6 de setembro de 2010

Vaquejadas: História, Cultura e Tradição

Esses dias recebi um e-mail sobre o fim das touradas espanholas, pondo em xeque as vaquejadas, questionando se deveriam assim como as touradas espanholas acabar. E consegui organizar um pequeno raciocínio acerca do tema.


As touradas foram, de fato, proibidas na Catalunha porém muito mais por questões políticas do que por questões de respeito aos animais ou dinamização da cultura, a decisão, do ponto de vista de especialistas, foi uma 'revanche' do líderes políticos da Catalunha que buscam a autonomia da região. Eu sou contra as touradas, por uma razão simples, não me parece razoável machucar, muitas vezes de maneira letal, um animal por puro e simples entretenimento. E é justamente nesse sentido que - mesmo não sendo fã - eu defendo as vaquejadas, é uma situação completamente da brutalidade praticada nas touradas. Os vaqueiros surgiram para, principalmente, pegar os bois "brabos", e o boi diferente de alguns homens "brabos" não pode ir ao psicológo, era necessário o uso da força (não-letal). No Nordeste, desde a colonização, o gado sempre foi criado solto. A coragem e a habilidade dos vaqueiros eram indispensáveis para que se mantivesse o gado junto. O vaqueiro veio tangendo os bois, abrindo estradas e desbravando regiões. Foram eles os grandes desbravadores do sertão nordestino, e muito especialmente do sertão do Seridó, região cheia de contos e lendas de bois e de vaqueiros. Ignorar a história e a tradição pelas quais os vaqueiros são responsáveis e compará-los às brutais touradas da Espanha, é no mínimo irresponsável, podendo passar pelo profano e chegar ao preconceito. A vaquejada, principalmente para mim que fui criado aqui no Seridó, muito embora não seja um fã e não tenha o costume de ir assistí-las, é uma das manifestações culturais mais importantes do Nordeste brasileiro, renegá-la não é luta de quem defende a cultura nordestina. Na minha humilde opinião, é coisa de quem acha que cultura é apenas um quadro de Picasso, um poema de Álvaro dos Campos, uma escultura de Aleijadinho e gêneros afins, mas acaba esquecendo que não há cultura maior que a história e aqueles que a constroem, e esses merecem respeito, honrarias e lembranças sempre. Não sei se as vaquejadas serão proibidas, mas não espero que sejam.

Quanto a iraniana que será executada, ela relacionou-se enquanto estava casada e é, inclusive, suspeita da morte do marido. Não digo que ela é culpada, até sustento que ela é inocente enquanto não for provado o contrário. Porém acho que as pessoas tem que se preocupar mais com aquele pivete de 11 anos que fuma crack a madrugada inteira muitas vezes a poucos metros de distância de nossas casas, ou nos preocupar com a garota de 14 anos que já transou mais vezes que minha mãe de 53. Essas coisas preocupam-me muito mais que corrida de boi, mas perdoem minha ignorância.


Abraço. Boa leitura.

2 comentários:

Anônimo disse...

"As touradas foram, de fato, proibidas na Catalunha porém muito mais por questões políticas do que por questões de..." Após o "porém" deveria ter uma vírgula!

"Quanto a iraniana que será executada" A junção da preposição mais artigo resulta em crase, portanto à iraniana, craseado!


"Eu defendo as vaquejadas, é uma situação completamente da brutalidade" Completamente o que?


"Porém acho que as pessoas tem que". O "tem" no plural, recebe acento!


Talvez ninguém seja perfeito!

Luna disse...

Não gosto de touradas, vaquejadas, e nada com animais.

Dando só uma voltinha por aqui.

Beijos!