10 de março de 2011

Todo Carnaval Tem Seu Fim (Ainda Bem)

Ainda bem que todo carnaval tem seu fim, como disseram meus queridos Hermanos de barba. Esse carnaval então, me trouxe uma visão ainda menos poética do Carnaval. Culpa da decadência da moralidade na nossa sociedade contemporânea. Parafraseando Humberto Gessinger, lhes digo que nós, homens de ideias tão modernas, ainda somos como os mesmos homens das cavernas em alguns sentidos.

Vamos por partes, como o estripador. Carnis vallis, em grego refere-se aos prazeres da carne. É esse o significado do Carnaval, e isso talvez justifique toda a depravação que anualmente ocorre de maneira ainda menos moderada. Me perdoem o conservadorismo quase que ortodoxo, mas certas coisas são exageros em demasia, pra não dizer que são total perda de senso moral e estupidez anacrônica.

O Carnaval virou reduto de estereótipos em sua maioria anencéfalos: o rapaz forte e sem camisa que, cedo ou tarde, ficará impotente por causa dos anabolizantes, e a moça distinta que usa microssaias e esquece de colocar a calcinha, o que em alguns casos prolonga o Carnaval até novembro.

As músicas carnavalescas então, essas sim é que estão cada vez mais raras. Os paredões da playboyzada transformam a folia num baile funk em movimento onde a palavra de ordem sonora é sexo. O som é impróprio, ou pelo menos deveria ser, para as crianças que estão na folia, mas ninguém se importa.

A maioria das drogas da moda no Carnaval são inaláveis. Uma mistura de clorofórmio e éter, popularmente conhecida como loló, faz a cabeça da maioria. Mas tem gente mais ousada usando lança-perfume, ou ainda cocaína. A polícia faz a parte dela: procura os traficantes e faz vista grossa pros usuários, esquecendo que sem usuário o tráfico não existe.

Agora alguém pode estar pensando: "Que cara mais idiota! Se não gosta do Carnaval, respeite quem gosta!"

Se pra não ser idiota eu precisar respeitar todas as idiotices em massa que eu presenciei - e em certos casos, até pratiquei -, me perdoem, mas eu serei idiota por muito tempo ainda. Mas pensem assim, se até a Mulher Maravilha e o Super-Homem fugiram no Carnaval, idiota mesmo é quem ficou.


Abraço. Boa leitura.

2 comentários:

Sávio Breno disse...

Isso me lembra que ontem, voltando da missa da quarta feira de cinzas, cruzei pelo caminho comum grupo que era a cara da ressaca. Entre os jovens ainda semi-embriagados ia uma menina, de no máximo uns 6 anos, cantarolando alegremente que ia dormir "na casa dos machos" onde há "um por cima e outro por baixo".

Creio que o problema não é o carnaval. O carnaval é apenas a desculpa. Ouça as músicas que tocam no rádio e você verá o modelo de "vida perfeita" da juventude: ter um carro equipado com um paredão de som, ir para tantas festas quanto possíveis, "pegar" as mulheres, beber até o limite do fígado, e tudo isso pago com o dinheiro do pai.... O carnaval é apenas a ocasião em que os jovens se sentem liberados a colocar tudo isso em prática.

Os jovens que em 1968 picharam os muros da Sorbbone (e que a mídia romântica não tardou a rotular de "heróis") disseram:"Viver sem obrigações e gozar sem trabalhar." Pois bem, eles conseguiram!

E nós estamos vivendo no mundo dos filhos daqueles jovens, que hoje colhem os frutos plantados por seus pais.

Unknown disse...

Concordo plenamente, com Sávio.
Grande parte da culpa é dos pais q por muitas vezes patrocinam a boa vida dos filhos a troco de nada.. não exigem q eles estudem, nem q trabalhem, nem q respeitem a si próprio, mto menos q respeitem a eles q são seus pais, hoje em dia o que falta é os pais instigarem de alguma maneira aos seus filhos terem responsabilidade, é por isso q pra muitas cocotinhas o carnaval só vai acabar em novembro com um chorinho rompendo o silêncio da noite e acabando com o sono dos (mais novos) pais e avós do pedaço! ;)

isso quando não chega a um extremo e os pais acabam (sem querer) futuramente patrocinando a estadia do filho numa penitênciaria..