9 de maio de 2011

Inominável

Estava inquieto, não sabia se tinha sono ou saudade, embora qualquer das alternativas lhe fizesse sonhar. Ele não sabia mais onde procurar, não sabia sequer como proceder dali em diante. Ele precisava de um afago, precisava de companhia, mais que isso precisava de algo que não sabia nominar, e era isso o que mais lhe faltava.

Não lhe satisfazia mais a música, o vinho, a literatura, menos ainda o jornal. Ele estava cansado das estórias alheias, dos sorrisos alheios, das emoções alheias. Estava cansado dessa ficção, ele nunca quisera demais, menos ainda depois de perder o pouco que quis.

Ele sempre ia aos mesmos lugares, mas o tempo passava e ele não via mais as mesmsas pessoas, era como se ele fosse o único a envelhecer, se os seus sonhos fossem fazendo com que ele envelhecesse mais que os outros. E isso era estranho, até mesmo pra ele.

Fitou a lareira indefinidamente, procurou enxergar no fogo as respostas e mais uma vez esforçou-se em vão. Até porque as respostas que ele procurava não iria encontrar, já as tinha e seu desejo de mudá-las era impotente.

Pegou o velho álbum, passou foto por foto e lágrimas sem sentido teimando em passar por seus olhos...


Abraço. Boa leitura.

Nenhum comentário: