25 de fevereiro de 2009

Ei! Cadê você?!

A maioria das crianças não veem a hora de crescer.. de se tornar "gente grande". Pois é! Eu também era assim. Não via a hora de ser independente, de poder ir e vir na hora que eu quisesse, fazer o que eu bem entendesse. E, preciso confessar, em alguns aspectos ainda sou assim. Espero loucamente pelos meus 18 anos, passar no vestibular, ir morar em outra cidade, longe dos cuidados da minha família, tendo a "liberdade" que eu tanto sonho. Mas hoje me flagrei muio triste, percebi que eu não estava ansiosa para o inicio das aulas (coisa absurdamente estranha), percebi que no ano passado eu não tinha esperado tanto pelo natal, nem pelo ano novo, nem fiz minha lista de metas e, no fundo, eu não criei aquela ilusão de que 2009 seria um ano melhor, não senti a sensação de recomeço, não senti vontade de mudar. É, isso definitivamente mexeu muito comigo. Por que me sinto assim? tão perto dos meus 18 anos... sou quase "gente grande" já, por que então estou triste? se minha "liberdade" se torna cada vez mais próxima?! É, acho que é esse o motivo de minha tristeza, sinto que cresci um pouco, amadureci um pouco, aprendi também. E que, inconscientemente talvez, eu esteja matando aos poucos a criança que ainda sou, a criança que todos nós somos, aquela que a gente guarda e leva pro resto da vida. Daí senti saudade do banho de chuva, de jogar bola, brincar de carro com meu vizinho, de barbie com as meninas, senti saudade de quando eu não tinha algumas das responsabilidades que tenho, saudades do cheiro de material escolar novo, saudades do pão assado que hoje eu que tenho que fazer... saudades das coisas simples, que por serem tão simples eu não tenho dado muito atenção a elas, e que por isso percebo o quanto elas são necessárias. Ai que saudade de correr a rua inteira de pés descalços, de andar de bicicleta, enfim. Disso tudo eu tiro uma pergunta: quando sou feliz? quando nós somos felizes?! Sei que de alguma forma a criança que hoje quer ressucitar em mim, me fará mais feliz que qualquer "liberdade", que qualquer idade acima dos 18. Pois talvez seja aí que somos felizes, quando somos crianças e nossos únicos medos são de lobisomem e homem do saco. Quando nós acreditamos que temos a fórmula para mudar o mundo. Sim, aí nós somos felizes.

Beijos com sabor de "picolé de chocolate"
Boa leitura.

Cláudia Patrícia.

Revisão: Fahad Mohammed

3 comentários:

Fahad M. Aljarboua disse...

"Eu só quero é ser feliz andar de bicicleta e quebrar o meu nariz..."

Já ouviu isso? Acho que seria um bom resumo do que tu escreveu...

Mas sobre tudo isso que você falou, eu posso dizer que já me senti assim. Mas consegui reencontrar a criança que vive lá dentro, e deixe eu contar um segredo por mais que tentem (e tentam) matá-la não conseguem, as nossas "crianças interiores" sempre estão adormecidas dentro de nós.

Muito feliz em ler.

Anônimo disse...

A felicidade não tem idade nem tempo. Ela se apresenta em todos os nossos bons momentos, por essa razão precisamos aproveitá-los como se fossem únicos. Parabéns pela reflexão.

Robson disse...

pow PARABÉNS Fahad pelo blog e Cláudia por colaborar, continuem assim, nunca faltarão pessoas para ler..