4 de junho de 2010

Relacionamentos Impossíveis

Renato estava sentado na beira da praia, tentava arrancar alguns acordes na viola enquanto ficava olhando belas moças passarem indo e vindo. Uma, até que lhe soltou um sorriso seguido de uma piscadela, mas ele fez vista grossa, deu um gole na cerveja, pôs a viola de lado e pegou o maço de cigarros.

Ficou encarando um dos mais confiáveis amigos com quem ele já convivera. E resolveu encerrar a amizade. Seu telefone tocou, estava na hora, levantou-se apanhou seus pertences, deixando na areia apenas o velho maço de cigarros com filtro vermelho.

Deu alguns passos pensando na vida, nas escolhas que fazia diariamente, fossem simples ou não. Pensou naquela mulher, ousada, definitivamente apaixonada pela liberdade. Pensou no quanto a queria ao seu lado, e no que vinha fazendo para conseguir. E ele pensou, e pensou, e pensou, e pensou.

Encarou o deslumbrante sol que ia caindo e dando lugar à noite. E pensou em todas as mulheres que poderia ter, nas que já tivera, na ligação que recebera na madrugada passada. E pensou, e pensou, e pensou, e continuou pensando.

Mas esse era o seu talento especial - como o Richard Gere, em "Uma Linda Mulher" -, relacionamentos impossíveis. E se perguntou porque só no cinema é que as coisas terminam bem. Simplesmente não era justo.


Abraço. Boa leitura.

Nenhum comentário: