11 de julho de 2011

Celebraremos!

Ver num dos jornais mais importantes do país que existe a posssibilidade de que um dos crimes do processo do Mensalão prescreva me faz sentir vergonha de ser brasileiro. É uma coisa que, pessoalmente, me faz acreditar cada vez menos naquela remota possibilidade de que as coisas podem mudar com naturalidade.

O processo em questão vem arrastando-se com vagareza na mais alta Corte do país desde que a Procuradoria da República teve sua denúncia recebida em 2007. É isso mesmo, há quatro anos um dos processos mais importantes da história do nosso país, aquele que poderia vir a ser o divisor de águas de uma nova era de moralidade, está prestes a prescrever parcialmente sem julgamento.

E eu arrisco a dizer que o Olimpo, digo o Supremo, vai manobrar para tal sem qualquer cerimônia. E, assim, o nosso tão desacreditado Judiciário vai ficando cada vez mais desacreditado. È lamentável, é deprimente e é preocupante, pelo menos para mim.

Ultimamente, tenho pensado muito uma tese de que apenas uma revolta popular nos moldes daquelas que viraram do avesso o mundo árabe poderia salvar nossa Nação. Só que aqui tem o Carnaval, as Festas Juninas, o Campeonato Brasileiro, uma infinidade de outros feriados, o Faustão aos domingos, e assim as pessoas vão elegendo outras prioridades, sempre têm algo mais importante com o que se preocupar.

Caberia aqui um trecho de uma música da Legião Urbana: "Vamos celebrar nossa justiça, a ganância e a difamação (...) Vamos celebrar nossa bandeira, nosso passado de absurdos gloriosos. Tudo que é gratuito e feio, tudo o que é normal".


Abraço. Boa leitura.

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