imagem é possível perceber que as sombras de mãos dadas formam uma letra "m" no chão, e eu deliberadamente me fiz acreditar que aquele "m" está diretamente ligado a memórias, aquelas que nós guardamos sempre dentro de nós quando passamos por momentos inesquecíveis.

Sabe hoje eu tive um momento inesquecível, foi algo simples, não foi nem de longe parecido com os grandes momentos que as vezes vemos nos filmes de Hollywood e acabamos por desejar viver o mesmo. Mas eu sabia que seria inesquecível desde o momento em que pensei pela primeira vez sobre esse momento, e no fim eu estava certo. Foi inesquecível, foi de um significado inimaginável pra qualquer pessoa que não seja eu, e talvez um dia eu fale sobre isso.

Abraço. Boa leitura.

26 de outubro de 2008

Fogo contra fogo..


Olá amigos, mais uma vez me foi permitido escrever algumas linhas por aqui. O título é uma pequena menção a um filme antigo que tem um pouco haver com as entrelinhas do que vamos falar hoje. A imagem acima de uma fogueira em seu ápice, nos remete a idéia do fogo. Pois é, foi há muito tempo atrás, que eu sequer sei quanto, que o homem conseguiu "dominar" o fogo, ou pelo menos desenvolveu as primeiras técnicas para se utilizar o fogo em benefício da humanidade.

"Nunca acendas um fogo que não possas apagar", um antigo provérbio chinês que nos faz pensar se de fato o homem "controla" o fogo, como contam os livros de História. Mais que isso, esse pequena afirmação pode nos fazer pensar que o fogo, pode não ser apenas aquele que conhecemos, que o fogo, na verdade, pode ser um ímpeto indomável e que não deve ser provocado há menos que se possa contê-lo caso ele saia de controle.

O fogo, citado nesse provérbio chinês pode facilmente ser encarado como uma pessoa inconstante e explosiva, que quando provocada é capaz de coisas terríveis ou, até mesmo, catastróficas. Mas não só uma pessoa assim pode assumir a identidade desse fogo, até mesmo o mais calmo homem pode sim ser esse "fogo chinês".

É simples explicar isso, normalmente usamos diferentes maneiras para acender o fogo para cada situação. Por exemplo, é preciso fazer certos preparativos para acendermos uma fogueira junina, mas para acendermos uma das bocas do fogão na cozinha basta riscar um fósforo. Da mesma forma podemos encarar as pessoas, as mais explosivas, mais inconstantes, podem ser "acesas" com uma simples provocação, já com pessoas mais calmas, mais seguras, é preciso fazer certos preparativos, criar certas situações, para que então seja possível fazê-las "pegar fogo".

É talvez o homem tenha mesmo aprendido a dominar o fogo, a reação química que chamamos assim. Mas creio que o fogo que está adormecido no interior de cada ser humano está longe de ser dominado, ou mesmo entendido.

Abraço. Boa leitura.

22 de outubro de 2008

Rota de Fuga


Olá pessoal. Hoje vou colocar mais um pequeno conto, só pra quebrar um pouco a rotina. E adianto que a estória narrada a seguir é bastante intrigante.

Rota de Fuga

Ele ouvia barulhos que o deixavam ainda mais nervoso, cada passo que ele dava era tomado por mais daquela agonia mórbida, tomado pela sede de ódio e rancor, desejando um segundo após o outro acabar com tudo e todos que faziam com que ele se sentisse mal, o problema é que estas eram as mesmas pessoas que ele admirava e amava no mais íntimo de sua alma, e este era um dilema que nem mesmo toda a sua capacidade era capaz de solucionar. Mais uma vez ele encontrou apenas uma solução, fugir.

Deixou aquele lugar, subiu em sua motocicleta e arrancou estrada a fora, sem se importar com que caminho seguir, ou com o que encontraria no caminho. A única coisa que importava é que ele estava numa rota de fuga. O vento na cara lhe trazia a sensação daquilo que ele nunca teve, de fato, liberdade. Por um instante ele achou que tivesse encontrado a resposta, mas ele logo percebeu que não era tão simples.

Não seria fácil seguir, o dinheiro tava acabando, a motocicleta estava com problemas, até mesmo a bebida estava escassa. Ele encostou-se embaixo daquela árvore, levou a mão esquerda ao bolso pegando seu maço de cigarros, retirou um e levou até a boca. Enquanto levava a mão direita ao outro bolso para pegar seu isqueiro, olhou para frente e suas pernas estremeceram, era impossível que seus olhos estivessem vendo aquilo, não podia ser real.

