23 de junho de 2011

Encontros e Despedidas

Desligou o telefone depois de algumas horas de conversa. Sempre havia uma novidade, sempre havia uma coisa nova para conversar. Quer fosse sobre um dos novos bolsistas dela que despontava como um prodígio nas práticas experimentais no laboratório, quer fosse sobre a professora de tango argentino dele.

Guilherme e Marina se conheciam desde a juventude, vizinhos de mesma rua no subúrbio de Ouro Preto, estudaram na mesma escola, pegavam os mesmos ônibus e se separaram quando ela, um ano mais velha, mudou-se para Belo Horizente, foi fazer faculdade de Farmácia. Dali em diante eram raros os encontros, mas sempre longos os também raros telefonemas.

E ele sempre tentando esconder o interesse que tinha desde os tempos de criança. Tinha um carinho por ela maior que todo o estado de Minas, mas não tinha coragem de tentar descobrir se era algo mais ou, sequer, de saber o que ela pensava disso. Por vezes isso o machucara, principalmente quando ela vinha falar de alguém em quem estava interessada.

E mesmo depois de tanto tempo, cada um sozinho do seu lado. Ele nunca teve coragem de tocar no assunto. É um caso que esse contador de estórias jamais seria capaz de imaginar e que me faz imaginar o que aconteceria se ela soubesse que todos os reencontros faziam com que o coração dele batesse mais forte e toda despedida fazia o coração dele apertar...


Abraço. Boa leitura.

Um comentário:

Bebel disse...

Muito legal esse conto,é impressionante sua habilidade com as palavras.
Parabéns!