Um projeto de lei que tramita no Congresso pretende que estudantes formados em universidades públicas trabalhem de graça por seis meses como forma de retribuição à sociedade pela educação recebida. Sem esse período de trabalho, que não substituiria o estágio obrigatório, o estudante não poderia receber o seu diploma.
Enquanto ouvia essa parte, a sensação de indignação já começava a subir, mas ela atingiu o nível máximo quando, a reportagem começou a ouvir a opinião de "populares" nas ruas.
As (poucas) opiniões contra vinham de universitários que ficavam na superficialidade do assunto. Alegando que teriam a sua graduação atrasada, etc e tal.
As opiniões a favor eram de gente que dizia: "bom, se eles estudam de graça, devem retribuir à sociedade de alguma forma." e outro "eles passam tantos anos, estudando às custas do erário público (sic) devem dar um retorno."
Aí eu não aguentei. Desliguei a televisão e saí da sala. Como é possível!? Como é possível queo Estado tenha assumido de maneira tão desavergonhada esse papel de "pai e mãe do povo"? Como é possível que a estatolatria no Brasil tenha atingidos níveis tão absurdos?
Por que digo isso? Pelo simples fato de que eu NÃO estudo de graça! Porque o erário, que sustenta a minha educação, é na verdade o MEU dinheiro.
O povo perdeu totalmente a noção de que o Estado não produz riqueza. Que todas as benesses que o Leviatã nos dá não são liberalidades de um pai bondoso, mas sim obrigações de um servo obediente.
Esse trabalho obrigatório, seria mais uma forma de tributo, mais uma forma de o Estado botar a mão na riqueza obtida pelo suor do cidadão (nesse caso, botaria a mão no PRÓPRIO suor,o que é ainda mais nefasto), e ainda assim, o povo, bovinamente, aplaude o projeto!
Nós estamos chegando num estágio em que os brasileiros passarão a se orgulhar do cabresto que usam, e a exigir do Leviatã uma canga nas costas um pouco mais pesada do que a que já usa.
2 comentários:
DominioFeminino esteve aqui e leu o Post com a devida atenção e merecido respeito.
Cara, as opiniões que constam nesse tipo de reportagem são apenas as ilustrarivas do que se quer provar (neste caso, a beneficência do projeto cara-de-pau). Podemos ter certeza de que os entrevistados que foram a favor foram os apressados que não ponderaram ao dar a resposta.
O projeto é lastimável, daqueles apresentados tão-somente pra "mostrar serviço"
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