19 de setembro de 2009

Segredos Íntimos

Alexandre Dumas em sua obra brilhante, O Conde de Monte Cristo, encerra-a com uma máxima fantástica: "O segredo é ter fé e esperar", e assim ele suscinta e mistifica muitas coisas de nossas vidas. O mais duro coração de pedra pode ser tocado pela simplicidade de um sorriso verdadeiro, não há mal absoluto, e nem bem perfeito. Por trás de todas as máscaras que usamos escondem-se segredos íntimos que certamente são os segredos reais, que talvez nunca revelemos para ninguém, ou no máximo para uma única alma.

São esses segredos, assustadores por vezes, que nós devemos saber que podem nos levar a caminhos sinuosos, trilhas perigosas. E é por isso que precisamos ter cuidado, eles podem nos destruir, ou podem nos tornar mais fortes. Podem nos deixar cicatrizes mortais, ou podem nos transformar em seres cheios de beleza. Tudo depende da hora da nossa escolha.

E qual a hora da escolha?

Não adianta escolher quando estamos no meio do caminho sem bifurcações, ou quando estamos num beco sem saída. A hora certa, ninguém sabe ao certo, mas precisamos não deixar que seja tarde demais. É melancólico acreditar que a hora de parar é também a hora de começar, de iniciar uma nova era, deixando para trás coisas que outrora achamos que fossem eternas.

A eternidade, que eu prefiro encarar como atemporalidade, é algo tão distante, tão abstrato que sequer é possível mensurar, é como o infinito. Mas é maior que a infinidade, porque sabemos que algo infinito é algo muito grande, incomensurável, porém não podemos precisar o tamanho da eternidade, o tamanho do tempo.

Mas voltando aos segredos mais íntimos, e mais sombrios, que guardamos dentro de nós com
tanto medo, com tanto cuidado. Seria impossível não tê-los, seria como ler uma poesia que não tem entrelinhas, como olhar um céu que não tem estrelas pequenas que quase não vemos, seria como apaixonar-se por um amigo imaginário que não existe.

Precisamos conviver com nossos segredos, precisamos saber quando eles devem ser mantidos, e quando devem ser confiados, e muitas vezes vamos errar na hora de fazermos essas escolhas, mas o que vai fazer diferença é quando deixarmos de guardar esses segredos sombrios de nós mesmos e passarmos a encará-los como algo que faz parte de nós, aí é a hora da escolha: ir adiante ou deixar pra trás?


Abraço. Boa leitura.



Espero profundamente que a revisora dê as caras.
Falador, eu passei por aqui! Texto revisado... e muito bom! me trouxe lembranças de umas conversas perdidas...

Um comentário:

Luma Carvalho disse...

tô gostando desse cantinho aqui! gostei muito do texto...
segredos... escolhas... esperas... conquistas... medos... êxtases... tudo e tanto mais é que faz dessa vida aqui um mistério sem fim...

beijos na alma
com sabor de "passem lá no meu blog - tem poema novo!"

luciana
luma
lua