2 de maio de 2011

Osama Não Morreu

"Matar um homem é uma coisa infernal. Você tira tudo o que ele tem e o que ele poderia ter".

Eu sempre achei fantástica essa máxima de Willy Munny, "matador de mulheres e crianças", personagem vivido por Clint Eastwood no fantástico western "Os Imperdoáveis". Pra falar a verdade, eu ainda acho essa uma máxima fantástica. Muito embora meu conceito tenha mudado um pouco. É possível matar um homem, mas não é possível apagar suas ideias.

Ideias não podem ser mortas, ideias não podem ser feridas. Ideias não podem sequer ser tocadas. Ideias são eternas. Qualquer um capaz de matar um homem, mas duvido que alguém seja capaz de fazer com que suas ideias, por mais absurdas que possam ser, sejam esquecidas, deixem de existir. É só olhar um pouco para a história e para os dias atuais para perceber que os exemplos podem agradar a todos.

Jesus foi crucifixado, mas suas ideias foram basilares para uma das mais poderosas instituições da sociedade contemporânea. Tiradentes foi esquartejado publicamente, mas é considerado um herói que lutou contra a opressão da Coroa Portuguesa em busca da independência. Hitler, que cometeu suicídio para não se render, ainda inspira em muitos a crença na supremacia da "raça ariana". Che Guevara, cuja morte é controvertida, representa a fina flor do ideário da revolução marxista.

Os exemplos são muitos, inúmeros homens passaram, morreram por suas ideias. Mas elas, as ideias, permanecem. Os americanos comemoram a morte do terrorista Osama bin Laden e esquecem que, há tempos, ele deixou de ser apenas um homem e passou a representar uma ideia. E disso eu tenho medo, das conseqüências que podem vir dessa morte esdrúxula que transformou um fugitivo em um mártir.

A pergunta é: quantos Osamas surgirão agora? A resposta é tão imprevisível quanto os números que serão sorteados nos próximos dez sorteios da Mega-Sena. É possível que a morte dele represente uma batalha vencida na guerra contra o terror. Mas é possível que a morte dele represente a virada da guerra em favor dos terroristas.

A morte de Osama não vai mudar a minha vida, nem a da maioria dos brasileiros. Mas vai trazer de volta os temores que vieram após aquele fatídico 11 de Setembro de 2001 e estiveram adormecidos por algum tempo. E isso não é previsão ou "achismo", basta ler os jornais pra saber que eu tenho razão. Afinal, Osama, assim como Elvis, não morreu.


Abraço. Boa leitura.

2 comentários:

Unknown disse...

Bom texto Fahad...

Pedro Valentim

Víctor Hugo - VH disse...

É... Osama não morreu!
E ainda veremos muitos nascerem após esse fato!