- Ora, ora, ora. Juan Camiñante. O que o trouxe a esses lados? – falou uma bela ruiva dos olhos azuis, que vinha ao lado de um homem esguio que estava com a cara fechada. O homem seguiu observando os dois e sem acreditar naquilo que estava vendo.

- Camiñante. Você sabe que não é bem-vindo nessas terras. O que faz por aqui? – perguntou o homem, com um tom de ameaça na voz.

- José, tenha calma. O Juan parece que ainda está noutro mundo – disse a mulher soltando um risinho um tanto quanto malicioso para o homem encostado debaixo da árvore.

- Ora essa, Esmeralda. Este homem é o responsável...

- Você sabe que não foi minha culpa mariachi – encostado na árvore, Juan, interrompeu antes que o outro homem pudesse terminar. – Aquilo foi um acidente, e todos sabemos disso. Ou você ainda tem alguma dúvida, José? – terminando de falar ele mexeu um pouco a jaqueta e deixou a mostra um par de pistolas negras, presas a um coldre duplo.

- Acalme-se Juan – começou a ruiva. – Esse assunto já está encerrado há anos. O que está enterrado deve permanecer assim. Mas o que trouxe você até aqui Juan? – era possível perceber que os dois haviam se envolvido no passado apenas pela maneira como a ruiva olhava Juan encostado naquela árvore.

- Estou apenas de passagem, Esmeralda. E espero não me demorar por aqui. Eu estava por perto, e a grana estava curta. Resolvi passar aqui e visitar alguns velhos conhecidos para tentar levantar uns trocados. E você e o mariachi, o que fizeram esses anos todos?

- A mesma coisa de sempre Camiñante – respondeu o homem com um rancor perceptível na voz e fuzilando Juan com o olhar. – Ao contrário de você, nós temos trabalho honesto, precisamos tomar conta do rancho pra sobreviver.

Os três ainda conversaram por um bom tempo ali, se conheciam de muito tempo e não se viam há anos. Mas a conversa foi interrompida por uma chuva fina que começava a cair. Juan subiu na moto e dava partida, quando os outros dois, já num carro, pararam do seu lado e Esmeralda falou:

- Não quer ir até o rancho e esperar esta chuva passar? – a essa altura a chuva parecia se tornar mais forte a cada instante. – Pode ser perigoso viajar com esse tempo.

Juan arrancou velozmente na moto, e Esmeralda deu de ombros desanimada. Ao lado dela José soltou um riso malicioso como quem queria dizer que Esmeralda merecia o que o homem da moto fez. Os dois então seguiram até o rancho onde moravam, bem perto dali. Ao chegarem lá a surpresa de Esmeralda só não foi maior do que a raiva de José, ao ver a motocicleta preta parada na frente da casa e Juan sentado na beira da escada que levava até a varanda com um sorriso estampado no rosto.

Ao mesmo tempo em que o sorriso parecia surgir no rosto de Esmeralda, o sorriso no rosto de Juan desaparecia, e seu semblante era tomado por um ar de angústia e desespero. Apenas quando, já tarde demais, Juan levou as mãos às pistolas o homem esguio virou-se e viu seis homens encapuzados e armados vindo em sua direção. Ele não teve nenhuma reação e um dos homens o atingiu seguidas vezes com uma escopeta.

- Esmeralda! – gritava Juan desesperadamente enquanto avançava na direção da moça e dos invasores. – Abaixe-se, ou você pode... – naquele instante Juan via uma mancha de sangue tomar conta das vestes da moça mesmo sob a forte chuva. Ele foi tomado por uma fúria incontrolável e começou a atirar nos invasores. Com movimentos rápidos e disparos precisos, coisa típica das Forças Especiais, ele matou todos eles.

Sob aquela chuva forte, naquele lugar e com o corpo da bela Esmeralda derramando sangue em seus braços, os pensamentos dele voltaram no tempo. Ele se viu no mesmo lugar, há dez anos, sob a mesma chuva. E em seus braços não estava uma mulher ruiva, e sim uma morena, dos cabelos e da pele sedosa, olhos castanhos, um largo sorriso estampado no rosto, como se mesmo depois de morta estivesse dizendo que amava o homem que estava segurando-a nos braços. Ela se chamava Cristal, a irmã mais nova de Esmeralda, os dois eram noivos, o rancho havia sido invadido por ladrões de gado, Juan Camiñante e José “Mariachi” de La Cruz eram parceiros nas Forças Especiais Mexicanas, e tentavam conter os invasores. E um deles pegou Cristal como refém, Juan pegou um velho rifle que havia na casa e acertou fatalmente este homem, o problema é que uma falha no mecanismo de disparo da arma fez com que o coice do disparo fosse maior do que o normal e acidentalmente um segundo disparo foi efetuado atingindo o peito de Cristal. Juan jamais se perdoaria por ter matado a mulher que ele mais amava na face da Terra, e muito mais porque ele não havia antes se decidido em lutar por ela e perdido muito tempo com isso, ele não pode se quer dizer a ela o quanto ele a amava.

O seu parceiro, o mariachi, jamais iria perdoá-lo e, não fosse por intervenção de Esmeralda, talvez ele tivesse acabado com a vida dele. Durante dias Juan ficou desnorteado e perdido nos próprios pensamentos, e era nos braços de Esmeralda que ele derramava seu pranto, no começo ele a tratou como se fosse sua própria irmã, mas com certo tempo ele passou a encará-la de uma maneira diferente e viu que estava começando a se apaixonar por ela. Ela era alguém totalmente diferente da irmã, e talvez isso fosse o mais impressionante em tudo isso. Cristal parecia uma verdadeira dama nos padrões da sociedade, enquanto ela não, Esmeralda era muito mais parecida com uma fora-da-lei do velho oeste. As coisas começaram a sair do controle de Juan, e ele e Esmeralda começaram a encontrar-se às escondidas. Até que um dia veio a notícia, Esmeralda estava grávida de Juan, e isso era um problema, pois se José o irmão mais velho de Esmeralda soubesse disso ninguém sabia como ele iria reagir. Esmeralda então tomou sozinha uma decisão que mudou para sempre a vida deles, ela decidiu que não iria ter aquele filho, e tomou certo veneno que evitaria que a gravidez continuasse. Mas quando Juan soube do que Esmeralda havia feito ele não perdoou a atitude da mulher e decidiu deixar aquele lugar para sempre.

Na noite antes da partida de Juan, José percebeu que Esmeralda não estava bem com a atitude dele, alguma coisa parecia incomodar demais sua irmã. E ele não suportou ver a irmã daquele jeito e decidiu ir falar com Juan. Por vezes o mariachi insistiu para que o homem dissesse o que estava acontecendo, mas ele insistia que não sabia o porquê de Esmeralda estar daquele jeito, mas quando o mariachi insinuou que Juan poderia ter feito alguma maldade à Esmeralda, ele não se segurou e revelou toda a história, sobre a gravidez e sobre o que ela havia feito. José ainda assim julgou Juan como culpado e os dois começaram a brigar, enquanto eles brigavam Esmeralda gritava e chorava, implorando para que eles parassem. Até que em um determinado momento Juan sacou sua arma e colocou na boca de José.

- Eu deveria matá-lo por você me julgar assim mariachi. Mas eu não vou fazer isso, não com você, que é quase um irmão para mim.

- Você deveria Camiñante! Deveria mesmo me matar como fez com a minha irmã, seu bastardo! – gritou explosivamente José, quando Juan afastou a arma de sua boca.

Juan atingiu José com uma pequena coronhada e o deixou inconsciente, imediatamente pegou suas coisas e partiu dali, jurando que nunca mais voltaria. Enquanto ele se afastava no horizonte, Esmeralda chorava na varanda da casa. E lá estava ele, mais uma vez sob a mesma varanda, mas desta vez era ele quem chorava, chorava uma dor que ele não iria deixar de sentir tão cedo. Ele foi até os corpos dos invasores, e então a sua dor aumentou, aqueles homens estavam atrás dele, ou seja, se ele não estivesse ali, Esmeralda ainda estaria viva, isso o deixou ainda mais culpado.

No dia seguinte, Juan enterrou José e Esmeralda junto da irmã deles sob uma velha árvore que havia no rancho. Depois de enterrá-los ele passou um tempo observando os túmulos e pensando consigo mesmo.

