David estava um pouco irritado, Jaqueline não lhe dera qualquer sinal de vida. Ele não sabia se iriam ao cinema juntos ou não, e ficava cada vez mais tarde. Ele estava incessantemente fumando e tomando café, não conseguia se controlar na frente da TV, sempre passando as mesmas bobagens de sempre.
O telefone toca.
- Desculpas meu querido. Não dei notícias porque estava no hospital, mas já estou bem.
- Estar no hospital é mais um motivo para que eu não te desculpe. Eu teria ido te visitar.
- Eu sei, por isso não te liguei.
Ele já imaginava que ela não queria vê-lo, mas essa foi a gota d'água. Sentiu vontade de explodir ao telefone, mas hesitou, e hesitar com ela era ceder. Mesmo assim não a desculpou, mesmo sabendo que isso faria pouca diferença. Foi rude, foi chato, irônico e depois desligou o telefone.
Não parou de pensar nela por um segundo sequer, enquanto deixava de lado a televisão por um gole de cerveja e um jazz dos anos 30. A cerveja acabou e ele se viu compelido a continuar bebendo, foi até o buteco da esquina. E continuou.
Bebeu, bebeu, bebeu...
Não ficou bêbado, não perdeu a noção, e não parou de pensar nela. Foi para casa. Abrindo a porta, ouviu o telefone tocar, tentou abrir a porta mais rápido, opção errada a chave emperrara. Quando conseguiu abrir, e se agarrar o telefone...
Beep-beep... beep-beep... beep-beep...
Ele tinha certeza que era ela, e dormiria com essa certeza. Pensou em telefonar, mas ainda estava com o orgulho ferido.
Abraço. Boa leitura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário