18 de outubro de 2010

[re]Encontro

Algumas horas de viagem depois, ele finalmente chegou. O trânsito parecia tranquilo, e era fácil percorrer as ruas daquela cidade, mesmo sem conhecê-las. Lembrou que precisava passar numa loja de roupas e comprar uma gravata para o congresso.

Atravessava as ruas sem pensar muito na palestra do próximo congresso, o carro ia devagar, observava as pessoas atenciosamente. Avistou então um lugar que lhe pareceu agradável. Uma cafeteria. Estacionou e foi até lá. Sentou do lado de fora e pediu um café espresso.

Continuava observando as pessoas ao redor. A cidade estava muito diferente do que era há dez anos atrás. Como de costume, após o café acendeu um cigarro. Do interior da cafeteria, fazendo seus olhos piscarem seguidas vezes, ela saiu. E vinha na sua direção.

Ele sabia que ela não fumava, mas atendeu quando ela pediu-lhe um cigarro, enquanto fazia de conta que não o tinha reconhecido. Em seguida, sentou com ele. Chamando a garçonete pelo nome, pediu uma dose de conhaque, a garçonete sem entender bem atendeu a patroa.

Os dois começaram a conversar, e em um instante ela pediu licença para colocar uma música na vitrola. Na volta perguntou a ele se eles se conheciam de algum lugar, ele então percebeu que ela não o tinha reconhecido. E então falou da música, e ele disse que estava excelente.

Era uma de suas músicas preferidas, ela sabia. Mas ele não entendia o que se passava. Ela baixou a cabeça, porque ele não compreendia o que ela queria. Ele pagou o café, e teve que ir embora, o congresso começaria em breve, e ele nem tinha comprado a gravata.

Ela ficou frustrada. E ele no carro, ouvindo de novo a mesma música, entendeu o que ela deixou no ar. Deu meia-volta e entrou em disparada na cafeteria, procurou por ela e ela sentava ao lado de um outro homem, hesitou e não foi até ela. Saiu e perguntou a garçonete quem era a mulher que sentara com ele, ela disse que era esposa do dono da cafeteria.

Partiu, mais uma vez repleto de solidão.


Abraço. Boa leitura.

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