“Se eu não tivesse voltado para esta região eles estariam vivos, talvez se eu nunca tivesse partido eles ainda estivessem vivos. E pensar que um dia ela quase se tornou a mãe dos meus filhos, e pensar que por vezes eu e o mariachi salvamos a vida um do outro. Agora eles estão mortos e a culpa é exclusivamente minha. Eu deveria ter ouvido o velho Cortez, deveria ter fugido em direção aos EUA. Pelo menos assim, eles ainda estariam vivos e em paz...”

Naquele instante os pensamentos de Juan foram interrompidos pelo som suave e irritante de uma velha gaita. E ele virou-se para ver quem era.

- Cortez? – indagou Juan em tom de surpresa. – Como você me encontrou?

- Não se deve enterrar o passado e esconder-se num passado ainda mais antigo Camiñante. Foi fácil encontrar você.

- Mas o que o trouxe até aqui velho amigo?

- Dinheiro, Juan. Muito dinheiro.

Naquele momento o homem atingiu Juan com dois disparos, um no joelho e um no peito. Juan caiu no chão em choque, estava tremendo, sentia o sangue na garganta, suas mãos não respondiam à sua vontade, ele tentou falar.

- Você me vendeu Cortez. Você vendeu o único homem que acreditou em você.

- Não, velho amigo. Eu encomendei sua morte, a morte do único homem que foi tolo o suficiente para acreditar nas minhas mentiras e único que poderia acabar comigo. Mas você foi bom o bastante para acabar com meus homens.

- Eu vejo você no inferno Cortez. Vai ter muito que explicar para eles – disse Juan em seu último suspiro.

Naquele instante, vários agentes das Forças Especiais Mexicanas cercavam o homem chamado de Cortez e decretavam sua prisão.



Abraço. Boa leitura.

18 de outubro de 2008

Os Dramas da Vida..


Por muito tempo o teatro, a arte de interpretar, foi caracterizado pelas máscaras, como as da imagem ao lado. Geralmente as máscaras traduziam algum sentimento, alegria, tristeza, dor, medo, enfim era através delas que se passava o que os personagens sentiam.

Com o passar do tempo veio o desenvolvimento de outras técnicas de atuação e, pouco a pouco, as máscaras foram sendo deixadas de lado, por mais que mesmo nos dias de hoje as máscaras convencionais não tenham sido completamente extintas do meio teatral, muito embora não seja fácil dar de cara com uma delas por aí.

Mas é possível dar de cara com outros tipos de máscaras, bem menos convencionais e bem mais perigosas de que as tradicionais máscaras teatrais. Isso porque muitas vezes as pessoas acabam mascarando-se por trás de intenções excusas em benefício próprio, acabam escondendo quem realmente são em busca de um lugar ao sol junto aos círculos sociais de mais prestígio. Muito embora exista uma parcela da sociedade que não se importe com isso, e me incluo nesse grupo, a maior fatia desse bolo social está diretamente envolvida e dependente desse círculo de prestígio e poder. E adivinhem quem é o principal alicerce de todo esse "teatrovivorreal"? Acertou quem respondeu: a mídia!

É justamente a mídia, a responsável por influenciar e mascarar centenas de milhões de ações ao redor do mundo dia após dia, e ainda manipular esses fatos da maneira que mais lhe traga proveito, e não importa quem pode se prejudicar com isso, só importa o quão alta vai ser a audiência. Afinal uma rebelião em um presídio resulta em muito mais audiência do que um filme cuja históra seja a de uma rebelião em um presídio, o confronto entre policiais é mais lucrativo do que um bom filme de espionagem, o sequestro de uma adolescente com certeza chama mais atenção do que o filme "O Preço de um Resgate", dirigido por Ron Howard e com atuação brilhante de Mel Gibson.

A justificativa pra isso é bem simples, a realidade chama muito mais atenção do que a ficção do cinema, mais que isso a própria mídia molda as situações de forma a torná-las mais chocantes e mais atrativas aos espectadores, por vezes até mesmo influenciando diretamente os "protagonistas" da situação, e existem casos em que essa participação ativa da mídia acaba por alterar os rumos das coisas e criar uma situação ainda mais incômoda do que a existente.

Então é isso, os dramas que antes eram a arte de encenar, a arte de contar histórias, acabaram por se tornar algo perigoso, porque não se usam mais atores, artistas, a coisa não é mais faz-de-conta agora é real, é pra valer. E vale tudo pra se ganhar pontos de audiência, até mesmo que presos em rebelião sejam executados sumariamente, ou que policiais em conflitos sindicais saiam feridos, ou ainda, e mais assustadoramente, que uma jovem adolescente receba um tiro na cabeça e seu namorado, neste caso o sequestrador, seja assassinado pela polícia que deveria prendê-lo.

