17 de janeiro de 2011

Reprise

Enquanto a grande mídia faz sensacionalismo barato com a tragédia carioca usando a dor das vítimas por alguns pontos de audiência. E enquanto a sociedade sensibilizada faz doações para ajudar as vítimas. E enquanto os políticos fazem um discurso proselitista de unir esforços para ajudar as vítimas. Todos se esquecem de que há pouco menos de um ano, em abril de 2010, as chuvas provocaram uma tragédia no mesmo Rio de Janeiro, alguém se lembra do Morro dos Prazeres e do Morro do Bumba, em Niterói?

A verdade é que quando a tragédia acontece todo mundo tem consciência social, todo mundo é solidário, todo mundo quer somar à união de esforços. Mas enquanto as pessoas esperarem que as tragédias ocorram para ajudar as vítimas e assim ganhar pontos como cidadãos politicamente corretos e solidários, essas mesmas pessoas não passarão de um ajuntamento de idiotas.

O que aconteceu no Rio não foi um desastre natural, foi irresponsabilidade. Das vítimas e do poder público. Esse último, por omissão, por inação. E algumas pessoas poderão achar arrogante criticar e apontar culpados agora, mas do meu ponto de vista é muito mais responsável fazer isso do que doar R$ 25 mil ganhos num jogo de pôquer, atitude típica de quem quer aparecer nas colunas sociais.

A tragédia carioca é apenas um filme reprisado, e enquanto as pessoas não foram capazes de perceber que o mal tem que ser cortado pela raiz e preferirem paliar as tragédias fazendo doações para as vítimas, é triste, mas é preciso dizer que a sociedade será cúmplice de homicídio.

E enquanto isso, mais uma vez eu peço pro Gil cantar: "O Rio de Janeiro continua lindo..."


Abraço. Boa leitura.

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