21 de junho de 2011

"Quantas vezes a gente sobrevive à hora da verdade?"

Hoje me deparei com vários textos por essa internet, alguns por indicação, outros por casualidade, mas o interessante foi que, apesar dos assuntos tratados serem completamente diferentes, ao final cheguei à conclusão de que todos tomavam por base a mesma coisa: o medo da rejeição.
Um dos textos critica de forma muito bem humorada a sociedade playboysística de Natal. Já um outro, no geral, faz uma análise sobre a “covardia amorosa” masculina. Este último, intitulado “Carta (escancarada) ao homem frouxo”, de Xico Sá, me chamou a atenção para um trecho, quase no finalzinho, que diz o seguinte:

"Rapazes, o amor acaba, o amor acaba em qualquer esquina, de qualquer estação, depois do teatro, a qualquer momento, como dizia Paulo Mendes Campos, mas ter medo de enfrentá-lo é ir desta para a outra mascando o jiló do desprazer e da falta de apetite na vida. "

Como não sou muito diferente de muitas pessoas por aí, postei tal trecho na internet e logo (digo, logo meeesmo), algumas pessoas se manifestaram, adorando e concordando com o que foi dito. Eu também concordo com Xico Sá, em gênero, número e grau, mas não vou mentir dizendo que o jiló não tem sido meu mais fiel acompanhante. As pessoas ultimamente têm tido muito medo de amar e ficam dando a desculpa de que estão muito ocupadas no momento. “Ah, esse ano não, tenho vestibular!”, “agora não, a minha monografia está me matando” ou até mesmo “não dá pra pensar nisso agora, tenho coisa mais importantes pra fazer”. Agora me respondam, estão todos ocupados mesmo, ou estão com medo de amar? Ou melhor, estão com medo de amar, ou de não serem amados? Os homens têm medo do relacionamento sério ou de não serem correspondidos? As mulheres buscam a independência acima de tudo ou, no fundo, tudo o que elas querem é ter alguém de quem depender (e eu não estou falando da parte material)?

Acho mesmo que o grande medo que atormenta a cabeça de todos nós hoje é o medo da rejeição, e é por isso que quando cada um fica no seu quadrado, parecendo forte, se vive mais fácil, porque assim não dá pra quebrar a cara, ou pelo menos não dá pra ninguém ver que quebramos a cara. Esse medo de rejeição fica claro até nas coisas mais superficiais, como foi mostrado no texto sobre a sociedade natalense, a sociedade das aparências. Não que elas não se vistam ou ajam da forma citada no texto sem se sentirem confortáveis com aquilo, até porque se acostumam. É fácil se acostumar com algo quando não se entra em contato com o diferente, principalmente quando se tem medo dele, porque o caminho mais fácil sempre será aquele em que nos deixamos ser iguais aos outros.

5 comentários:

Fahad M. Aljarboua disse...

A última postagem de Nanda por aqui tinha sido esse ano, no dia 1º de Janeiro. Quase seis meses depois ela postou de novo. ;)

Nesse ritmo ainda dá tempo postar de novo esse ano, rsrsrsrs.

Murilo disse...

Muito bom o texto...vc acaba se identificando com alguns trechos...excelente

Anônimo disse...

Ótimo texto!
Parabéns Fernanda!

@fabiiomacedo disse...

Oh, vou te falar: Esse jiló não tem largado do meu pé também.

Se é medo ou falta de tempo, o certo é que os relacionamentos têm ficado, realmente, mais escassos, mais raros.

VAMOS MUDAR ISSO, ORAS!

utopic disse...

Excelente post. Eu penso assim também, a gente perde tempo escolhendo palavras, momentos e no final das contas, quando a gente vê, o tempo já foi e acaba-se perdendo a vez. E olhe que a probabilidade de um sim ou não é a mesma. Por que não arriscar?