Os dramas representados antes no teatro ou no cinema, agora são representados por pessoas comuns, em lugares comuns, na vida real e em benefício de uma minoria que busca estar sempre no foco das atenções daquela fatia do bolo social que gira em torno do círculo social do prestígio e do poder. Será mesmo que isso é justo?

Abraço. Boa leitura.

14 de outubro de 2008

As "Colunas Sociais"


Olá meus amigos! Mais uma vez me foi permitido escrever algumas palavras, e é claro lhes trazer uma imagem, esta de hoje chocante e assustadora, na minha opinião. Mas só vou falar dela depois, primeiro vamos falar da nossa sociedade, da maneira como as pessoas encaram umas as outras e de uma maneira bem peculiar e taxativa, as famosas colunas sociais, que aparecem em jornais e revistas em todo o país, falando isto e aquilo de fulano e siclano.

Praticamente em toda a mídia impressa do país e ainda em algumas mídias digitais e televisivas, é sempre constante a presença de colunistas sociais, pessoas que ganham a vida, literalmente, falando da vida alheia, principalmente da vida de pessoas famosas, ou senão famosas ao menos ricas, a chamada "high-society", e nesse meio fala-se apenas dos assuntos mais ignóbeis possíveis, variando de como o cabelo da esposa de algum multimilionário foi arrumado até a transparência da blusa de alguma atriz global.

Mas então, porque chamar isso de coluna social se não se fala em nada do interesse da sociedade? Se só tratam de futilidades da "high-societyi" e não se fala nos grandes problemas da sociedade em geral, se só aparecem fotos de festas glamourosas e extravagantes, porque não colocam por exemplo a foto daquela criança que está no início do texto? Aquilo sim um problema da sociedade, um dos grandes problemas.

Se procurarmos bem, podemos achar um motivo ou outro, meras desculpas. É hora de ser um pouco rude, mas esses "colunistas sociais" nada mais são do que fantoches do sistema que ao mesmo tempo banca as grandes festas glamourosas ao custo da miséria e da fome de crianças como a da foto. É por isso que não se encontram fotos de verdadeiros problemas sociais nas "colunas sociais".

A pergunta que fica é, até quando a sociedade irá agir assim? Até quando nós, pessoas esclarecidas e instruídas, iremos fechar os olhos diante da realidade? Até quando permaneceremos de braços cruzados esperando que milagres aconteçam? Até quando aquele garoto irá comer migalhas? Ora essa, pessoas precisamos ter atitude, precisamos criar mudanças e impor estas mudanças porque nós somos a verdadeira força da nação.

Abraço. Boa leitura.

10 de outubro de 2008

Cara ou Coroa?


Na imagem ao lado uma moeda está girando, e é o centro das atenções de uma pequena luz, fora do círculo de luz em que ela está apenas sombras, e quanto mais distante mais escuro, o que vai acontecer quando a moeda parar? Luz ou escuridão? Que lado da moeda estará para cima quando ela parar e cair? Pense rápido! Você tem metade das chances de acertar. Uma das mais belas probabilidades do universo, meio a meio. Afinal ambos têm as mesmas chances de ganhar e de perder.

Pois é, pode até não parecer, mas o jogo do "cara ou coroa" é o jogo mais justo, talvez o único justo, dentre todos que o homem criou ao longo dos tempos, porque não importa qual lado da moeda seja o escolhido, as suas chances de ganhar ou perder são iguais e nenhuma influência externa existe. Afinal até que a moeda pare, qualquer um dos lados pode estar para cima. O equilibrio do jogo é tão incrível que nós podemos fazer diversas comparações com outros jogos também entre duas pessoas, mas nenhum será tão imparcial e movido pelo acaso quanto um "cara ou coroa", a disputa entre dois lados da mesma moeda.

Mas, e em outros aspectos do cotidiano, onde podemos notar a disputa de dois lados da mesma moeda? E será que essa disputa é tão justa quanto em um "cara ou coroa"? É fácil encontrar respostas para essas perguntas, basta darmos uma rápida olhada na história da humanidade, nas disputas internas nas mais diversas culturas ao longo do tempo. E nós sempre vamos encontrar lugar comum, numa disputa entre o dominante e o dominado, dois lados de uma mesma moeda, a sociedade ou a nação, mas neste caso, ao contrário do "cara ou coroa", a disputa não é nem de longe justa, apesar de que está situação vem mudando nos últimos tempos.

