Ja contara um mês desde que Miguel vira pela última vez o sorriso dela. Não sabia de onde vinha tanta dor, pra não falar da saudade. Desistira de parar com os cigarros, a alegria que ela trouxera com o sorriso parecia simplesmente ter ido embora. Foi pra algumas noitadas nesse meio tempo, mas não conseguia encontrar outra graça que não o doce e agradável sorriso dela.
Até mesmo o mal jeito com a viola tinha piorado, e o pior as músicas já não tinham mais o mesmo tom suave e agradável, eram como tempestades arrasadoras que ele nem sequer passava pro papel, esse último deserto de tudo. A melancolia era tão grande que observar o porta-retratos não confortava, mas feria.
Deitou-se, tentando dormir.
No meio da noite acordou, assustado e ainda mais triste. Sonhou com ela. No sonho, ele tinha partido à procurar por ela. Estava confuso, muitas pessoas, muitos carros, parecia um estacionamento. De repente, pessoas vindo de algum lugar. É quando ele a vê, rapidamente se esconde atrás de um caminhão. Faltou coragem de encará-la.
Algumas pessoas passam por ele e o olham com estranheza. Ele vai sair pelo caminho contrário ao que as pessoas estão tomando, quando dá de cara com ela - acompanhada, aos beijos. Apesar da barba, do cabelo grande, dos óculos escuros e de ter simplesmente a ignorado, ele tem a impressão que ela o reconheceu, mas ele seguiu como se não a conhecesse.
Acordado. Olhou para o porta-retratos, quando uma lágrima caiu. Virou-se e foi dormir novamente.
Abraço. Boa leitura.
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