1 de abril de 2010

Castelos de Areia

A noite caía lentamente e ele continuava sentado na beira da praia. Fitava o castelo de areia que havia demorado toda a tarde para terminar, e via cada vez mais as ondas se aproximarem, prestes a destruir o seu cuidadoso empenho de uma tarde inteira. E nada podia fazer, se não esperar.

E o que breve aconteceria com o seu castelo de areia, muito se parecia com o que acontecia com seus planos nos últimos dias. Da mesma forma, ele nada podia fazer enquanto seus planos desmoronavam como o castelo de areia atingido pelas ondas do mar.

Apenas quando não restava mais nenhum vestígio do castelo de areia que ele tanto havia se esforçado para erguer, é que ele foi se afastando da praia.

Em lentos passos começou a sentir uma leve garoa cair.

E agora foi inevitável, em muito lembrou-se daquele dia de chuva em que se conheceram. Sentou encarando o mar, levou sua mão ao bolso e pegou um retrato em preto e branco tirado naquele dia. Derramando lágrimas com cada lembrança.

A chuva começou a borrar o retrato, ao ponto de que não era mais nada além de um papel manchado de tinta borrada. Era possível apenas ler o verso, seco, que tinha as inciais "M" e "L". Largou o retrato ali mesmo e levantou-se desolado.

Miguel mais uma vez caminhava sozinho no meio da multidão.


Abraço. Boa leitura.

2 comentários:

Karine Ribeiro disse...

Linda como sempre =)

Donclé disse...

bom, muito bom fahad!