Se remetermos às primeiras sociedades historicamente bem definidas, podemos notar que existiu sempre uma classe dominante, pessoas que impuseram suas vontades a ferro e fogo sobre uma classe dominada, pessoas que não tinham forças, ou mesmo vontade, de se ir contra tais vontades e que acabavam submetendo-se muitas vezes a atrocidades, como por exemplo as grandes lutas romanas entre gladiadores no coliseu. E mesmo quando essa classe dominada se opunha as vontades dos dominantes, e acabavam lutando contra os mesmos, ao fim da luta se eles tivessem sido bem sucedidos, uma nova classe dominante iria aparecer, e isso se perpetua até hoje.

Hoje podemos decidir quem colocar no poder, mas mudam as caras (ou coroas) e as atitudes continuam as mesmas. Há tempos que vem sendo assim, conservadores e liberais, escravocratas e abolicionistas, monarquistas e republicanos, esquerda e direita, são várias moedas do mesmo poder, várias moedas onde os dois lados no fundo são iguais, não existe "cara ou coroa", no fim o resultado não importa porque eles sempre são o lado da moeda que vai estar dominando, ou seja, nada justo.

Mas as coisas vêm mudando, e quem sabe um dia (e como eu quero estar vivo neste dia) a mudança acabe acontecendo de fato, e a moeda que tem os lados do dominante e do dominado, acabe trazendo um novo resultado, um resultado nunca visto em "cara ou coroa", afinal nesse caso o resultado mais justo seria um empate. Como dizem que tudo é possível, façamos façamos como disse o Conde de Monte Cristo: "O segredo é ter fé e esperar".

Boa leitura. Abraço.

6 de outubro de 2008

O Voô da Águia


Essa imagem eu queria usar faz muito tempo, mas estava esperando um momento oportuno para falar de uma das coisas na natureza que mais representa a liberdade, o voô da águia, que além de ser algo bonito de se observar, mesmo que na maioria das vezes seja possível ver apenas através de fotos como esta, é de um significado tremendo.

As águias capazes de realizar voôs majestosos, cortando o céu com sua beleza e mostrando sua força, também são dotadas de uma visão bastante aguçada, mesmo do alto elas conseguem enxergar muito bem a superfície. Diversas culturas ao longo dos tempos usaram as águias para representar o poder, a nobreza ou , as vezes, a divindade.

Mas deixando as águias de lado, e falando do voô delas. Um voô de sobrevivência, de força, de procura, mas acima de tudo um voô livre. Livre para fazer o que bem entender, livre pra decidir o próprio rumo, e fazem isso sem distinção. E deveria ser assim com os homens, todos deveríamos ser assim, livres para fazermos nossas próprias escolhas, para traçar nos próprios rumos, mas infelizmente, e preocupantemente, muitas vezes nós não somos donos de nossas próprias escolhas, somos influenciados, corrompidos ou, até mesmo, coagidos a tomar certas decisões, embora, de certa forma, nos dois primeiros casos nós ainda tenhamos uma parcela de culpa.

Com o passar dos tempos, as pessoas vêm aprendendo a ser mais livres, a ascensão e queda de Roma, as Revoluções Inglesas, a Revolução Francesa, as Independências das Colônias na América, enfim ao longo da história é possivel notar diversas situações em que as pessoas lutaram e conseguiram ser mais livres, ser mais iguais, e com o passar do tempo isso ocorre cada vez mais frequentemente, porque as pessoas estão se tornando mais críticas, se tornando mais conscientes, se tornando mais livres, voando mais alto.

Fica a esperança de que um dia todos possam realmente ser livres, e a certeza de que esse dia cada vez mais se aproxima. Um dia os voôs da humanidade serão cada vez maiores e irão mais alto, um dia nós aprenderemos que somos todos iguais e que a vida é vivida um dia após o outro, e que nada é melhor do que isso.

Boa leitura. Abraço.

4 de outubro de 2008

De tempos em tempos..

Olá meus amigos, estou de volta aqui, com uma imagem que encontrei navegando na rede e que me chamou muita atenção. Como vocês podem notar, a imagem acima tem uma bandeira nacional cobrindo uma das urnas eletrônicas de votação, que exibe a expressão "VOTE!". Achei interessante usar esta imagem para falar sobre o dia de amanhã, o dia em que vamos decidir quem serão as pessoas que irão conduzir os rumos de nossas cidades Brasil afora pelos próximos quatro anos, ou as vezes apenas por dois, afinal assim é a política.

Na Idade Média, de tempos em tempos reis faziam alianças entre si, unindo famílias em prol de um crescimento dos reinos, naquela época o poder se concentrava nas mãos dos grandes proprietários de terra, que se entitulavam reis. Nos tempos de hoje, ao redor do mundo de tempos em tempos nos diversos países, ou pelo menos em sua maioria, são realizadas eleições pra decidir quem irá deter o poder, pelo menos o poder Executivo ou Legislativo, que surgiram com a divisão moderna dos três poderes. Mas mesmo em tempos diferentes as estratégias ainda são as mesmas.

Alianças são feitas, famílias se unem, as vezes populações inteiras de uma região se unem em prol de um representante. Falando um pouco de Brasil, aquele poder que na Idade Média se concentrava nas mãos dos grandes proprietários, com o advento do capitalismo o poder hoje se concentra nas mãos daqueles que detém mais recursos financeiros. Talvez por uma questão cultural, ou talvez por necessidade (o que é ainda mais assustador), muitas pessoas no nosso país acabam vendendo o seu voto por uma quantia em dinheiro ou em troca de alimento.

De tempos em tempos (no Brasil, de dois em dois anos), muita gente aparece, muita gente muda, muita gente passa a pregar idéias diferentes. Em virtude de tentar passar imagens de "bons moços" ou de "benfeitores do povo", e tentam das mais variadas formas, inclusive com dinheiro ou outros bens materiais, convencer as pessoas de que são os melhores pra assumir este ou aquele cargo, seja no Legislativo, seja no Executivo.

De tempos em tempos, obras que não aconteceram quando deveriam acontecem. De tempos em tempos, pessoas que agente mal via nos pára na rua e nos cumprimentam com um sorriso de orelha a orelha. De tempos em tempos, as pessoas transformam o poder do dinheiro no caráter e no valor que elas têm. Mas de tempos em tempos, os governantes acabam esquecendo a população, acabam esquecendo de ajudar o povo que os colocou lá, simplesmente em função dos seus interesses próprios. O mais curioso sobre isso é que só se preocupam com o povo nos anos pares, como se durante os anos ímpares o povo não vivesse, governos eleitos Brasil afora, acabam por trabalhar em prol do povo por dois anos, e não por quatro, como são devidamente eleitos para fazer.

Mas as pessoas precisam aprender, e estão aprendendo, que de tempos em tempos é preciso abrir o olho, é preciso parar e pensar. E é justamente quando as pessoas estão pensando que elas conseguem mudar os rumos da nação, foi assim na Independência, foi assim na Proclamação da República, foi assim com as "Diretas Já", foi assim com Collor. Enfim, no nosso país são muitos os exemplos. O problema, por enquanto, é que o "de tempos em tempos", das pessoas ainda está durando tempo demais, elas precisam fazer isso de dois em dois anos se for preciso, precisam acreditar em si mesmas e acreditar que o povo unido pode, e deve, lutar por seus direitos e lutar para que a justiça seja soberana e igual para todos.

Amanhã, domingo, dia 5 de Outubro de 2008, ou como prefiram tratar. Cada um de nós cidadões brasileiros, iremos mais uma vez ter a oportunidade de decidir o nosso futuro. E que no fim do dia cada um de nós tenha feito a sua escolha consciente, e que no fim do dia as pessoas possam pelo menos ter a esperança de que as coisas podem melhorar Brasil afora. Um filósofo francês, Rousseau, disse certa vez que "o poder emana do povo, e para o povo", assim aqueles que detém o poder não estão lá pra defenderem seus interesses, estão lá para defenderem os interesses do povo, da nação, da democracia, e é isso que deve acontecer, ou pelo menos deveria.

Que todos possamos exercer o nosso direito livres e sem medo de decidir por um futuro melhor. Afinal é assim que a democracia deve ser. Sobre ser livre, certa vez Ignazio Silone disse: "Liberdade é a possibilidade de duvidar, de errar, de procurar e experimentar, a possibilidade de dizer não a qualquer autoridade".

Boa leitura. Abraço.