5 de julho de 2011

Lembranças, Disfarces e Reviravoltas... - Minissérie #2

Como já era de se esperar, ela não atendeu. Não estava dormindo, mas queria saber até onde a inquietação do rapaz o levaria. Anita já sabia onde estava pisando, e não foi à toa que às 10h recebeu uma mensagem de Luiz, perguntando se poderia vê-la novamente. Ela respondeu que sim e completou dizendo que sempre almoçava num restaurante perto da praia e que ele reconheceria o lugar.

Fazia muito tempo que não fazia isso, mas Luiz queria impressioná-la. Depois de muito tempo sentiu necessidades de impressionar alguém. Pegou a velha motocicleta e saiu cortando as ruas da cidade até a praia, contava os segundos para a hora marcada. Quando foi se aproximando da praia, um flash veio em sua memória, ele lembrara exatamente de Anita quando estudaram juntos. Mas iria aguardar o momento ideal para revelar isso.

Luiz chegou ao restaurante na hora marcada e ficou esperando Anita por uns 30 minutos ainda. Lá vem ela. Encantadora como sempre, senta-se a frente do barman e ele sorri dizendo que ela ainda não perdera o hábito de chegar atrasada aos lugares. Ela desconversa.

Ele não conseguia comer, deu umas duas garfadas apenas na comida, fitava descaradamente os olhos verdes de Anita. Ao terminarem ele a chamou para ir caminhar na praia. Ela relutou um pouco, confirmando o que ele já tinha certeza, mas acabou aceitando o convite.

Anita tentou aguardar o momento certo para aquela pergunta, mas percebeu que dependendo de Luiz o momento certo nunca chegaria, foi quando ela resolveu cortar o assunto pela metade e perguntar ao rapaz o que levou um homem que carrega uma aliança dourada na mão esquerda sair ao encontro de uma antiga colega de classe, que, sabiam os dois, não era qualquer colega.

- Foi difícil reconhecê-la. Eu achei que a parte da amiga de colegial era apenas um pretexto para flertar, mas que de certa forma me atraiu. Só quando vinha para a praia foi que me dei conta. Eu agora sei como foi que a achei familiar, Diana. Foi pelo seu sorriso, ainda é inconfundível. Mesmo com o cabelo pintado e as lentes de contato que nunca lhe foram peculiares. Mas e você porque me procurou depois de tanto tempo? Mudou de ideia ou quer apenas mais uma? – falou secamente demonstrando irritação pelo teatro que a moça tinha feito.

- Você sabe que eu não mudo de idéia, mas se eu tivesse mudado o que aconteceria? Afinal, você resolveu mesmo casar! Finalmente encontrou alguém que aceitasse viver a mesma coisa até a morte – falou em tom de deboche, o que irritou mais ainda o rapaz. – Talvez eu tenha ficado com saudade de alguma coisa em particular.

- Se foi apenas saudade o que você sentiu, acho que ambos perdemos tempo vindo aqui. É melhor irmos embora – falou o rapaz sinalizando dar as costas, mas rapidamente sendo interrompido por Diana agarrando sua mão. – O que mais te trouxe aqui Diana?

Ainda continua...

Um comentário:

utopic disse...

Sacanagem né?! Devo passar mais alguns dias de angústia! =) Mas estou gostando. Mandou bem, Fernanda!