8 de janeiro de 2009

Começo, meio ou fim?

Bem, já que a frase do mês é de um dos homens que concebeu a "liberdade moderna", por assim dizer. Vou citar uma outra frase de John E. E. Dalberg Acton, ou simplesmente Lord Acton. Mais uma sobre o poder, mas desta vez também sobre liberdade: "A liberdade não é um meio para um fim político mais elevado; ela é em si mesma o mais elevado fim político".

Nos resta questionar se nossos políticos sabem disso.

Afinal, o que é concebido como política? Vamos ao dicionário então para ver o que ele diz:

"Política

do Gr. politiké


s. f.,
ciência do governo das nações;
arte de dirigir as relações entre os Estados;
princípios que orientam a atitude administrativa de um governo;
conjunto de objetivos que servem de base à planificação de uma ou mais atividades;

fig.,
astúcia;
maneira hábil de agir;
civilidade." (grifos nossos)

Mas, questionando o dicionário um pouco, não seriam todas e quaisquer relações entre os indivíduos uma forma de política? Afinal as relações entre as pessoas semprem visam interesse em alguma coisa, nada acontece sem um interesse por trás, pelo menos não normalmente, as chamadas segundas intenções quase sempre existem, e são muitas vezes perigosas.

E há quem use a liberdade como um meio de se promover política, ou ainda de se auto-promover. Mas esquecendo-se justamente do que Lord Acton fala sobre a mesma, isso porque se voltarmos um pouco no tempo, as grandes reviravoltas na história da humanidade não foram alcançadas porque os homens eram livres, mas porque ansiavam sê-lo.

E quando há confusão entre fim e começo, começo e fim, aí sim é que percebemos que a liberdade não é só um fim político, mas também a base de toda a política (mas isso contradiz Lord Acton e transforma em um meio, certo?), é através dela e por causa dela que as pessoas foram capazes de encontrar meios para se "fazer política", seja qual for a política. Mas é então que chegamos numa outra pergunta: quais os meios para se alcançar a liberdade?

Politicamente falando, historicamente também, e ainda muito curiosamente, a corrupção é uma ferramenta bastante eficaz para alcançar a liberdade como fim político. Exemplos não faltam, desde o Egito, passando por Grécia e Roma, correndo nos borrões da história Cristã, chegando no seio da civilização Pré-Revolução Industrial, a Revolução Gloriosa, a Revolução Francesa, poderia passar o resto do dia citando tais eventos, que aconteceram mantidos por uma simbiose com a corrupção que inundou-os mesmo oculta sob a bandeira da liberdade.

Hoje em dia não é diferente, há casos recentes como as "guerras pela paz" promovidas recentemente por alguns governos ao redor do mundo. Si vis pacem, para bellum. Se queres paz, prepara a guerra. Lutam pelo que? Buscam o que? A paz? Que paz? Ser livre? Como se isso fosse realmente possível, ou passível de existência, sob a bandeira da guerra.

Abraço. Boa leitura.

Revisão: Revisora chegou! =D Cláudia Patrícia.

Um comentário:

Anônimo disse...

A questão é interessante,e falando um pouco sobre o que penso - se é que isso interessa a alguém - cheguei a conclusão de que para que um indivíduo possua inteira liberdade, ele teria que viver na anarquia, ora; vivemos regidos por leis, costumes e tradições, e isso tudo - ao meu ver - não constitui o gozo da liberdade, mas, se todos dispusessem de tal liberdade a vida em sociedade seria no mínimo IMPOSSÍVEL.
Mas se pensarmos a LIBERDADE como um sonho, uma utopia, algo que muitos anseiam, então os FINS justificariam os MEIOS?
Se a resposta for sim então o uso da POLÍTICA – não de forma convencional,ou melhor, da forma convencional na qual estamos acostumados a ver, com mentiras, falcatruas e afins – seria justificada, já que o sonho de “LIBERDADE” seria mais importante.