4 de outubro de 2008

De tempos em tempos..

Olá meus amigos, estou de volta aqui, com uma imagem que encontrei navegando na rede e que me chamou muita atenção. Como vocês podem notar, a imagem acima tem uma bandeira nacional cobrindo uma das urnas eletrônicas de votação, que exibe a expressão "VOTE!". Achei interessante usar esta imagem para falar sobre o dia de amanhã, o dia em que vamos decidir quem serão as pessoas que irão conduzir os rumos de nossas cidades Brasil afora pelos próximos quatro anos, ou as vezes apenas por dois, afinal assim é a política.

Na Idade Média, de tempos em tempos reis faziam alianças entre si, unindo famílias em prol de um crescimento dos reinos, naquela época o poder se concentrava nas mãos dos grandes proprietários de terra, que se entitulavam reis. Nos tempos de hoje, ao redor do mundo de tempos em tempos nos diversos países, ou pelo menos em sua maioria, são realizadas eleições pra decidir quem irá deter o poder, pelo menos o poder Executivo ou Legislativo, que surgiram com a divisão moderna dos três poderes. Mas mesmo em tempos diferentes as estratégias ainda são as mesmas.

Alianças são feitas, famílias se unem, as vezes populações inteiras de uma região se unem em prol de um representante. Falando um pouco de Brasil, aquele poder que na Idade Média se concentrava nas mãos dos grandes proprietários, com o advento do capitalismo o poder hoje se concentra nas mãos daqueles que detém mais recursos financeiros. Talvez por uma questão cultural, ou talvez por necessidade (o que é ainda mais assustador), muitas pessoas no nosso país acabam vendendo o seu voto por uma quantia em dinheiro ou em troca de alimento.

De tempos em tempos (no Brasil, de dois em dois anos), muita gente aparece, muita gente muda, muita gente passa a pregar idéias diferentes. Em virtude de tentar passar imagens de "bons moços" ou de "benfeitores do povo", e tentam das mais variadas formas, inclusive com dinheiro ou outros bens materiais, convencer as pessoas de que são os melhores pra assumir este ou aquele cargo, seja no Legislativo, seja no Executivo.

De tempos em tempos, obras que não aconteceram quando deveriam acontecem. De tempos em tempos, pessoas que agente mal via nos pára na rua e nos cumprimentam com um sorriso de orelha a orelha. De tempos em tempos, as pessoas transformam o poder do dinheiro no caráter e no valor que elas têm. Mas de tempos em tempos, os governantes acabam esquecendo a população, acabam esquecendo de ajudar o povo que os colocou lá, simplesmente em função dos seus interesses próprios. O mais curioso sobre isso é que só se preocupam com o povo nos anos pares, como se durante os anos ímpares o povo não vivesse, governos eleitos Brasil afora, acabam por trabalhar em prol do povo por dois anos, e não por quatro, como são devidamente eleitos para fazer.

Mas as pessoas precisam aprender, e estão aprendendo, que de tempos em tempos é preciso abrir o olho, é preciso parar e pensar. E é justamente quando as pessoas estão pensando que elas conseguem mudar os rumos da nação, foi assim na Independência, foi assim na Proclamação da República, foi assim com as "Diretas Já", foi assim com Collor. Enfim, no nosso país são muitos os exemplos. O problema, por enquanto, é que o "de tempos em tempos", das pessoas ainda está durando tempo demais, elas precisam fazer isso de dois em dois anos se for preciso, precisam acreditar em si mesmas e acreditar que o povo unido pode, e deve, lutar por seus direitos e lutar para que a justiça seja soberana e igual para todos.

Amanhã, domingo, dia 5 de Outubro de 2008, ou como prefiram tratar. Cada um de nós cidadões brasileiros, iremos mais uma vez ter a oportunidade de decidir o nosso futuro. E que no fim do dia cada um de nós tenha feito a sua escolha consciente, e que no fim do dia as pessoas possam pelo menos ter a esperança de que as coisas podem melhorar Brasil afora. Um filósofo francês, Rousseau, disse certa vez que "o poder emana do povo, e para o povo", assim aqueles que detém o poder não estão lá pra defenderem seus interesses, estão lá para defenderem os interesses do povo, da nação, da democracia, e é isso que deve acontecer, ou pelo menos deveria.

Que todos possamos exercer o nosso direito livres e sem medo de decidir por um futuro melhor. Afinal é assim que a democracia deve ser. Sobre ser livre, certa vez Ignazio Silone disse: "Liberdade é a possibilidade de duvidar, de errar, de procurar e experimentar, a possibilidade de dizer não a qualquer autoridade".

Boa leitura. Abraço.

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