1 de setembro de 2011

Saudade Inexplicável

Eles jantavam em silêncio, trocavam olhares que diziam o que nenhuma palavra poderia expressar. O vento soprava na janela e os talheres tocavam os pratos com tamanha sutileza que não provocavam qualquer barulho.

Ele terminou antes dela. Observou-a sem prestar atenção na comida, mas em cada traço do rosto dela, para que num outro dia, quando ela estivesse distante, ele não tivesse nenhuma chance de esquecer o quanto ela era encantadora e pudesse ter sempre certeza de que ela teria cada detalhe encantador quando habitasse em seus sonhos.

Ela ficava bastante irritada com ele a encarando enquanto ela comia, parou por umas duas ou três vezes, até que começou a ignorar, ainda que de vez em quando olhasse pra ele e os olhares cruzados resultassem em uma sensação de encanto e temor para ambos.

Fazia muito tempo que ele não se encantava dessa forma por alguém, fazia muito tempo que ele, inclusive, deixara de acreditar que isso podia existir de verdade. E ainda tinha um pé atrás, mas não tinha dúvidas de que se o amor existisse de verdade, então ele a amava. Amava doce e profundamente.

Passaram o resto da noite trocando olhares, palavras e sorrisos, e isso foi tudo. Na manhã seguinte só restou aos dois uma saudade sem explicação.


Abraço. Boa leitura.

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